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Brasileiro vai atacar; sueco, defender
DA REPORTAGEM LOCAL
Um tenista que prefere atacar
quase o tempo todo -e que erra
mais por isso- contra outro que
se defende melhor -e que acaba
forçando o erro do adversário.
Essa deve ser, se seguido o desempenho nos outros jogos da
dupla no torneio, a tônica do confronto entre Gustavo Kuerten e
Magnus Norman na decisão de
Roland Garros-2000.
Enquanto o brasileiro tem um
estilo mais agressivo, com muitos
aces (saques sem defesa) e subidas à rede, o sueco aposta nas trocas de bolas no fundo da quadra e
nos erros dos adversários.
Nas seis primeiras rodadas de
Roland Garros, por exemplo,
Kuerten conseguiu 66 aces, contra
apenas 37 de Norman.
O brasileiro jogou mais sets,
mas mesmo considerando a média de saques indefensáveis por
game disputado, leva a melhor
contra o rival de hoje.
O pupilo de Larri Passos consegue, em média, um ace a cada três
games, contra um a cada cinco do
tenista sueco.
Por uma pequena diferença, o
brasileiro, jogador que mais conseguiu aces em toda a temporada,
também tem um saque mais veloz
em Roland Garros -média de
157 km/h na primeira tentativa de
cada serviço, contra 155 km/h de
Magnus Norman.
Se ganha na média, Kuerten
perde quando se compara apenas
o saque mais veloz de cada um.
Na partida contra o ucraniano
Andrei Medvedev, na fase de oitavas-de-final, Norman conseguiu
um saque com a velocidade de
203 km/h. Já o brasileiro bateu seu
recorde na partida da semifinal
contra o espanhol Juan Carlos
Ferrero -198 km/h.
Arriscando mais no saque,
Kuerten acaba tendo um índice
de erros bem maior. Ele cometeu
uma dupla falta a cada dez games
que disputou no torneio francês,
contra um erro desse tipo a cada
14 games de Norman.
O brasileiro também é mais
agressivo na hora de subir à rede.
No total, Kuerten disputou em
Roland Garros-2000 um ponto na
rede 163 vezes, contra 115 de Norman até o momento.
Com um jogo mais veloz e
agressivo, o brasileiro também
tem um número de erros não-forçados maior que o do rival.
Até agora, foram 339 contra 228
de Norman, ou 1,6 por game disputado no torneio parisiense pelo
brasileiro contra 1,3 do sueco.
Para Magnus Norman, a melhor tática em Roland Garros, em
que vai à final pela primeira vez na
carreira, vem sendo aguardar pelo erro de seus adversários.
Em nenhuma das seis partidas
que disputou, o tenista europeu
cometeu mais erros não-forçados
que o rival. No total, os jogadores
que o enfrentaram em Paris acumularam 313 erros.
Já Kuerten contou menos com
"a ajuda" dos rivais para vencer as
seis partidas que realizou em Roland Garros.
Dos seis jogos que disputou, cometeu mais erros não-forçados
em três oportunidades -contra
Michael Chang, na terceira rodada, com Nicolas Lapentti, nas oitavas-de-final, e contra Juan Carlos Ferrero, nas semifinais.
Além de estilos diferentes,
Kuerten e Norman decidem hoje
a edição 2000 de Roland Garros
após campanhas distintas nas seis
rodadas já realizadas
Enquanto o brasileiro enfrentou
três cabeças-de-chave, o sueco só
pegou um jogador pré-classificado. Além disso, Kuerten teve jogos mais longos -média de 154
minutos contra 119 das partidas
de Norman, que só perdeu um
set, para o russo Marat Safin, em
toda a competição.
(JAD e PC)
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