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TÊNIS
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THALES DE MENEZES
Mais de uma centena de mensagens entupiram o correio eletrônico deste colunista depois do
texto da semana passada, que
apontou a insignificância do
torneio de tênis dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg.
A conquista da medalha de
ouro nas duas chaves de duplas
foi usada como argumento de
contestação dos leitores. Muitos,
também, louvaram o tom "amadorístico" do Pan, que não atrai
as estrelas milionárias, apenas
"atletas com espírito de equipe e
orgulho de defender seu país".
Responder especificamente sobre o Pan seria tedioso, mas a
hora é boa para uma explicação
sobre o caráter da coluna.
O assunto aqui é tênis. A idéia
é enfocar o melhor tênis do planeta. Muita gente pede uma cobertura do esporte no Brasil,
querendo comentários e divulgação de torneios nacionais,
principalmente juvenis.
Já que o espaço de uma coluna
semanal é pequeno, o foco é o
circuito profissional, onde jogam os melhores. Da mesma
maneira que o noticiário de futebol fala do Corinthians e do
Flamengo, e não do Santa Cruz
dos Prazeres Futebol Clube.
Dessa forma, a coluna presta
mais serviço a um jovem tenista
brasileiro falando de Pete Sampras do que noticiando torneios
menores. Porque o objeto do desejo de futuros tenistas ou meros
fãs do esporte é o circuito profissional, da ATP e da WTA.
Há uma diferença estratosférica entre um jogo Andre Agassi
contra Gustavo Kuerten, por
exemplo, e qualquer partida de
tênis em Winnipeg. A mesma diferença que existe entre Fórmula 1 e Fórmula Vauxhall, entre
NBA e Jogos Abertos do Interior.
Então, ninguém está aqui para desmerecer o Pan ou o ouro
das duplas brasileiras. Tanto é
que o jornal deu o merecido espaço na cobertura. Mas esta coluna tem a proposta de ser, na
medida de seus modestos recursos, uma ligação dos leitores
com o melhor do tênis. E, definitivamente, o melhor do tênis
não estava em Winnipeg.
NOTAS
Outra gangorra
Falando do circuito feminino, já que outra reclamação
constante dos leitores é o espaço maior dado aos torneios da
ATP, Martina Hingis voltou ao
topo nesta semana. E, se o posto mais alto do ranking masculino já teve cinco donos nesta
temporada, a disputa pela liderança da WTA também está
frenética, embora limitada a
uma gangorra entre Hingis e
Lindsay Davenport. Pelo jeito,
o tênis desse final de século é
mesmo um pega-pra-capar.
Derrocada
A punição imposta a Petr
Korda (perda de pontos e multa, sem suspensão), que teve
exame antidoping positivo em
Wimbledon-98, foi considerada branda nos bastidores do
circuito. Mas parece ter sido
suficiente para nocautear o
tcheco, na época um "top ten".
Atual número 122 do ranking,
Korda ganhou apenas dois jogos nos últimos dez torneios.
E-mail thales@folhasp.com.br
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