São Paulo, Quarta-feira, 11 de Agosto de 1999
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TÊNIS
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THALES DE MENEZES

Mais de uma centena de mensagens entupiram o correio eletrônico deste colunista depois do texto da semana passada, que apontou a insignificância do torneio de tênis dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg.
A conquista da medalha de ouro nas duas chaves de duplas foi usada como argumento de contestação dos leitores. Muitos, também, louvaram o tom "amadorístico" do Pan, que não atrai as estrelas milionárias, apenas "atletas com espírito de equipe e orgulho de defender seu país".
Responder especificamente sobre o Pan seria tedioso, mas a hora é boa para uma explicação sobre o caráter da coluna.
O assunto aqui é tênis. A idéia é enfocar o melhor tênis do planeta. Muita gente pede uma cobertura do esporte no Brasil, querendo comentários e divulgação de torneios nacionais, principalmente juvenis.
Já que o espaço de uma coluna semanal é pequeno, o foco é o circuito profissional, onde jogam os melhores. Da mesma maneira que o noticiário de futebol fala do Corinthians e do Flamengo, e não do Santa Cruz dos Prazeres Futebol Clube.
Dessa forma, a coluna presta mais serviço a um jovem tenista brasileiro falando de Pete Sampras do que noticiando torneios menores. Porque o objeto do desejo de futuros tenistas ou meros fãs do esporte é o circuito profissional, da ATP e da WTA.
Há uma diferença estratosférica entre um jogo Andre Agassi contra Gustavo Kuerten, por exemplo, e qualquer partida de tênis em Winnipeg. A mesma diferença que existe entre Fórmula 1 e Fórmula Vauxhall, entre NBA e Jogos Abertos do Interior.
Então, ninguém está aqui para desmerecer o Pan ou o ouro das duplas brasileiras. Tanto é que o jornal deu o merecido espaço na cobertura. Mas esta coluna tem a proposta de ser, na medida de seus modestos recursos, uma ligação dos leitores com o melhor do tênis. E, definitivamente, o melhor do tênis não estava em Winnipeg.

NOTAS

Outra gangorra
Falando do circuito feminino, já que outra reclamação constante dos leitores é o espaço maior dado aos torneios da ATP, Martina Hingis voltou ao topo nesta semana. E, se o posto mais alto do ranking masculino já teve cinco donos nesta temporada, a disputa pela liderança da WTA também está frenética, embora limitada a uma gangorra entre Hingis e Lindsay Davenport. Pelo jeito, o tênis desse final de século é mesmo um pega-pra-capar.

Derrocada
A punição imposta a Petr Korda (perda de pontos e multa, sem suspensão), que teve exame antidoping positivo em Wimbledon-98, foi considerada branda nos bastidores do circuito. Mas parece ter sido suficiente para nocautear o tcheco, na época um "top ten". Atual número 122 do ranking, Korda ganhou apenas dois jogos nos últimos dez torneios.

E-mail thales@folhasp.com.br


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