São Paulo, Domingo, 11 de Abril de 1999
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FUTEBOL NO MUNDO

Mama África

RODRIGO BUENO

Muito se fala da estreita relação entre a África e o Brasil.
Pois bem. A Nigéria, palco do Mundial júnior deste ano, está sendo bombardeada por críticas devido às condições precárias oferecidas pelo país para a realização do evento. Curioso é ver que essas condições não são muito diferentes das encontradas no Brasil, que sonha receber a Copa do Mundo de 2006.
As primeiras queixas ao Mundial africano referem-se à infra-estrutura. Alojamentos e hotéis oferecidos a atletas e turistas não são suficientes ou adequados. Pelo que já foi levantado, esse item seria o maior entrave para a candidatura brasileira.
Depois, a Nigéria quase perdeu seu Mundial devido às doenças que aterrorizam o país, como malária e cólera. Ainda em 99, o Brasil experimentou epidemias dessas enfermidades.
No jogo entre Irlanda e México, houve queda de energia elétrica, fato que se repetiu em conferência de Joseph Blatter no país. Ainda está bem aceso na memória dos brasileiros um blecaute de gigantesca proporção.
Um jornal nigeriano alertou os torcedores de outros países a entrarem nos estádios do país com guarda-chuvas, para ficarem protegidos de saquinhos de urina. Para quem frequenta arquibancadas em estádios brasileiros, a notícia não é novidade.
No jogo contra Mali, os jogadores uruguaios tiveram que consumir cinco litros de água cada um. A partida foi disputada sob uma temperatura de 40 Celsius, que deve ser a mesma do Mundial de clubes da Fifa, se este acontecer no Rio, em janeiro de 2000, como quer a CBF.
Se o governo sul-coreano fez um protesto formal aos nigerianos por ter transmitido partida do país com a bandeira da Coréia do Norte, o cônsul sul-coreano em São Paulo reclamou da imprensa brasileira, em contato com a Folha, que teria escrachado em reportagens a carne de cachorro, uma iguaria tradicional na Coréia do Sul.
A África é aqui ao lado.



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