São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2008

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São Paulo tenta segurar toalha

Rogério ensaia otimismo na volta do Recife, mas admite que hexa corre risco se time perder clássico

Equipe não pode mais perder pontos, diz o técnico Muricy Ramalho, que, às vésperas de enfrentar o Palmeiras, declara não sentir pressão


MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os resultados preocupam, o próximo jogo é um clássico, a obrigação é vencer.
Assim se manifestaram ontem os jogadores do São Paulo, cientes de que outra derrota pode criar sérios problemas para a campanha. A expressão da maioria dos atletas era de seriedade, numa chegada a São Paulo (após a derrota para o Náutico) em que os muitos pedidos de autógrafo pareciam alheios à preocupação que o time sente.
"Se não vencermos o Palmeiras, fica bastante difícil continuarmos pensando em título", afirmou o goleiro Rogério.
O difícil era manter um discurso otimista depois que o time entrou numa inesperada seqüência de maus resultados: um empate contra o frágil Ipatinga e uma derrota de virada no Recife, anteontem.
Foi apenas a segunda derrota são-paulina em dez jogos no Nacional -e a primeira fora de casa, após uma invencibilidade de oito partidas no Brasileiro-, mas o jogador mais experiente da equipe já sente que é o bastante para se preocupar.
"Não podemos pensar em outro resultado que não seja a vitória contra o Palmeiras", afirmou o goleiro Rogério, tentando demonstrar otimismo no desembarque em Guarulhos após voltar do Recife. "Alguns times passaram dos 20 pontos, e nós estacionamos nos 14. Não é só o [líder] Flamengo. Mas também os outros clubes que estão à nossa frente."
O camisa 1 disse ser preciso voltar a somar pontos porque depois ficará difícil recuperar. Sua esperança é a de que o clássico do domingo iguale as forças entre os rivais paulistas.
"Nosso time ainda não conseguiu mostrar o futebol que todos esperam. Mas domingo é um clássico, e os dois times vão chegar em condições iguais", ressaltou o goleiro.
Os outros jogadores ecoavam o sentimento exposto por Muricy Ramalho após a derrota para o Náutico (2 a 1): o time do Morumbi anda abusando do direito de perder pontos.
"Temos de ganhar fora de casa e, infelizmente, não estamos conseguindo. E, no Brasileiro, só tem sucesso quem vence também fora", afirmou o técnico, que declarou não se sentir sob pressão no cargo.
Se houve espaço para satisfação, foi o fato de a equipe ter criado mais chances diante do Náutico. Muricy elogiou a atitude ofensiva, mas lamentou as chances perdidas, assim como o atacante Borges, um dos vice-artilheiros do Brasileiro, com seis gols. Marcinho, do Flamengo, anotou sete.
"Eu mesmo só não fiz outro gol porque o zagueiro salvou. Mas podemos vencer o Palmeiras, vai ser outro jogo", declarou o autor do gol no Recife.
Outro que tentou manter o otimismo na pauta do aeroporto de Cumbica foi o volante Richarlyson, que não vê motivos para uma crise ainda.
Segundo o atleta, a responsabilidade da equipe é ganhar moral no campo, e a grande chance para isso é uma vitória contra os rivais da semifinal do Paulista, vencida pelos verdes.
"Vamos nos preparar para fazer uma grande partida", completou Richarlyson, que vive a expectativa de ser mantido na equipe contra o Palmeiras.


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