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O PERSONAGEM
Nesty acha que serve de modelo para brasileiros
DA REPORTAGEM LOCAL
Por um centésimo, Anthony
Nesty, 33, superou o favoritismo do "mito" Matt Biondi, cravou 53s00, venceu os 100 m
borboleta nos Jogos de Seul-1988 e estabeleceu o novo recorde olímpico da prova.
O segredo da primeira medalha de ouro olímpica conquistada por um negro é a principal
mensagem que Nesty quer passar aos atletas do Afro-Brasileiro. "Quero mostrar que tudo só
depende das condições oferecidas e da força de vontade", disse à Folha o técnico na Universidade da Flórida (EUA).
(GR)
Folha - O Torneio Afro-Brasileiro realmente incentiva a participação de negros na natação?
Anthony Nesty - Sim. Além da
oportunidade de frequentar
uma piscina, eles terão contato
com grandes nomes da modalidade. Isso gera interesse.
Folha - Por que é tão difícil encontrar negros na natação?
Nesty - Falta oportunidade. Se
você tem um local para treinar
e um técnico à disposição, nada
o impedirá de fazer o melhor.
Foi o que aconteceu comigo.
Folha - Alguma vez você foi vítima de racismo na carreira?
Nesty - Felizmente não. Claro
que, quando você vai a um país
diferente, as pessoas te olham
de outra maneira. Mas na natação nunca tive problema.
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