São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Muito cedo


Apesar de ser só o início de trabalho de alguns técnicos de seleções, já dá para tirar boas conclusões precipitadas

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

INÍCIO de trabalho normalmente acompanha um período ""café-com-leite", aquela canja que é dada para o profissional poder se adaptar e conhecer bem onde pisa.
Precipitada, a coluna ignora essa fase e já tira conclusões dos novos comandantes de algumas das principais seleções européias. Se bem que Fabio Capello parece estar há séculos à frente do English Team.
Esqueça aquele catastrófico 2 a 3 (Carson; Richards, Campbell, Lescott e Bridge; Wright-Philips, Lampard, Barry, Gerrard e Joe Cole; Crouch) ante a Croácia em Wembley. São tempos de 4 a 1 (David James; Wes Brown, Ferdinand, Terry e Ashley Cole; Walcott, Lampard, Barry e Joe Cole; Heskey e Rooney) no campo rival, mesmo esse sendo o concorrente mais perigoso à vaga.
Defesa, meio e ataque fortes, à altura da Premier League. Capello deu firmeza ao setor defensivo sem tirar experiência, colocou dinamismo no meio-campo sem perder a saída pelas alas, e incrementou a parte ofensiva com talento e poder de conclusão sem esquecer do aspecto físico. Não dá para comparar Sven-Göran Eriksson (o México vai à Copa... para participar) com Fabio Capello (a Inglaterra vai... e para ganhar).
Vicente del Bosque, que herdou a campeã européia, já apontou para futuro e presente ao não chamar seu amado Raúl nem quando Niño Torres se contundiu. Bojan ficou na reserva ao lado de Fàbregas, sinal de que a Euro pesa sobre Del Bosque.
Junho já não tem muita influência para Marcelo Lippi. O tetra em 2006 ainda está mais fresco, como a capitania de Cannavaro e, claro, a confiança em Del Piero na etapa final. Portugal não é mesmo mais de Felipão. Carlos Queiroz preserva os ""brazucas" Pepe e Deco porque são ótimos. Ricardo, goleiro de confiança de Scolari, agora vê Quim pela TV.
E Danny, candidato a cara da era (?) Queiroz, saiu da reserva ontem antes de o time ruir. Bigodes de molho!
E a minha Holanda? Bom, não é mais minha, virou mesmo ""Família Van Marwijk": Van Bommel, genro do técnico, joga sempre, só não virou capitão (agora é Van Bronckhorst) porque nepotismo é algo démodé.

MUITO ANTES
Marcelo Bielsa é um técnico conceituado no futebol sul-americano.
E um conceito parece acompanhar sua carreira: desde que despontou no continente como um promissor da prancheta, tem extrema dificuldade para bater times brasileiros.

MUITO CEDO
Não dá para dizer ainda que Luxemburgo é a ""sensação" das eliminatórias européias, mas os 2 a 1 fora de casa sobre a Suíça do veterano Ottmar Hitzfeld, 60, é surpreendente. Obra do luxemburguês (não é a língua de Vanderlei Luxemburgo, claro) Guy Hellers, 43, técnico que colocou no segundo tempo o autor do gol do triunfo: Leweck.

rbueno@folhasp.com.br


Texto Anterior: Bate-papo: Repórter da Folha fala sobre a seleção
Próximo Texto: Juca Kfouri: Viva o torcedor brasileiro!
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.