São Paulo, Sábado, 11 de Setembro de 1999
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STOP&GO
Dar um tempo

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Barrichello parece ter começado bem em seu novo posto de trabalho. Dizem que, com propriedade e segurança, conduziu bem os primeiros interrogatórios. O principal, porém, é ter reconhecido que seu papel, pelo menos por enquanto, será o de segundo piloto. Na verdade, Barrichello não tinha outra saída se não reconhecer que existe um sujeito chamado Schumacher no time. O melhor que pode e poderá fazer é dar tempo ao tempo e mostrar trabalho.
E isso ele terá de sobra pela frente. Apenas este ano os italianos perceberam que de fato era preciso um segundo homem no time. Irvine, o escudeiro, de uma hora para outra se transformou na única esperança. E, após um início auspicioso, a coisa já parece ter ido para o espaço.
Se a festa é para Barrichello, sobra pressão para o irlandês. Por mais que tenha dito à exaustão que estava farto da sombra de Schumacher e que isso era suficiente para abrir mão da vaga ferrarista, seu futuro fica agora restrito à ainda limitada realidade da Stewart.
Por mais que a Ford pinte o carro e ponha milhões no projeto da Jaguar, é difícil crer que o ex-time de Jackie Stewart consiga dar um salto de qualidade superior ao obtido até agora.
O que a Stewart fez neste ano já foi por demais surpreendente. Claro, irá evoluir. Mas a velocidade desse desenvolvimento tende a diminuir, assim funciona a F-1. Ou seja, Irvine tem que levar o doce agora, pois nos próximos anos ele será apenas um projeto distante.
E nada indica que ela vá conseguir. Como já foi dito, a Ferrari dará total apoio. Mas está claro com os inúteis testes de Schumacher e a exaltação a Barrichello, em pleno autódromo de Monza, que poucos em Maranello acreditam na capacidade de seu atual primeiro piloto.
Confirmado isso, o campeonato está nas mãos de Coulthard, por incrível que pareça. Tomará que a fechada em Spa tenha sido pra valer.

NOTAS

Schumacher
Relatam que o alemão meteu a boca em Barrichello, afirmando que sua preferência era por Irvine. Como Senna, Schumacher tem por premissa aniquilar companheiros de equipe. Assim procedeu com todos que passaram pela equipe. Mas a Ferrari mudou sua política e fez isso em busca de resultado, o que abre uma chance, mesmo que pequena, para Barrichello.

Prost
Apesar de as coisas andarem de mal a pior, a Peugeot garantiu que não quebrará o contrato com o francês, que só termina no final de 2000. Na verdade, Prost é que forçou uma situação para pressionar a montadora. O tetracampeão trabalha com a perspectiva de se tornar uma espécie de segundo time para a Mercedes no futuro, algo que só vai ocorrer quando a hegemonia da McLaren acabar. Até lá, Prost só poderá contar com os próprios meios.

E-mail mariante@uol.com.br


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