São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2007

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JUCA KFOURI

Três líderes e um nível só


O que significa a liderança dos invictos Vasco, Botafogo e Corinthians? O leitor que ajude a responder a questão


COM 11 PONTOS em cinco jogos, Vasco, Botafogo e Corinthians lideram o Campeonato Brasileiro e são os únicos invictos da competição.
Muita gente não gosta de que se diga o óbvio: embora seja muito cedo para apontar perspectivas, o fato é que os três ponteiros revelam como anda nivelado, por baixo, o nosso pobre futebol.
Embora o Botafogo seja até capaz de jogar bonito, ainda não provou ter um time competitivo, como mais uma vez ficou demonstrado ao enfrentar o apenas esforçado Palmeiras, no sábado.
Vasco e Corinthians são times tecnicamente modestos que fazem da abnegação a sua melhor qualidade.
E, diga-se, não passaram por nenhum grande teste nessas cinco rodadas iniciais.
Ao Vasco coube jogar com o fragílimo América, com o Sport numa noite especial reservada para Romário, com o Náutico e com os reservas de Fluminense e Grêmio.
Para o Corinthians, a vida não foi até agora muito mais complicada, pois jogou com o esfacelado Juventude, com o confuso Cruzeiro, o esforçado Atlético-MG, os reservas do Santos e com o candidatíssimo ao rebaixamento América, como ontem ficou mais uma vez demonstrado, em Natal.
Já o Botafogo, ao menos, teve o Internacional (fora), o Atlético-MG, o Flamengo, o Grêmio com seus suplentes e o Palmeiras.
É claro que o raciocínio pode ser capenga, porque, como o nivelamento por baixo é geral e irrestrito, dá ao leitor o direito de perguntar quais poderiam ser os adversários tão mais difíceis que os três líderes poderiam ter encontrado.
Os titulares do Santos e do Grêmio, além do São Paulo, seria uma resposta possível.
Possível e até aceitável, embora não inteiramente satisfatória.
Ainda mais que o Santos está em fase de desmonte.
E o Grêmio tem sido grande no Olímpico e pequeno fora dele, mesmo com seu time completo, algo que, se perdurar na quarta-feira, significará a perda da Libertadores para um Boca Juniors que acaba de perder o Campeonato Argentino para o San Lorenzo, que nem estava entre os cinco times argentinos que participaram do torneio continental. Ou seja, lá como cá...
Sobra o São Paulo, que nem de longe é o que foi em tempos recentes, o Galo que o diga, e ainda perderá Josué para a seleção da CBF.
E tem, também, a seleção sub-20, para tirar Willian do Corinthians, Alexandre Pato, autor do gol aquático no Santos, do Inter; Carlos Eduardo do Grêmio; e Renato Augusto do Flamengo, entre outros.
Resta lembrar, para piorar as coisas, que vem aí a janela européia para, quem sabe, enfraquecer ainda mais nossos times.
Se bem que, e esta é a pergunta que gostaria de fazer ao leitor, qual jogador dos líderes, por exemplo, é candidato a ir jogar no exterior? Qual arranca suspiros? Qual leva o torcedor ao estádio só para vê-lo?
Se combinarmos que não vale responder com o nome de Romário, fica o desafio. E a constatação de que dificilmente teremos um grande campeão neste Brasileirão. O que, vá lá, tem um lado positivo: qualquer um pode vir a sê-lo.

blogdojuca@uol.com.br


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