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STOP&GO
Dar um tempo
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Barrichello parece ter começado bem em seu novo posto de
trabalho. Dizem que, com propriedade e segurança, conduziu
bem os primeiros interrogatórios. O principal, porém, é ter reconhecido que seu papel, pelo
menos por enquanto, será o de
segundo piloto. Na verdade,
Barrichello não tinha outra saída se não reconhecer que existe
um sujeito chamado Schumacher no time. O melhor que pode
e poderá fazer é dar tempo ao
tempo e mostrar trabalho.
E isso ele terá de sobra pela
frente. Apenas este ano os italianos perceberam que de fato era
preciso um segundo homem no
time. Irvine, o escudeiro, de uma
hora para outra se transformou
na única esperança. E, após um
início auspicioso, a coisa já parece ter ido para o espaço.
Se a festa é para Barrichello,
sobra pressão para o irlandês.
Por mais que tenha dito à
exaustão que estava farto da
sombra de Schumacher e que isso era suficiente para abrir mão
da vaga ferrarista, seu futuro fica agora restrito à ainda limitada realidade da Stewart.
Por mais que a Ford pinte o
carro e ponha milhões no projeto da Jaguar, é difícil crer que o
ex-time de Jackie Stewart consiga dar um salto de qualidade superior ao obtido até agora.
O que a Stewart fez neste ano
já foi por demais surpreendente.
Claro, irá evoluir. Mas a velocidade desse desenvolvimento
tende a diminuir, assim funciona a F-1. Ou seja, Irvine tem que
levar o doce agora, pois nos próximos anos ele será apenas um
projeto distante.
E nada indica que ela vá conseguir. Como já foi dito, a Ferrari dará total apoio. Mas está claro com os inúteis testes de Schumacher e a exaltação a Barrichello, em pleno autódromo de
Monza, que poucos em Maranello acreditam na capacidade de
seu atual primeiro piloto.
Confirmado isso, o campeonato está nas mãos de Coulthard,
por incrível que pareça. Tomará
que a fechada em Spa tenha sido
pra valer.
NOTAS
Schumacher
Relatam que o alemão meteu
a boca em Barrichello, afirmando que sua preferência era
por Irvine. Como Senna, Schumacher tem por premissa aniquilar companheiros de equipe. Assim procedeu com todos
que passaram pela equipe. Mas
a Ferrari mudou sua política e
fez isso em busca de resultado,
o que abre uma chance, mesmo
que pequena, para Barrichello.
Prost
Apesar de as coisas andarem
de mal a pior, a Peugeot garantiu que não quebrará o contrato com o francês, que só termina no final de 2000. Na verdade, Prost é que forçou uma situação para pressionar a montadora. O tetracampeão trabalha com a perspectiva de se tornar uma espécie de segundo time para a Mercedes no futuro,
algo que só vai ocorrer quando
a hegemonia da McLaren acabar. Até lá, Prost só poderá
contar com os próprios meios.
E-mail mariante@uol.com.br
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