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Boca impulsi ona cartola na política
Presidente do clube, Mauricio Macri disputa prefeitura de Buenos Aires após a final da Libertadores
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
"A metade mais um." Dessa
maneira a torcida do Boca Juniors costuma se referir a si
mesma, afirmando que essa seria a proporção de torcedores
que o time tem na Argentina.
Presidente do mais popular
clube argentino desde 1995,
Mauricio Macri espera obter
essa maioria no segundo turno
da eleição para a Prefeitura de
Buenos Aires. Não conseguiu
no primeiro turno. Isso em
meio à batalha da Libertadores- pode ser a quinta taça do
time, que a partir de quarta decide o título com o Grêmio.
Embora licenciado, Macri esteve no vestiário antes do jogo
decisivo contra o Deportivo
Cúcuta. Seu apoio foi apontado
pelo técnico Miguel Angel Russo como um dos fatores determinantes para a classificação.
Agora, Macri espera que o
Boca lhe ajude vencendo a Libertadores na próxima semana
-a final, em Porto Alegre, será
quatro dias antes do segundo
turno, marcado para o dia 24.
O dirigente é deputado, engenheiro e herdeiro do grupo empresarial de seu pai, Franco
Macri, um dos maiores da Argentina, mas nunca ocupou nenhum cargo público executivo.
A experiência administrativa
de que se vangloria em sua
campanha é no Boca. E os títulos colaboraram para jogar para
debaixo do tapete diversas denúncias de negócios escusos.
Ele chegou a ser processado pelo governo argentino acusado
de contrabando de autopeças.
Desde 1995, o Boca ganhou
três Libertadores (2000, 2001 e
2003), seis Campeonatos Argentinos (três Aperturas e três
Clausuras), duas Copas Sul-Americanas (2004 e 2005) e
duas Recopas Sul-Americanas
(2005 e 2006). Além disso, ampliou para três o número de
seus títulos mundiais, com as
conquistas de 2000 e 2003.
Em seu 13º ano de mandato,
Macri pode chegar ao 16º título
com a Libertadores-2007. As
conquistas internacionais na
era Macri superam todas as que
foram obtidas antes dele.
O sucesso no futebol levou o
cartola à carreira política: fundou o próprio partido, o Pro,
(Propuesta Republicana) e, na
primeira eleição, ganhou o primeiro turno para a Prefeitura
de Buenos Aires, em 2003. Perdeu, porém, no segundo turno.
Dois anos depois, sua chapa foi
a vencedora na eleição de deputados por Buenos Aires.
Neste ano, Macri cogitou ser
candidato a presidente, mas
optou pela prefeitura. Obteve
45,62% no primeiro turno e
tornou-se favorito contra Daniel Filmus, que teve 23,77%.
Macri se diz representante
de uma "nova política": focada
nas pessoas, e não em ideologias. Baseia sua campanha em
contatos com os cidadãos nas
ruas. Costuma ser mais questionado sobre Juan Riquelme
do que sobre a cidade.
Neste caso, o presidente do
Boca é sincero: disse que é impossível manter o craque, emprestado pelo Villarreal até julho e que recebe 43 mil pesos
(R$ 27,4 mil) por dia.
Até o técnico do San Lorenzo, Ramón Díaz, disse que vai
votar em Macri. Isso apesar de
Filmus, candidato peronista,
ser torcedor do clube.
Diplomático, Macri disse que
o San Lorenzo poderia ganhar o
Clausura, e o Boca, a Libertadores. Ontem, o San Lorenzo venceu o Arsenal por 4 a 2 e faturou
o torneio que equivale ao segundo turno do Nacional, mas
que tem status de título. Agora,
Macri espera que o Boca faça
sua parte na quarta-feira.
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