São Paulo, Quarta-feira, 11 de Agosto de 1999
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FUTEBOL
Equipe de Scolari diminui número de desarmes no Brasileiro-99
Palmeiras inicia busca por "virilidade perdida"

FERNANDO MELLO
da Reportagem Local

O Palmeiras inicia hoje uma batalha para voltar a atuar da maneira que seu técnico, Luiz Felipe Scolari, mais gosta. Foi com um time com marcação forte e muita pegada que a equipe paulista conquistou o título mais importante de sua história, a Taça Libertadores da América, neste ano.
O time enfrenta o Atlético-MG, às 21h40, no estádio Independência, em Belo Horizonte.
De acordo com números do Datafolha, o Palmeiras é o segundo time com pior índice de desarmes por partida do Brasileiro-99.
Com 115,3 bolas tiradas dos adversários por jogo, a equipe só ganha do Juventude (108) entre os 22 times que participam do Brasileiro. A média do campeonato é de 137 desarmes por disputa.
Na Libertadores, por exemplo, a equipe paulista realizava 139,3 desarmes por partida. No Brasileiro-98, sua média era de 134,9.
Por coincidência, o Palmeiras foi dominado pelo Atlético-PR no último domingo, quando só empatou no último minuto. Os paranaenses são os campeões na marcação, realizando 158,7 desarmes.
Outra marca de Luiz Felipe Scolari, a de dirigir times que normalmente são faltosos, foi esquecida. No Brasileiro-99, o Palmeiras é a equipe que menos comete infrações, apenas 22,7 por jogo. O campeão em faltas é o Santos (39).
Em dois anos da era Scolari no Palmeiras, a equipe nunca foi o time menos violento da competição em disputa.
E os jogadores pretendem, a partir de hoje, mudar essa situação. "Às vezes, é necessário que o time jogue mais duro, pare as jogadas com faltas. Não estou defendendo a violência, mas as infrações são uma ferramenta que temos que saber usar a nosso favor", afirmou o meia Zinho.
O técnico Luiz Felipe Scolari concorda com ele. "Nunca mandei meu time bater. Mas todos os treinadores pedem para seus atletas pararem as jogadas", disse.
Para ele, há uma predisposição dos árbitros em relação ao Palmeiras. "Meus jogadores têm medo de cometer faltas porque os juízes estão sempre contra nós. Se a minha equipe fizer 15 faltas, vou tomar três cartões. Já os adversários podem fazer 50 que vão levar só um. E isso é por causa da influência da imprensa, que diz que eu mando meus jogadores baterem", declarou o treinador.
Scolari diz que a diminuição da "pegada" de seu time nada tem a ver com o fato de estar jogando com três atacantes. "Meu time está devagar mesmo, por tudo o que fez no primeiro semestre. Jogamos 52 jogos. Nenhuma equipe do Brasil fez o esforço que nós fizemos. Depois de uma pausa, é normal que o time ainda não esteja com aquele ritmo de jogo, aquela força", afirmou.

Desfalques
O atacante Paulo Nunes, que tinha sido relacionado para a partida de hoje, não viajou para Belo Horizonte. O jogador sentiu uma pancada no joelho direito, quando trombou com um atleticano no domingo, e não se recuperou. Euller deve entrar em seu lugar.
Outro desfalque é o zagueiro Roque Júnior, cujo contrato com o Palmeiras terminou ontem. Rivarola, que tem sido bastante criticado pela torcida, continua na zaga, ao lado de Cléber.
Scolari reintegrou o zagueiro Agnaldo ao elenco palmeirense. O jogador, acima do peso ideal, vinha treinando separado de seus companheiros.
No meio, a novidade é a volta de Alex, que estava defendendo a seleção brasileira. "Quero usar o Alex pelo menos durante 45 minutos para dar mais qualidade ao time", declarou o treinador.
NA TV - Globo e Bandeirantes, ao vivo, a partir das 21h40 (menos para Belo Horizonte)


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