São Paulo, Terça-feira, 11 de Julho de 2000
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FUTEBOL
Um dia depois da derrota na final da Copa do Brasil, clube começa a fazer reformulação pedida por Levir Culpi
São Paulo dispensa Evair e segura Raí

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após o fracasso na final da Copa do Brasil, contra o Cruzeiro, a diretoria do São Paulo começou a decidir o futuro de seus jogadores. O atacante Evair teve o seu contrato rescindido a pedido do técnico Levir Culpi, enquanto o meia Raí prolongou a sua permanência no clube.
"Já ficou certo que ele vai jogar a Copa dos Campeões (que começa amanhã), depois, nós vamos ver o que acontece. Mas isso não significa que ele vai sair depois dessa competição. O Raí vai jogar aqui até quando ele quiser", disse o diretor de futebol são-paulino José Dias.
Evair, contratado em janeiro, tinha compromisso com a equipe até o final do ano e já está liberado para negociar com outro time.
"Foi uma decisão do treinador", afirmou o diretor de futebol do São Paulo José Dias.
Evair começou o ano como titular, mas acabou perdendo a posição para o meia-atacante Edu.
"O Levir achou que esse era o momento certo para deixar o jogador livre para procurar por um novo time. Todas as equipes estão se reforçando", disse o dirigente.
Antes do jogo decisivo em Belo Horizonte, Evair havia demonstrado a sua insatisfação no clube. O jogador reclamou de sofrer uma perseguição por parte da torcida são-paulina, mas não chegou a dizer se pediria aos dirigentes para ser negociado.
A Folha telefonou ontem para o celular do jogador, das 15h às 18h, mas nenhuma das ligações foi atendida.
A saída de Evair marca o início de uma reformulação planejada por Culpi, desde o começo do ano. Segundo ele, a equipe tem um "desequilíbrio", com excesso de jogadores em algumas posições e carência em outras.
No ataque, Evair tinha França, Edu e Sandro Hiroshi como seus correntes.
Os meias Carlos Miguel e Souza vivem situações parecidas com a de Evair. Os dois viraram reservas e pelo menos um deles deve deixar o clube.
O mais cotado para sair é Carlos Miguel, que interessa ao Grêmio. Na véspera da decisão da Copa do Brasil, o presidente Paulo Amaral garantiu a permanência dele, mas, no dia seguinte, o jogador deixou aberta a possibilidade de se transferir.
Mas o próximo jogador a ter a sua saída anunciada do clube deverá ser o atacante França, que está nos planos da diretoria da Fiorentina (Itália).
As negociações estão adiantadas e o anúncio oficial deve ser feito nos próximos dias.
A Folha apurou que o São Paulo está negociando o jogador por um valor inferior ao que pretendia.
Os são-paulinos esperavam arrecadar pelo menos US$ 20 milhões com a venda do jogador, mas os italianos querem gastar US$ 12 milhões.
A equipe italiana também tem interesse em Leandro, da Lusa, mas a prioridade é o são-paulino.
Os dirigentes evitam dar detalhes sobre a negociação. "Por enquanto, não tenho nada de concreto na minha mão para analisar", afirmou Dias.
Se a venda for concretizada, a partida de anteontem contra o Cruzeiro terá sido a última do jogador pelo São Paulo.
Na mesma situação está o zagueiro Edmílson, que foi negociado com o Arsenal (Inglaterra) e está na seleção brasileira.
O jogador ainda não sabe quando irá se apresentar ao novo clube. Ele fará exames médicos e depois assinará contrato.
Edmílson até já acertou o seu salário com os ingleses.
Assim que Edmílson se apresentar ao Arsenal, César, do Paris Saint-Germain chegará ao Morumbi. A compra do jogador pelo São Paulo já foi definida.
O Olympique (França) tem interesse no atacante Marcelinho, mas o jogador deve permanecer na equipe brasileira.
Ontem, os jogadores do São Paulo tiveram o dia de folga. Hoje, eles se reapresentam ao técnico e seguem para Maceió, onde fazem a sua primeira partida na Copa dos Campeões. O jogo será quarta-feira, contra o Vitória-BA.
A principal preocupação de Culpi é conseguir motivar os jogadores para disputa, que ganhou importância para o time com a derrota na final da Copa do Brasil, pois o torneio vale uma vaga na Libertadores.
A principal meta do time este ano e assegurar presença na disputa continental. Se vencesse a Copa do Brasil, Culpi tentaria convencer a diretoria a deixá-lo usar um time reserva no torneio , mas teve que mudar de idéia.


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