São Paulo, Quarta-feira, 11 de Agosto de 1999
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Profecias de Nostradamus

JOSÉ ROBERTO TORERO
da Equipe de Articulistas

Não sei se o leitor sabe, mas hoje é o último dia do mundo. Isso, é claro, segundo Michel de Nostradamus, um adivinho tão confiável quanto os economistas do Banco Central.
Por via das dúvidas, eu, de minha parte, fiz o que era necessário: algumas preces e muitas compras no cartão de crédito.
Segundo os que crêem no apocalipse para hoje, o sinal mais claro de que este será realmente o dia final é o eclipse que acontecerá sobre Bangladesh.
Então, quando a Lua encobrir o Sol, nós deixaremos de existir.
Como não confio em interpretações de segunda mão, fui eu mesmo pesquisar as 940 quadras de Nostradamus.
Lá encontrei as 15 que predizem nosso fim. Para gáudio derradeiro de meus três leitores, transcrevo-as aqui:

O último dos dias
de nossas alegrias
terá fatos incríveis,
até mesmo impossíveis.
A Lua vai crescer,
e o Sol vai apagar.
As trevas irão nascer,
e luz não vai restar.

Uma chuva incandescente
do céu virá inclemente.
Narciso jogará feito gente
e fará um lance inteligente.

O mar Oceano rugirá,
causando um redemoinho,
e nesse dia não quebrará
o motor de um tal Rubinho.

Ricardo Teixeira vai passar
na alfândega ao chegar.
Dará um beijo em Pelé
e na Nike um pontapé.

Odvan, o guerreiro feroz,
num atacante fará carinho,
mas o mais atroz
será Giovanni dar carrinho.

Irromper vulcões irão,
e a lava vai escorrer,
todos pasmos estarão
ao ver o Souza correr.

Vacas a pastar no prado,
os ventos levantarão,
e Neto soltará o brado:
"Chega de macarrão!".

O Zonta irá vencer,
terá insônia o Alex,
e Eurico vai dizer:
"Dura-lex, sed-lex".

Arce errará cruzamento,
Gamarra vai dar chutão.
Marcará impedimento
Márcio Rezende com razão.

Cléber jogará como um lorde.
Rincón guardará o cotovelo.
Zagallo pintará o cabelo.
Felipão raspará o bigode.

As pilantras serão presas,
da menor até a chefe.
E neste dia de surpresas
revoga-se a CPMF.

O mundo irá a pique,
bancos ficarão sem cobres.
Até Fernando Henrique,
fará algo pelos pobres.

Quem é alvo negro será,
os pretos brancos serão,
Celso Pitta gritará:
"Sou contra a corrupção!".

A natureza pregará peças
no dia do sol sem rosto.
Enfim, do mundo se despeça,
no dia 11 de agosto.

Não sei o que o leitor sentiu ao ler essas profecias.
Eu, confesso, fiquei mais tranquilo.
Até a próxima semana.

E-mail torero@uol.com.br


José Roberto Torero escreve às quartas

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