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Nelsinho se recusa a atender exigência de França para atuar na decisão
São Paulo vê duelo de egos
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Prestes a deixar o comando do
São Paulo, o técnico Nelsinho
Baptista enfrenta o que deve ser a
sua última queda-de-braço no
clube, agora com França.
Para pegar o Corinthians, amanhã, na final do Rio-SP, o atleta
quer se livrar da obrigação de ajudar o São Paulo na marcação.
Mas a condição imposta pelo
atacante, que se recupera de uma
contusão na coxa direita, não foi
aceita por Nelsinho. O treinador,
que deixará o clube após a partida
mesmo se for campeão, exige que
os atacantes marquem os rivais,
principalmente os defensores.
O impasse pode aumentar a
pressão dos dirigentes sobre o
treinador antes do jogo, já que
eles querem a escalação do atleta.
Por causa da contusão, o artilheiro do Rio-SP, com 19 gols, disse que não ainda não pode fazer
todos os movimentos com a perna direita e que, por isso, quer evitar se desgastar na marcação.
"A decisão sobre se eu vou jogar
ou não tem que ser tomada em
conjunto porque alguns técnicos
querem que você marque e dê
carrinho, mas o Nelsinho é experiente e sabe que não dá [para um
jogador que se recupera de contusão fazer isso"", afirmou França.
Mas o treinador não demonstrou a compreensão esperada pelo atacante. "Se o França for liberado, tem que estar disposto a tudo. Tem que fazer o que for necessário", declarou Nelsinho.
França participou do treino coletivo de ontem, que durou 51 minutos, na equipe reserva. Apesar
de ter sido pouco acionado, ele fez
um gol de cabeça.
Foi a sua primeira participação
nesse tipo de treinamento desde
que machucou a coxa na derrota
por 2 a 0 para o Corinthians, no
confronto inicial pelas semifinais
da Copa do Brasil, 17 dias atrás.
Cauteloso, o médico José Sanchez adiou para hoje a decisão sobre se dirá ao treinador que o atacante está liberado. Segundo ele,
um exame mostrou que o músculo adutor da coxa, que havia se
rompido, já está cicatrizado.
A situação do atleta é delicada.
Ele foi cobrado nesta semana por
companheiros que pediram a sua
presença na decisão do torneio
em que o São Paulo tenta ser bi.
Não é a primeira vez que França, cobrado constantemente pelos
torcedores para se empenhar
mais, pode ficar fora de uma final
(veja quadro nesta página).
O jogador assegura que, apesar
do receio provocado pela contusão, está motivado para atuar. Ele
quer aproveitar o jogo de amanhã
e as finais do Paulista para alcançar Teixeirinha, terceiro maior
goleador da história do São Paulo,
antes de se apresentar ao Bayer
Leverkusen (ALE), em julho. Dois
gols separam os artilheiros.
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