São Paulo, segunda, 11 de maio de 1998

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AUTOMOBILISMO
McLaren confirma a superioridade em Barcelona; Schumacher chega ao pódio apesar de penalidade
Hakkinen abre 12 pontos de Schumacher

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
enviado especial a Barcelona

Mika Hakkinen cumpriu seu papel ontem em Barcelona e venceu com facilidade o GP da Espanha de F-1, quinta etapa do Mundial.
David Coulthard foi o segundo colocado e Michael Schumacher, apesar de uma má largada e um "stop & go" de dez segundos, acabou na terceira colocação, resultado que o próprio alemão considerava como meta para a prova.
A novidade foi a presença de Rubens Barrichello na zona de pontos, após um ano de quebras e abandonos com a Stewart. O piloto brasileiro foi quinto colocado, atrás de Alexander Wurz e à frente de Jacques Villeneuve.
A corrida fez o finlandês da McLaren abrir 12 pontos de Schumacher (36 a 24). O ferrarista, porém, confia em sua matemática, que insistiu repetir em Barcelona, pela qual nas duas próximas provas, Mônaco e Montreal, "a disputa será bem mais apertada".
"Seria melhor que fossem apenas seis pontos", afirmou Schumacher. "Mas precisamos trabalhar, trabalhar e trabalhar para que essa vantagem diminua."
A Goodyear, apontada como principal empecilho para o desenvolvimento ferrarista, após uma enxurrada de críticas durante todo o fim-de-semana, anunciou um novo pneu traseiro para Mônaco, assim como novos compostos.
Hakkinen apenas concordou que o GP do próximo dia 26 será "mais difícil".
"Aqui (em Barcelona) eu também poderia dizer que foi difícil, mas poucos acreditariam", afirmou, sorrindo, o finlandês.
De fato, Hakkinen não teve dificuldades na corrida. O único susto foi na segunda parada nos boxes, quando deixou o companheiro Coulthard descontar sete segundos da vantagem de 14 que teve até então na prova
"Não foi culpa do time. Eu é que fui cuidadoso demais ao entrar e sair dos boxes", explicou.
Com o pódio definido por "antecipação", o GP da Espanha só empolgou quando Giancarlo Fisichella e Eddie Irvine se chocaram na volta 29. Mais rápido que o irlandês da Ferrari, o italiano da Jordan tentou uma difícil ultrapassagem por fora, ao final da reta dos boxes. Na curva, porém, Irvine não permitiu a conclusão da manobra, batendo no rival.
Ao deixar o carro, nervoso, Fisichella foi imediatamente tirar satisfações de Irvine, que, surpreendentemente, ignorou o dedo em riste do piloto italiano -já haviam se estranhado na largada.
Após a prova, os comissários também surpreenderam ao multar Fisichella em US$ 7.500 por ele não ter evitado o acidente, quando a impressão deixada pelas imagens da TV foi a de que, se houve culpa, essa seria de Irvine.
Durante a corrida, outra decisão dos comissários quase complicou a vida de Schumacher. Em sua primeira parada, na qual ganhou as posições de Irvine e Fisichella, o alemão teve problemas com o limitador de velocidade de sua Ferrari. Foi obrigado a cumprir dez segundos nos boxes, o que lhe fez perder o terceiro posto para Wurz.
Na segunda rodada de pits, porém, outra rápida troca da escuderia italiana alçou o alemão de volta ao terceiro posto.
Fora essas ocorrências, divertiu o GP o japonês Tora Takagi, da Tyrrell, segurando pilotos como Jean Alesi, Ralf Schumacher e Heinz-Harald Frentzen, todos com equipamento superior.
No pódio, que contou com a presença do rei da Espanha, Juan Carlos, e do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Juan Antonio Samaranch, apenas uma figura destoava do habitual.
Além do trio de sempre, subiu para receber o troféu de construtores Mansour Ojjeh, acionista majoritário da McLaren, que voltou a frequentar os boxes do time nesta temporada. A última vez que subira ao pódio, Ayrton Senna ainda pilotava para o time inglês.



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