São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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Jornalista afirma que vai processar Ronaldo

DOS ENVIADOS A ULSAN

O jornalista gaúcho José Aveline Neto disse que processará o atacante Ronaldo, que teria lhe tomado à força uma câmera fotográfica numa boate em Seogwipo após a goleada do Brasil sobre a China, no último sábado.
"Não tenho tradutor, mas consegui fazer uma ocorrência [policial". Estou esperando uma palavra da embaixada para que eu contrate um advogado e processe o jogador", disse Aveline à rádio Guaíba, de Porto Alegre.
O jornalista permanece em Seogwipo, na ilha de Jeju. A Embaixada do Brasil em Seul, que está com uma representação consular em Ulsan, informou que o caso é de esfera privada de Aveline e que poderá disponibilizar ao brasileiro uma lista de advogados que falem inglês para auxiliá-lo.
Ronaldo ficou irritado ao ser abordado pela Folha sobre o assunto. "Se quiserem fazer uma pergunta séria, vocês fazem. Vocês têm de saber quem tem credibilidade", disse. Em seguida, afirmou: "Que processe, que faça o que quiser. Não tenho nada a temer. Eu quero só pensar na seleção e na Copa do Mundo".
O incidente ocorreu quando jogadores brasileiros, de folga, comemoravam a vitória sobre a China. Ronaldinho, Roberto Carlos, Juninho, Luizão e Roque Júnior estavam com Ronaldo.
"O Ronaldo me viu fotografando, tirou a máquina das minhas mãos violentamente, se escondeu no canto da boate e a informação que tive foi que ele a quebrou."
O assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, admitiu que os jogadores haviam pego a máquina de Aveline e alega que ele desrespeitou um trato para que não fossem feitas fotos num momento de privacidade dos atletas. Anteontem, o assessor afirmara que a câmera, descartável, seria devolvida com as fotos dele, mas que seriam retidas as dos jogadores.
Ontem, Paiva disse que o caso era entre os atletas e Aveline e que a CBF não tinha nada a ver com o episódio. O administrador Américo Faria, mais alto funcionário da comissão técnica, afirmou que, para a CBF, o caso "nem existiu".
A Folha apurou que Aveline já havia pedido ajuda à embaixada quando chegou à Coréia. Ele disse que foi roubado no aeroporto de Seul e pediu ajuda financeira. Recebeu, foi a Ulsan e dormiu algumas noites no motel "Love Story". Depois, foi de barco para Jeju.
O jornalista, que edita em Porto Alegre a revista "Gol", também pediu ajuda a CBF, Nike e Fifa desde que chegou à Coréia.
Os jogadores procuraram abafar o caso. "Para que a gente vai dar notícia para uma pessoa que não merece?", declarou Juninho, que afirmou, porém, não estar "sabendo nada sobre o assunto".
Ronaldinho, que, pela versão da seleção, teria sido o jogador fotografado, disse: "Nem eu estou ligado nessa parada. Acho que tu estás confundindo. Não sou eu, não". (FV, FM, JAB E SR)


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