São Paulo, domingo, 11 de agosto de 2002

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SUL-AMERICANO

Maior delegação dos Jogos, país tem produtividade inferior à de Argentina e Venezuela na competição

Com equipe inchada, Brasil colhe ouros

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A farta colheita de medalhas do Brasil nos Jogos Sul-Americanos, que serão encerrados hoje, deve-se, em grande parte, à inchada delegação do país na competição.
Nunca o Brasil teve tantos atletas participando de uma edição dos Jogos promovidos pela Odesur (Organização Desportiva Sul-Americana). Neste ano, 429 competidores atuam nas quatro cidades-sedes brasileiras (Rio, São Paulo, Curitiba e Belém).
Pela primeira vez, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) deu tal importância aos Jogos. Para a edição anterior, disputada em Cuenca, no Equador, há quatro anos, viajaram 160 atletas -era, até então, a maior delegação do país.
Com os Jogos sendo disputados no Brasil, o número de atletas do país teve um aumento de 168%.
Na primeira competição, em La Paz-1978, 14 atletas do país viajaram à Bolívia -apenas uma medalha foi conquistada na ocasião.
Ainda sofrendo os efeitos de uma grave crise econômica, a Argentina, maior rival do país na maioria dos esportes, teve que diminuir as despesas. No Brasil, o time argentino conta com 292 atletas -137 a menos que os anfitriões. Mesmo assim, foi a segunda maior equipe dos Jogos.
Apesar de contar com uma delegação muito maior que a de seus principais adversários, o Brasil não teve uma grande produtividade na conquista de medalhas.
Até o fim das competições de anteontem, o país ganhara 234 medalhas (103 de ouro, 72 de prata e 59 de bronze). Ou seja, o time brasileiro conseguiu uma conquista para cada 1,83 atleta.
A Argentina, que até anteontem estava em terceiro, com 179 medalhas, obteve uma para cada 1,63 competidor que trouxe ao país.
A Venezuela, que viajou com com 240 atletas, estava em segundo, com 195 medalhas. Ou seja, uma para cada 1,23 atleta.
A fartura de medalhas também é explicada pelo subdesenvolvimento esportivo dos rivais brasileiros na América do Sul.
Duas modalidades -atletismo e natação- foram responsáveis por 52,4% dos ouros do país.
No atletismo, o Brasil obteve 33 das 44 medalhas de ouro. Ao todo, foram 64 conquistas na modalidade, disputada em Belém. A Argentina, segundo lugar no atletismo, ganhou só cinco ouros.
"Foi válida nossa participação. Pela primeira vez, disputamos todas as provas. Mas a competição mostrou que nossa liderança na América do Sul é muito larga", disse José Haroldo Loureiro Gomes, treinador-chefe da equipe brasileira de atletismo nos Jogos.
O domínio também foi bastante amplo na natação. Das 30 medalhas de ouro em disputa, 21 não saíram do país -foram 42 conquistas no total. A Venezuela, que ficou em segundo lugar, obteve quase a metade (22 medalhas).


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