São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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VÔLEI

Após perder cinco titulares, seleção feminina, com base juvenil, descarta pódio e joga torneio em busca de experiência

Brasil estréia como zebra no Grand Prix

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Montada às pressas após a debandada de cinco titulares, com uma base jovem e destreinada, a seleção feminina estréia amanhã no Grand Prix em busca de experiência, situação bem diferente da que viveu nos últimos dez anos em que figurou entre as favoritas a todos os títulos que disputou.
O time brasileiro faz seu primeiro jogo na terceira competição mais importante do vôlei -atrás apenas da Olimpíada e do Mundial- contra a Alemanha na próxima madrugada, às 4h (de Brasília), em Tóquio. O Brasil é recordista em títulos do torneio. Foi campeão em 1994, 1996 e 1998.
"Não temos o objetivo de chegar ao pódio. Queremos dar bagagem às jogadoras para chegarmos em um nível um pouco melhor ao Mundial [no fim de agosto"", disse o técnico Marco Aurélio Motta.
O treinador está no Japão com um time que teve apenas cerca de 20 dias e três amistosos para adquirir entrosamento. A base é formada por atletas que conquistaram o Mundial juvenil, em 2001.
A única remanescente do time medalha de bronze em Sydney-2000 é a meio-de-rede Karin. A mais velha da equipe, Arlene, 32, havia sido convocada para atuar como líbero na seleção pela primeira vez e agora terá de jogar como atacante por causa de contusões no grupo (leia texto abaixo).
"Infelizmente, há situações que fogem do controle. Mas será uma boa chance de as meninas crescerem. Elas compraram a briga de transformar o grupo em um time. Temos tudo para fazer uma participação honrosa", disse Motta.
Os problemas da seleção atingiram o auge em meados de junho, quando quatro titulares -Érika, Raquel, Fofão e Walewska - pediram dispensa alegando dificuldade de relacionamento com Motta. Em seguida, foi a vez de Virna, por problemas pessoais.
Apesar de saber que, sem essas cinco atletas, a seleção tem chances remotas de subir ao pódio neste ano, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) deu aval para Motta fazer uma renovação radical, visando montar um time competitivo para Atenas-2004.
O Brasil já enfrentou as alemãs em dois amistosos, em junho, antes da Volley Masters, quando contava com as titulares. Perdeu ambos. "Elas têm um bloqueio bem armado e um ataque forte nas pontas. Mas estou mais preocupado com a formação do nosso time. Esse é o foco", disse Motta.
No Grand Prix, as oito seleções são divididas em dois grupos diferentes a cada fim de semana e jogam entre si. Após três rodadas, as três com maior pontuação se classificam para a fase final, que já conta com a China, o país-sede.



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