da Reportagem Local

A Polícia Militar calculou que cerca de 2.000 ingressos falsos circularam ontem nas redondezas do estádio Morumbi.
Mais de 500 torcedores compraram esses ingressos falsificados e não puderam ver a partida.
Muitos deles argumentaram que compraram as entradas nas bilheterias do estádio.
"Comprei na segunda-feira na bilheteria. Conversei com os responsáveis do VR, e eles não resolvem nada", disse o médico Vinicius Carvalho da Costa.
Outros também acusaram as bilheterias oficiais como a fonte das entradas falsificadas. "É óbvio que há alguma coisa errada lá dentro", afirmou o torcedor corintiano Emanuel Gama, que veio de Campinas para assistir o jogo.
Os funcionários do grupo VR, empresa que detém os direitos de comercialização do Campeonato Paulista-98, afirmaram que houve fiscalização em postos do Morumbi, Parque São Jorge e na Federação Paulista de Futebol e que os ingressos falsos não podem ter saído desses locais.
Os responsáveis pelas vendas no Morumbi negaram a possibilidade de fraude. "Aqui, as pessoas trabalham há muito tempo e são de nossa inteira confiança", disse Cristiano Lima, gerente financeiro do São Paulo.
Segundo a PM, que prendeu apenas um vendedor com ingressos falsos, não se consegue identificar onde são fabricados os cartões magnéticos, porque os cambistas não confessam a origem.
Em geral, os ingressos têm, no lugar da holografia impressa no cartão, um adesivo prateado que imita um holograma.
Os falsificadores também utilizam uma tinta no cartão magnético que sai com facilidade.
Muitos torcedores com entradas inválidas tentaram ingressar no estádio pelo portão da imprensa, causando um tumulto no local.
Brigas nas proximidades do Morumbi causaram mais de 50 atendimentos médicos antes da partida. Um torcedor foi levado ao hospital de Itapecerica da Serra com uma suspeita de fratura no crânio.
Cerca de 70 guardadores de carro, que chegavam a cobrar até R$ 10, foram presos antes da partida.



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