São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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Brasileiro vai atacar; sueco, defender

DA REPORTAGEM LOCAL

Um tenista que prefere atacar quase o tempo todo -e que erra mais por isso- contra outro que se defende melhor -e que acaba forçando o erro do adversário.
Essa deve ser, se seguido o desempenho nos outros jogos da dupla no torneio, a tônica do confronto entre Gustavo Kuerten e Magnus Norman na decisão de Roland Garros-2000.
Enquanto o brasileiro tem um estilo mais agressivo, com muitos aces (saques sem defesa) e subidas à rede, o sueco aposta nas trocas de bolas no fundo da quadra e nos erros dos adversários.
Nas seis primeiras rodadas de Roland Garros, por exemplo, Kuerten conseguiu 66 aces, contra apenas 37 de Norman.
O brasileiro jogou mais sets, mas mesmo considerando a média de saques indefensáveis por game disputado, leva a melhor contra o rival de hoje.
O pupilo de Larri Passos consegue, em média, um ace a cada três games, contra um a cada cinco do tenista sueco.
Por uma pequena diferença, o brasileiro, jogador que mais conseguiu aces em toda a temporada, também tem um saque mais veloz em Roland Garros -média de 157 km/h na primeira tentativa de cada serviço, contra 155 km/h de Magnus Norman.
Se ganha na média, Kuerten perde quando se compara apenas o saque mais veloz de cada um.
Na partida contra o ucraniano Andrei Medvedev, na fase de oitavas-de-final, Norman conseguiu um saque com a velocidade de 203 km/h. Já o brasileiro bateu seu recorde na partida da semifinal contra o espanhol Juan Carlos Ferrero -198 km/h.
Arriscando mais no saque, Kuerten acaba tendo um índice de erros bem maior. Ele cometeu uma dupla falta a cada dez games que disputou no torneio francês, contra um erro desse tipo a cada 14 games de Norman.
O brasileiro também é mais agressivo na hora de subir à rede. No total, Kuerten disputou em Roland Garros-2000 um ponto na rede 163 vezes, contra 115 de Norman até o momento.
Com um jogo mais veloz e agressivo, o brasileiro também tem um número de erros não-forçados maior que o do rival.
Até agora, foram 339 contra 228 de Norman, ou 1,6 por game disputado no torneio parisiense pelo brasileiro contra 1,3 do sueco.
Para Magnus Norman, a melhor tática em Roland Garros, em que vai à final pela primeira vez na carreira, vem sendo aguardar pelo erro de seus adversários.
Em nenhuma das seis partidas que disputou, o tenista europeu cometeu mais erros não-forçados que o rival. No total, os jogadores que o enfrentaram em Paris acumularam 313 erros.
Já Kuerten contou menos com "a ajuda" dos rivais para vencer as seis partidas que realizou em Roland Garros.
Dos seis jogos que disputou, cometeu mais erros não-forçados em três oportunidades -contra Michael Chang, na terceira rodada, com Nicolas Lapentti, nas oitavas-de-final, e contra Juan Carlos Ferrero, nas semifinais.
Além de estilos diferentes, Kuerten e Norman decidem hoje a edição 2000 de Roland Garros após campanhas distintas nas seis rodadas já realizadas
Enquanto o brasileiro enfrentou três cabeças-de-chave, o sueco só pegou um jogador pré-classificado. Além disso, Kuerten teve jogos mais longos -média de 154 minutos contra 119 das partidas de Norman, que só perdeu um set, para o russo Marat Safin, em toda a competição. (JAD e PC)


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