|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Piloto corre por Schumacher e pelo Mundial de Construtores
Barrichello enfrenta teste de fogo como escudeiro
DO ENVIADO A SUZUKA
Rubens Barrichello terá no GP
do Japão sua missão mais delicada desde que chegou à Ferrari.
Nunca, nas últimas quatro temporadas, a equipe precisou tanto
de seu trabalho como escudeiro.
Com Michael Schumacher planejando uma prova cautelosa, o
brasileiro terá liberdade para lutar
pela vitória. Mais do que isso: o
primeiro lugar, barrando a única
chance de Kimi Raikkonen lutar
pela taça, será uma obrigação.
Barrichello terá a responsabilidade, ainda, de garantir à Ferrari
o 13º Mundial de Construtores de
sua trajetória, o quinto em série.
"Rubens vai vencer aqui no domingo", disse, em Suzuka, o pentacampeão. "Eu vou chegar em
oitavo. Assim, independentemente do que Ralf [Schumacher]
e Juan Pablo [Montoya] fizerem,
o Mundial será nosso."
Schumacher se referia à dupla
da Williams. A equipe inglesa está
três pontos atrás da Ferrari no
campeonato e é a única ainda em
condições de batalhar pelo título.
Barrichello, que não vive um
bom ano e é apenas o quinto colocado no Mundial de Pilotos, não
esconde que vai correr para ajudar o alemão e a Ferrari.
"Foi um ano muito duro para
mim. A frustração de não vencer
o GP Brasil foi grande. Mas eu
sempre trabalhei em equipe. Se
puder ajudar meu companheiro a
ser campeão, é claro que o farei."
Com 55 pontos, o brasileiro ostenta a mesma pontuação do sexto, Fernando Alonso, da Renault
-ele só leva vantagem no terceiro critério de desempate, número
de terceiras colocações.
"Encerrar o campeonato comemorando o Mundial de Construtores seria bom, ótimo", completou Barrichello, que, na melhor
das hipóteses, pode terminar a
temporada na quarta colocação
entre os pilotos, superando na
prova do Japão Ralf Schumacher,
que soma 58 pontos.
O retrospecto de Barrichello em
Suzuka, porém, não é nada animador. Em dez corridas no circuito japonês, ele chegou apenas
uma vez ao pódio, em 2002. Além
disso, tem só um quarto lugar (em
2000) e um quinto (em 2001).
"Nunca tive muita sorte aqui,
mas eu gosto do circuito. É um
dos meus favoritos", declarou.
Desde que chegou à Ferrari,
Barrichello sempre ajudou o time
a conquistar o troféu de construtores. Mas a tarefa nos anos anteriores foi muito mais fácil, com a
equipe sobrando nos Mundiais.
No ano passado, por exemplo, a
escuderia italiana venceu 15 das 17
etapas e fechou a disputa do campeonato com quatro GPs de antecipação, ainda na Hungria.
Nesta temporada, com o crescimento das adversárias, lutando
com um regulamento feito sob
encomenda para barrar sua hegemonia e com um carro que não
brilhou, a Ferrari tem batalhado
prova a prova com a Williams.
Até Indianápolis, há duas semanas, os ingleses estavam na frente.
O fiasco nos EUA, quando marcaram apenas três pontos, porém,
lhes custou caro, e a Ferrari tomou a liderança da competição.
Além da pressão ferrarista por
um bom resultado na madrugada, Barrichello tem, ainda, uma
motivação pessoal. Seu contrato
com o time italiano expira no final
de 2004 e, embora converse com
outros times, ele ainda tem esperanças de renovação.
Dar à Ferrari o Mundial de
Construtores só o ajudaria nas negociações. Por outro lado, um erro em Suzuka seria fatal. A missão
de Barrichello é bastante complicada.
(FÁBIO SEIXAS)
NA TV - GP do Japão, ao vivo,
às 2h30 de domingo, na Globo
Texto Anterior: Aposentadoria de ferrarista ainda gera dúvidas Próximo Texto: Brasileiro busca consolo para temporada ruim Índice
|