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FUTEBOL NO MUNDO
Mama África
RODRIGO BUENO
Muito se fala da estreita relação entre a África e o Brasil.
Pois bem. A Nigéria, palco do
Mundial júnior deste ano, está
sendo bombardeada por críticas
devido às condições precárias
oferecidas pelo país para a realização do evento. Curioso é ver
que essas condições não são
muito diferentes das encontradas no Brasil, que sonha receber
a Copa do Mundo de 2006.
As primeiras queixas ao Mundial africano referem-se à infra-estrutura. Alojamentos e hotéis
oferecidos a atletas e turistas
não são suficientes ou adequados. Pelo que já foi levantado,
esse item seria o maior entrave
para a candidatura brasileira.
Depois, a Nigéria quase perdeu seu Mundial devido às
doenças que aterrorizam o país,
como malária e cólera. Ainda
em 99, o Brasil experimentou
epidemias dessas enfermidades.
No jogo entre Irlanda e México, houve queda de energia elétrica, fato que se repetiu em conferência de Joseph Blatter no
país. Ainda está bem aceso na
memória dos brasileiros um blecaute de gigantesca proporção.
Um jornal nigeriano alertou
os torcedores de outros países a
entrarem nos estádios do país
com guarda-chuvas, para ficarem protegidos de saquinhos de
urina. Para quem frequenta arquibancadas em estádios brasileiros, a notícia não é novidade.
No jogo contra Mali, os jogadores uruguaios tiveram que
consumir cinco litros de água
cada um. A partida foi disputada sob uma temperatura de 40
Celsius, que deve ser a mesma
do Mundial de clubes da Fifa, se
este acontecer no Rio, em janeiro de 2000, como quer a CBF.
Se o governo sul-coreano fez
um protesto formal aos nigerianos por ter transmitido partida
do país com a bandeira da Coréia do Norte, o cônsul sul-coreano em São Paulo reclamou
da imprensa brasileira, em contato com a Folha, que teria escrachado em reportagens a carne de cachorro, uma iguaria tradicional na Coréia do Sul.
A África é aqui ao lado.
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