São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2001

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FUTEBOL

Enquanto Leão voa de volta ao Brasil, CBF define nome do novo técnico

Só Luxemburgo pode tirar vaga de Scolari na seleção

FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL FC

Somente Wanderley Luxemburgo pode tirar de Luiz Felipe Scolari o primeiro lugar na corrida pela vaga de técnico da seleção brasileira, já que Emerson Leão embarca hoje no Japão como titular do posto, mas amanhã, poucas horas depois de desembarcar no Brasil, será demitido.
Há oito meses, o roteiro vexame-incerteza-demissão teve como protagonista o antecessor de Leão, Luxemburgo, que agora pode voltar à seleção se Scolari, do Cruzeiro, não acertar entre hoje e amanhã com a CBF.
Scolari já desbancou Carlos Alberto Parreira e é o preferido de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, para o cargo.
Teixeira passou o final de semana no Rio. Por telefone, disse que só tratará do assunto após o desembarque de Leão.
A gota d'água para a decisão da CBF em demitir Leão foi a desastrosa campanha na Copa das Confederações, em que o Brasil terminou no quarto lugar após perder para Austrália e França e empatar sem gols com Canadá e Japão -teve uma única vitória, contra Camarões.
Com Luxemburgo, a seleção foi eliminada da Olimpíada de Sydney num jogo em que Camarões tinha dois jogadores a menos, depois de apresentações fracas e resultados ruins na primeira fase. Simultaneamente, no Brasil, o técnico vivia um inferno astral, com problemas que iam de autuação por sonegação fiscal a denúncias de falsidade ideológica.
Leão não tem contra si as acusações que pairavam sobre Luxemburgo, mas há muitas semelhanças entre os casos.
Como em outubro passado, agora a CBF tenta abafar a iminente degola do técnico.
Ontem, em Seul e em Tóquio, Leão se recusou a comentar o assunto. Disse para questionar o coordenador técnico Antônio Lopes, responsável por sua contratação e seu superior na seleção.
Lopes, que ficou com a maioria dos jogadores em Ulsan, na Coréia do Sul, e que se junta hoje a Emerson Leão para a viagem de volta ao Brasil, afirmou que estava tudo tranquilo.
"Não fui informado de nada disso [da demissão" pela CBF. A única coisa prevista e certa é a convocação [para o jogo contra o Uruguai, em 1º de julho" na próxima quarta-feira", declarou.
O coordenador afirmou ainda que conversou anteontem ao telefone, após a derrota para a Austrália, com o secretário-geral da CBF, Marco Antônio Teixeira, que teria garantido a permanência da comissão técnica.
Exatamente como na Austrália. Numa reunião horas após a derrota para Camarões, Teixeira se reuniu com a comissão técnica de Luxemburgo e garantiu que o grupo continuaria o trabalho.
Na véspera da volta ao Brasil, o técnico, apesar dos crescentes rumores sobre sua demissão, confiava que seria mantido -igual a Leão agora.


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