EDUARDO OHATA

"Ele é bom, ninguém consegue tocá-lo. Não gostaria de enfrentá-lo." Esse foi o comentário do campeão dos pesados Evander Holyfield, após assistir no sábado Roy Jones Jr., considerado por especialistas o melhor lutador da atualidade, vencer Reggie Johnson, unificando pela primeira vez em 14 anos os títulos mundiais dos meio-pesados.
Ao final do combate, Jones, impressionado com a facilidade com que dominou Johnson, também mencionou o nome de Holyfield, afirmando que poderia subir de peso para enfrentar os pesados. No passado, Jones recusou uma luta com James Buster Douglas, afirmando que "estaria arriscando sua saúde ao enfrentar esses gigantes", mas parece que mudou de idéia.
A velocidade e agilidade de Jones, suas maiores armas, têm se mantido praticamente inalteradas desde que conquistou seu primeiro título, o dos médios.
A qualidade de Jones impressionou até mesmo o técnico de Holyfield, Don Turner, que trabalhou no córner do rival de Jones no sábado. "É uma situação semelhante àquela quando Michael Jordan atuava na NBA. Havia Jordan e o resto", analisa. "É praticamente impossível golpeá-lo por duas vezes seguidas."
Enfrentar os grandalhões da categoria máxima de peso, porém, é uma história diferente. Só para se ter uma idéia, até hoje apenas um meio-pesado, Michael Spinks (que coincidentemente havia sido o último campeão unificado da categoria), conseguiu conquistar o título dos pesos-pesados, contra um Larry Holmes já em final de carreira. Alguns dos maiores campeões dos meio-pesados de todos os tempos, Archie Moorer e Bob Foster, perderam por nocaute ao tentar bater os grandalhões.
Outro fator que anima Roy Jones Jr. é o fato de no momento não existirem muitos pesados excepcionais. Mas será o suficiente para Jones se convencer de subir de peso e testar a sua sorte na terra dos gigantes? Fica agora a expectativa.

NOTAS

Boxe
A disputa judicial em que a equipe do baiano Acelino "Popó" Freitas é acusado de quebra de contrato pela empresa norte-americana de lutas Banner Productions tem conclusão prevista para hoje, em Las Vegas. Popó é o primeiro do ranking dos superpenas pela Organização Mundial. Se a decisão for favorável ao brasileiro, ele deve, segundo seus empresários, enfrentar o britânico Barry Jones no final do mês. O combate, porém, não será pelo título mundial, ainda em poder do russo Anatoly Alexandrov. No máximo, será sancionado como sendo válido por algo chamado "título interino".

Sumô
No domingo, pela primeira vez na história da modalidade no Brasil, mulheres estarão competindo no Brasileiro de sumô. O torneio acontece na praça da Liberdade, em frente à estação de metrô.

E-mail eohata@folhasp.com.br

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