São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2001

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VÔLEI

Meta cumprida

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A seleção brasileira sofreu no final de semana, mas cumpriu o seu objetivo: conseguiu mais duas vitórias sobre a Holanda e já garantiu o primeiro lugar do grupo e a vaga na etapa final da Liga Mundial. Quem viu os jogos pôde perceber: o time está na estrada certa, mas precisa melhorar muito.
Um exemplo foi o segundo jogo contra a Holanda. O Brasil venceu por 3 sets a 2, mas mostrou muita irregularidade em quadra. Os problemas na defesa também prejudicaram a armação dos contra-ataques. Resultado: a Holanda fez mais pontos que o Brasil nos ataques e contra-ataques -57 contra 44.
O que ajudou os brasileiros foi que os holandeses cometeram mais erros durante o jogo: 42 contra 28. O certo é que os times também estão em início de temporada, mas o grande desafio do Brasil será mesmo daqui duas semanas, na final da Liga Mundial, quando terá pela frente seleções como Cuba e Itália.
Os dez jogos disputados na Liga já serviram para Bernardinho definir uma base com quatro jogadores: Maurício, André Nascimento, Gustavo e Nalbert. Para a outra vaga na ponta da rede, está havendo um rodízio entre Giba, Giovane e Dante. No meio da rede, a disputa está entre Henrique e André Heller.
Nas outras chaves da Liga, quem vive tempos difíceis é a Argentina. Depois da euforia com o quarto lugar nos Jogos de Sydney, o time passa por um pesadelo: está fora das finais da Liga e à beira de uma crise.
Logo nas primeiras rodadas, a Argentina foi surpreendida pela França, mas chegou ao fundo do poço ao perder dois jogos em casa para a Espanha. Com a derrota no sábado para a Itália por 3 a 0, ficou fora das finais.
A queda diante dos espanhóis levou o presidente da Federação Argentina de Vôlei, Mario Goijman, a diagnosticar: "Estamos atravessando uma crise". E foi além. Disse que o time precisa de quem tenha paixão em jogar e que na seleção alguns atletas não apresentam essa vontade.
Goijman não quis dar nomes, mas aumentou a crise. Mas em pelo menos uma questão dirigentes e jogadores concordam: sem Marcos Milinkovic, o principal atacante do país, o rendimento da seleção cai. E muito. Milinkovic, com problemas no joelho direito, desfalcou o time na maioria das partidas.
A maior preocupação do dirigente é com o Mundial de 2002, que será na Argentina. Uma boa campanha da seleção seria uma forma de impulsionar o vôlei no país. Não à toa, os argentinos estudam até a formação de uma seleção permanente para disputar o Mundial com chances de chegar à final.
Já no vôlei feminino, a partir de amanhã todos os olhos estarão voltados para a Suíça. As maiores forças do esporte vão disputar a Montreux Volley Masters, a antiga Copa BCV. Das sete primeiras colocadas em Sydney, apenas Brasil e Alemanha estarão ausentes.
Segundo a assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei, foi uma opção do técnico Marco Aurélio Motta não disputar essa competição.
Uma pena. Seria uma boa oportunidade para as novas jogadoras da seleção brasileira ganharem mais experiência.
A estréia oficial da equipe de Marco Aurélio será no classificatório para o Mundial, em julho, na Argentina. Antes disso, a seleção fará quatro amistosos contra a frágil Argentina.

Copa América
A Copa América, que iria definir as três seleções femininas do continente para a disputa do Grand Prix, não será mais realizada. Segundo informação da assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei, a decisão foi da Federação Internacional, que já confirmou que Brasil, Cuba e Estados Unidos, os mais bem ranqueados das Américas, vão disputar o Grand Prix.

China campeã
A seleção chinesa, que decepcionou com o quinto lugar nos Jogos Olímpicos de Sydney, no ano passado, começou bem a temporada. Foi a campeã invicta do Torneio Quatro Nações, disputado na China. Na decisão do título da competição, as chinesas venceram as cubanas, atuais tricampeãs olímpicas, por 3 sets a 1. Na disputa pelo terceiro lugar, o time do Japão derrotou a Austrália por 3 sets a 0.

E-mail: cidasan@uol.com.br



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