|
São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003
 |
 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOXE Brasileiro derruba Jorge Barrios e tem vitória por nocaute no último assalto Após 2 quedas, Popó vence argentino e mantém título
ADALBERTO LEISTER FILHO DA REPORTAGEM LOCAL Parecia que Acelino Freitas, o Popó, 27, perderia o título dos superpenas da Associação e da Organização Mundial de Boxe. No combate contra o argentino Jorge Barrios, disputado na madrugada de ontem, em Miami, Popó chegou a sofrer duas quedas, no oitavo e no 11º assalto. Nos últimos segundos do penúltimo round, porém, o brasileiro acertou um direto de direita em Barrios. O adversário cambaleou e caiu -foi salvo pelo gongo. Alucinados, os membros do córner do argentino tentaram de tudo para recuperar o desafiante para o último round da luta. Barrios perdia muito sangue em um corte no supercílio esquerdo. Sem condições de se defender, o desafiante levou novo direto de direita e sofreu sua segunda queda. Ainda se levantou, mas sem condições de prosseguir. "Estava me guardando para o 12º assalto. Sabia que, no final, ele estaria desgastado", afirmou Popó à Folha, por telefone. Com o sucesso em sua décima defesa de título, o pugilista chegou a 34 vitórias (31 por nocaute). O lutador dedicou a vitória ao seu pai, Niljalma, morto em novembro do ano passado, que sofria de câncer na garganta. "Meu pai estava comigo. Se ele estivesse vivo, estaria na platéia, acompanhando a luta", disse o brasileiro, que obteve a vitória justamente na madrugada do Dia dos Pais, comemorado ontem. Durante a semana, Popó e Barrios haviam trocado farpas. O brasileiro afirmara que derrubaria Barrios no segundo round. O desafiante, dono agora de um cartel com 39 vitórias (29 nocautes), um empate e duas derrotas, retrucou dizendo que o campeão deveria "cortar seu cordão umbilical", em referência ao fato de Zuleica, mãe de Popó, ter viajado a Miami para acompanhar o filho. "Mas é melhor que ela esteja lá. Será a única capaz de reconhecê-lo depois da luta", provocou. Popó começou o combate estudando bem o rival. Sem tomar muita iniciativa de ataque, o brasileiro só conseguiu acertar um bom golpe, um upper de direita, quase no fim do primeiro assalto. Barrios partiu para cima no round seguinte, mas sem objetividade. Com contragolpes rápidos, Popó acertou o rival no terceiro assalto. Aberto, o supercílio de Barrios começou a sangrar. Contraditoriamente, enquanto perdia sangue em profusão, o argentino partia para o ataque, acertando mais golpes nos rounds seguintes. No quinto assalto, Popó escorregou e caiu no canto do ringue. Três rounds depois, o desafiante acertou um direto de direita. O brasileiro sofreu queda, mas voltou ao combate em seguida. "Em nenhum momento achei que iria perder meus cinturões [da AMB e OMB]. Estava apenas aguardando o momento certo de atacar", afirmou o brasileiro. Com boas sequências de golpes, visando a desgastar o argentino, o campeão reequilibrou a luta. No décimo assalto, Barrios voltou ao ataque, mas não conseguia acertar Popó. No assalto seguinte houve nova caída do brasileiro, que, no contra-ataque, devolveu a queda e definiu o combate. Esse pode ter sido um dos últimos combates de Popó como superpena. "Tenho mais uma luta no contrato com a Showtime. Depois, quero subir de categoria [para os leves]. Com a idade, acumulamos gordura e fica mais difícil manter o peso", contou. Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Indy: Liderança de Junqueira dura só uma semana Índice |
|
|
