São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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AUTOMOBILISMO

Piloto canadense quer deixar BAR; definição do futuro de Jenson Button também movimenta o mercado

Villeneuve define cara da F-1 em 2003

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A ZELTWEG

Com a renovação do contrato entre Rubens Barrichello e a Ferrari, a F-1 agora espera os movimentos de outros dois pilotos: Jacques Villeneuve e Jenson Button. São eles que darão a cara do próximo Mundial da categoria.
Campeão em 1997, Villeneuve está fazendo sua quarta temporada na BAR e avisou que procura alternativas para o ano que vem.
Seu desespero para sair da equipe é real. Em entrevistas, ele admite que pode até mesmo parar de correr em 2003 caso não encontre um carro competitivo.
Em 55 corridas pela BAR, o máximo que ele obteve foram dois terceiros lugares, em 2001. Para mudar de ares, porém, precisará se livrar de um abacaxi: a participação acionária que tem no time.
Caso consiga vender sua parte na BAR, a saída mais óbvia para Villeneuve seria a McLaren.
A equipe inglesa dificilmente renovará o contrato de David Coulthard, com quem trabalha desde 1996. E como Kimi Raikkonen ainda é inexperiente para assumir o posto de primeiro piloto, Ron Dennis estaria procurando alguém com alta quilometragem.
O lobby por Villeneuve na McLaren já começou: o piloto é a capa da revista inglesa "Autosport", que destaca o título "Melhor, mais durão e mais forte".
Além de Villeneuve, só Button poderá sacudir o mercado. O piloto inglês, hoje na Renault, ainda está atrelado contratualmente à Williams, que precisa tomar uma decisão rápida: ou o coloca para correr em 2003 ou o libera de vez para a fábrica francesa.
O mesmo acontece com a atual dupla da Williams, Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya. Ou seja: entre esses três pilotos, Frank Williams terá que escolher dois para o ano que vem e soltar o que for preterido para o mercado.
Button já deu uma dica sobre a data-limite para essa decisão. "Acho que as coisas só vão começar a acontecer a partir de Silverstone", afirmou, referindo-se ao GP da Inglaterra, décima etapa do Mundial, no dia 7 de julho.
Na F-1 desde 2000, Button inaugurou a atual era de "garotos-prodígio" no campeonato. Ele chegou à Williams com 20 anos e sem disputar a F-3000 Internacional, algo que se repetiu nos anos seguintes com Raikkonen e com Felipe Massa, na Sauber.
Após um início animador -foi oitavo em seu Mundial de estréia-, perdeu a vaga para Montoya em 2001. Desmotivado e com um carro problemático, foi apenas o 17º no ano passado.
Neste ano, porém, Button ressurgiu. Já marcou oito pontos no campeonato e, na Malásia, só perdeu a terceira posição para Michael Schumacher porque seu carro quebrou na última volta.
Outro efeito da renovação de contrato de Barrichello se abateu sobre Felipe Massa. Sempre citado como alvo ferrarista para 2003, o estreante brasileiro já caiu no "esquecimento" daqueles que especulam pelo paddock.
Com contrato com a Sauber até 2004, Massa deve ficar na equipe por mais uma temporada, pelo menos. "Estou feliz aqui. A Sauber tem uma boa estrutura. E, além do mais, só tenho cinco corridas na F-1. Ainda estou na fase do aprendizado", disse ontem.


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