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Jornalista afirma que vai processar Ronaldo
DOS ENVIADOS A ULSAN
O jornalista gaúcho José Aveline Neto disse que processará o
atacante Ronaldo, que teria lhe tomado à força uma câmera fotográfica numa boate em Seogwipo
após a goleada do Brasil sobre a
China, no último sábado.
"Não tenho tradutor, mas consegui fazer uma ocorrência [policial". Estou esperando uma palavra da embaixada para que eu
contrate um advogado e processe
o jogador", disse Aveline à rádio
Guaíba, de Porto Alegre.
O jornalista permanece em
Seogwipo, na ilha de Jeju. A Embaixada do Brasil em Seul, que está com uma representação consular em Ulsan, informou que o caso é de esfera privada de Aveline e
que poderá disponibilizar ao brasileiro uma lista de advogados
que falem inglês para auxiliá-lo.
Ronaldo ficou irritado ao ser
abordado pela Folha sobre o assunto. "Se quiserem fazer uma
pergunta séria, vocês fazem. Vocês têm de saber quem tem credibilidade", disse. Em seguida, afirmou: "Que processe, que faça o
que quiser. Não tenho nada a temer. Eu quero só pensar na seleção e na Copa do Mundo".
O incidente ocorreu quando jogadores brasileiros, de folga, comemoravam a vitória sobre a
China. Ronaldinho, Roberto Carlos, Juninho, Luizão e Roque Júnior estavam com Ronaldo.
"O Ronaldo me viu fotografando, tirou a máquina das minhas
mãos violentamente, se escondeu
no canto da boate e a informação
que tive foi que ele a quebrou."
O assessor de imprensa da CBF,
Rodrigo Paiva, admitiu que os jogadores haviam pego a máquina
de Aveline e alega que ele desrespeitou um trato para que não fossem feitas fotos num momento de
privacidade dos atletas. Anteontem, o assessor afirmara que a câmera, descartável, seria devolvida
com as fotos dele, mas que seriam
retidas as dos jogadores.
Ontem, Paiva disse que o caso
era entre os atletas e Aveline e que
a CBF não tinha nada a ver com o
episódio. O administrador Américo Faria, mais alto funcionário
da comissão técnica, afirmou que,
para a CBF, o caso "nem existiu".
A Folha apurou que Aveline já
havia pedido ajuda à embaixada
quando chegou à Coréia. Ele disse
que foi roubado no aeroporto de
Seul e pediu ajuda financeira. Recebeu, foi a Ulsan e dormiu algumas noites no motel "Love Story".
Depois, foi de barco para Jeju.
O jornalista, que edita em Porto
Alegre a revista "Gol", também
pediu ajuda a CBF, Nike e Fifa
desde que chegou à Coréia.
Os jogadores procuraram abafar o caso. "Para que a gente vai
dar notícia para uma pessoa que
não merece?", declarou Juninho,
que afirmou, porém, não estar
"sabendo nada sobre o assunto".
Ronaldinho, que, pela versão da
seleção, teria sido o jogador fotografado, disse: "Nem eu estou ligado nessa parada. Acho que tu
estás confundindo. Não sou eu,
não".
(FV, FM, JAB E SR)
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