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FUTEBOL
Nervoso, Santos leva gol no primeiro minuto e falha ao tentar a reação
São Paulo vence por 1 a 0 e amplia vantagem na final
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo venceu o Santos
por 1 a 0, ontem à tarde no Morumbi, e agora poderá até perder
por um gol de diferença no segundo jogo da decisão que conquistará o Campeonato Paulista do ano
2000, o último do milênio.
O Santos, que não vence um título paulista desde 1984, precisa
de uma vitória por diferença de
pelo menos dois gols.
Dois fatores, basicamente, determinaram a vitória são-paulina:
o nervosismo inicial do Santos e o
atacante França.
Nos primeiros segundos do jogo, o Santos, que disputava sua
primeira decisão estadual em 16
anos, assistiu passivamente o São
Paulo, que venceu as últimas seis
finais de Campeonato Paulista
que jogou, trocar passes.
Resultado: com menos de 50 segundos, o artilheiro do torneio,
França, abriu o placar com um
chute da entrada da área, que acabou sendo o responsável pela primeira derrota de Giba como técnico da equipe da Vila Belmiro.
O atacante são-paulino fez seu
18º gol no Paulista. Especialmente
pelos seus gols, o São Paulo conseguiu marcar em todos os jogos
no campeonato.
O técnico Giba admitiu que sua
equipe sentiu nervosismo no início da partida. ""Começamos um
pouco nervosos, e o São Paulo se
aproveitou disso", disse.
Se o centroavante são-paulino
mostrou seu poder de definição
na primeira finalização, lembrando até o ex-atacante Serginho
-que defendeu São Paulo e Santos nos anos 80 e costumava finalizar com o bico do pé-, o Santos
sofria com seus dois jogadores de
área, Caio e Valdir.
Os dois se movimentavam bastante, mas eram dominados sem
muita dificuldade.
Mesmo com o domínio territorial e com maior tempo de posse
de bola, o Santos tinha problemas
para penetrar na defesa são-paulina. O time de Giba apostou mais
em seguidos cruzamentos, todos
infrutíferos, e também em chutes
de longa distância.
Valdir, que chegou a estabelecer
seu recorde de jogos seguidos sem
marcar neste campeonato, foi
substituído no intervalo.
Dodô, que foi o herói da classificação santista para a final ao marcar aos 45min do segundo tempo
contra o Palmeiras, passou a ser a
esperança de gols da equipe.
A mudança quase surtiu efeito
imediato, pois Dodô ao menos
conseguiu finalizar em sua primeira tentativa. Só que errou o alvo. Mais tarde, teve outra chance,
mas chutou, quase sem ângulo,
no travessão.
Caio, em sua única real chance
de gol, acertou uma boa cabeçada
quase da pequena da área, mas o
goleiro Rogério conseguiu espalmar a bola para escanteio.
Três ex-atacantes são-paulinos
não conseguiram vencer Rogério.
Giba fez uma nova tentativa depois dos 25min. Trocou Caio, seu
segundo atacante, e apostou em
Deivid. O Santos permanecia com
a bola em seus pés durante a
maior parte do tempo, mas continuou tendo dificuldades para furar o bloqueio são-paulino.
O São Paulo, em contra-ataques, conseguia ser bem mais perigoso que o rival. O time do técnico Levir Culpi teve pelo menos
duas oportunidades para ampliar
o marcador e a sua vantagem na
decisão do Campeonato Paulista.
Levir Culpi colocou Sandro Hiroshi no fim, atacante que quase
fez 2 a 0 no minuto final de jogo.
O treinador são-paulino se deu
ao luxo até de deixar Evair no
banco de reservas.
O Santos, que em seu último título paulista contou com o oportunismo do ex-atacante Serginho
-ele marcou o gol na vitória de 1
a 0 sobre o Corinthians-, deixou
claro que sua maior deficiência
está no ataque.
A outra grande deficiência da
equipe, o nervosismo, ficou mais
exposta quando faltavam cerca de
dez minutos para o final da partida -contra o Palmeiras, a equipe
conseguiu a virada por 3 a 2 justamente no final do jogo.
O volante Anderson deu uma
entrada violenta em Vágner ainda
no campo de ataque do Santos.
Recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso -o jogador poderá até atuar na segunda partida
das finais se o Santos conseguir
um efeito suspensivo.
No final, a equipe santista confirmou sua fama de violenta. Seus
jogadores passaram a entrar nas
disputas de bola com dureza.
Claudiomiro quase chutou a cabeça de Belletti dentro da área.
Com dez homens em campo, o
Santos acabou se encolhendo, e
seus atacantes não tiveram mais
chances para marcar.
França já se considera o goleador do torneio. É o único jogador
que conseguiu ser artilheiro do
Campeonato Paulista mais de
uma vez nesta década.
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