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FUTEBOL
Enquanto Leão voa de volta ao Brasil, CBF define nome do novo técnico
Só Luxemburgo pode tirar
vaga de Scolari na seleção
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL FC
Somente Wanderley Luxemburgo pode tirar de Luiz Felipe
Scolari o primeiro lugar na corrida pela vaga de técnico da seleção
brasileira, já que Emerson Leão
embarca hoje no Japão como titular do posto, mas amanhã, poucas
horas depois de desembarcar no
Brasil, será demitido.
Há oito meses, o roteiro vexame-incerteza-demissão teve como protagonista o antecessor de
Leão, Luxemburgo, que agora pode voltar à seleção se Scolari, do
Cruzeiro, não acertar entre hoje e
amanhã com a CBF.
Scolari já desbancou Carlos Alberto Parreira e é o preferido de
Ricardo Teixeira, presidente da
CBF, para o cargo.
Teixeira passou o final de semana no Rio. Por telefone, disse que
só tratará do assunto após o desembarque de Leão.
A gota d'água para a decisão da
CBF em demitir Leão foi a desastrosa campanha na Copa das
Confederações, em que o Brasil
terminou no quarto lugar após
perder para Austrália e França e
empatar sem gols com Canadá e
Japão -teve uma única vitória,
contra Camarões.
Com Luxemburgo, a seleção foi
eliminada da Olimpíada de
Sydney num jogo em que Camarões tinha dois jogadores a menos, depois de apresentações fracas e resultados ruins na primeira
fase. Simultaneamente, no Brasil,
o técnico vivia um inferno astral,
com problemas que iam de autuação por sonegação fiscal a denúncias de falsidade ideológica.
Leão não tem contra si as acusações que pairavam sobre Luxemburgo, mas há muitas semelhanças entre os casos.
Como em outubro passado,
agora a CBF tenta abafar a iminente degola do técnico.
Ontem, em Seul e em Tóquio,
Leão se recusou a comentar o assunto. Disse para questionar o
coordenador técnico Antônio Lopes, responsável por sua contratação e seu superior na seleção.
Lopes, que ficou com a maioria
dos jogadores em Ulsan, na Coréia do Sul, e que se junta hoje a
Emerson Leão para a viagem de
volta ao Brasil, afirmou que estava
tudo tranquilo.
"Não fui informado de nada
disso [da demissão" pela CBF. A
única coisa prevista e certa é a
convocação [para o jogo contra o
Uruguai, em 1º de julho" na próxima quarta-feira", declarou.
O coordenador afirmou ainda
que conversou anteontem ao telefone, após a derrota para a Austrália, com o secretário-geral da
CBF, Marco Antônio Teixeira,
que teria garantido a permanência da comissão técnica.
Exatamente como na Austrália.
Numa reunião horas após a derrota para Camarões, Teixeira se
reuniu com a comissão técnica de
Luxemburgo e garantiu que o
grupo continuaria o trabalho.
Na véspera da volta ao Brasil, o
técnico, apesar dos crescentes rumores sobre sua demissão, confiava que seria mantido -igual a
Leão agora.
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