São Paulo, domingo, 11 de junho de 2000


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FUTEBOL
Nervoso, Santos leva gol no primeiro minuto e falha ao tentar a reação
São Paulo vence por 1 a 0 e amplia vantagem na final

DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo venceu o Santos por 1 a 0, ontem à tarde no Morumbi, e agora poderá até perder por um gol de diferença no segundo jogo da decisão que conquistará o Campeonato Paulista do ano 2000, o último do milênio.
O Santos, que não vence um título paulista desde 1984, precisa de uma vitória por diferença de pelo menos dois gols.
Dois fatores, basicamente, determinaram a vitória são-paulina: o nervosismo inicial do Santos e o atacante França.
Nos primeiros segundos do jogo, o Santos, que disputava sua primeira decisão estadual em 16 anos, assistiu passivamente o São Paulo, que venceu as últimas seis finais de Campeonato Paulista que jogou, trocar passes.
Resultado: com menos de 50 segundos, o artilheiro do torneio, França, abriu o placar com um chute da entrada da área, que acabou sendo o responsável pela primeira derrota de Giba como técnico da equipe da Vila Belmiro.
O atacante são-paulino fez seu 18º gol no Paulista. Especialmente pelos seus gols, o São Paulo conseguiu marcar em todos os jogos no campeonato.
O técnico Giba admitiu que sua equipe sentiu nervosismo no início da partida. ""Começamos um pouco nervosos, e o São Paulo se aproveitou disso", disse.
Se o centroavante são-paulino mostrou seu poder de definição na primeira finalização, lembrando até o ex-atacante Serginho -que defendeu São Paulo e Santos nos anos 80 e costumava finalizar com o bico do pé-, o Santos sofria com seus dois jogadores de área, Caio e Valdir.
Os dois se movimentavam bastante, mas eram dominados sem muita dificuldade.
Mesmo com o domínio territorial e com maior tempo de posse de bola, o Santos tinha problemas para penetrar na defesa são-paulina. O time de Giba apostou mais em seguidos cruzamentos, todos infrutíferos, e também em chutes de longa distância.
Valdir, que chegou a estabelecer seu recorde de jogos seguidos sem marcar neste campeonato, foi substituído no intervalo.
Dodô, que foi o herói da classificação santista para a final ao marcar aos 45min do segundo tempo contra o Palmeiras, passou a ser a esperança de gols da equipe.
A mudança quase surtiu efeito imediato, pois Dodô ao menos conseguiu finalizar em sua primeira tentativa. Só que errou o alvo. Mais tarde, teve outra chance, mas chutou, quase sem ângulo, no travessão.
Caio, em sua única real chance de gol, acertou uma boa cabeçada quase da pequena da área, mas o goleiro Rogério conseguiu espalmar a bola para escanteio.
Três ex-atacantes são-paulinos não conseguiram vencer Rogério.
Giba fez uma nova tentativa depois dos 25min. Trocou Caio, seu segundo atacante, e apostou em Deivid. O Santos permanecia com a bola em seus pés durante a maior parte do tempo, mas continuou tendo dificuldades para furar o bloqueio são-paulino.
O São Paulo, em contra-ataques, conseguia ser bem mais perigoso que o rival. O time do técnico Levir Culpi teve pelo menos duas oportunidades para ampliar o marcador e a sua vantagem na decisão do Campeonato Paulista.
Levir Culpi colocou Sandro Hiroshi no fim, atacante que quase fez 2 a 0 no minuto final de jogo.
O treinador são-paulino se deu ao luxo até de deixar Evair no banco de reservas.
O Santos, que em seu último título paulista contou com o oportunismo do ex-atacante Serginho -ele marcou o gol na vitória de 1 a 0 sobre o Corinthians-, deixou claro que sua maior deficiência está no ataque.
A outra grande deficiência da equipe, o nervosismo, ficou mais exposta quando faltavam cerca de dez minutos para o final da partida -contra o Palmeiras, a equipe conseguiu a virada por 3 a 2 justamente no final do jogo.
O volante Anderson deu uma entrada violenta em Vágner ainda no campo de ataque do Santos. Recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso -o jogador poderá até atuar na segunda partida das finais se o Santos conseguir um efeito suspensivo.
No final, a equipe santista confirmou sua fama de violenta. Seus jogadores passaram a entrar nas disputas de bola com dureza. Claudiomiro quase chutou a cabeça de Belletti dentro da área.
Com dez homens em campo, o Santos acabou se encolhendo, e seus atacantes não tiveram mais chances para marcar.
França já se considera o goleador do torneio. É o único jogador que conseguiu ser artilheiro do Campeonato Paulista mais de uma vez nesta década.


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