São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Boca impulsi ona cartola na política

Presidente do clube, Mauricio Macri disputa prefeitura de Buenos Aires após a final da Libertadores

RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES

"A metade mais um." Dessa maneira a torcida do Boca Juniors costuma se referir a si mesma, afirmando que essa seria a proporção de torcedores que o time tem na Argentina.
Presidente do mais popular clube argentino desde 1995, Mauricio Macri espera obter essa maioria no segundo turno da eleição para a Prefeitura de Buenos Aires. Não conseguiu no primeiro turno. Isso em meio à batalha da Libertadores- pode ser a quinta taça do time, que a partir de quarta decide o título com o Grêmio.
Embora licenciado, Macri esteve no vestiário antes do jogo decisivo contra o Deportivo Cúcuta. Seu apoio foi apontado pelo técnico Miguel Angel Russo como um dos fatores determinantes para a classificação.
Agora, Macri espera que o Boca lhe ajude vencendo a Libertadores na próxima semana -a final, em Porto Alegre, será quatro dias antes do segundo turno, marcado para o dia 24.
O dirigente é deputado, engenheiro e herdeiro do grupo empresarial de seu pai, Franco Macri, um dos maiores da Argentina, mas nunca ocupou nenhum cargo público executivo. A experiência administrativa de que se vangloria em sua campanha é no Boca. E os títulos colaboraram para jogar para debaixo do tapete diversas denúncias de negócios escusos. Ele chegou a ser processado pelo governo argentino acusado de contrabando de autopeças.
Desde 1995, o Boca ganhou três Libertadores (2000, 2001 e 2003), seis Campeonatos Argentinos (três Aperturas e três Clausuras), duas Copas Sul-Americanas (2004 e 2005) e duas Recopas Sul-Americanas (2005 e 2006). Além disso, ampliou para três o número de seus títulos mundiais, com as conquistas de 2000 e 2003.
Em seu 13º ano de mandato, Macri pode chegar ao 16º título com a Libertadores-2007. As conquistas internacionais na era Macri superam todas as que foram obtidas antes dele.
O sucesso no futebol levou o cartola à carreira política: fundou o próprio partido, o Pro, (Propuesta Republicana) e, na primeira eleição, ganhou o primeiro turno para a Prefeitura de Buenos Aires, em 2003. Perdeu, porém, no segundo turno. Dois anos depois, sua chapa foi a vencedora na eleição de deputados por Buenos Aires.
Neste ano, Macri cogitou ser candidato a presidente, mas optou pela prefeitura. Obteve 45,62% no primeiro turno e tornou-se favorito contra Daniel Filmus, que teve 23,77%.
Macri se diz representante de uma "nova política": focada nas pessoas, e não em ideologias. Baseia sua campanha em contatos com os cidadãos nas ruas. Costuma ser mais questionado sobre Juan Riquelme do que sobre a cidade.
Neste caso, o presidente do Boca é sincero: disse que é impossível manter o craque, emprestado pelo Villarreal até julho e que recebe 43 mil pesos (R$ 27,4 mil) por dia.
Até o técnico do San Lorenzo, Ramón Díaz, disse que vai votar em Macri. Isso apesar de Filmus, candidato peronista, ser torcedor do clube.
Diplomático, Macri disse que o San Lorenzo poderia ganhar o Clausura, e o Boca, a Libertadores. Ontem, o San Lorenzo venceu o Arsenal por 4 a 2 e faturou o torneio que equivale ao segundo turno do Nacional, mas que tem status de título. Agora, Macri espera que o Boca faça sua parte na quarta-feira.


Texto Anterior: [+]Luxemburgo: Time vai ser remontado
Próximo Texto: Juca Kfouri: Três líderes e um nível só
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.