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São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

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AUTOMOBILISMO

Piloto corre por Schumacher e pelo Mundial de Construtores

Barrichello enfrenta teste de fogo como escudeiro

DO ENVIADO A SUZUKA

Rubens Barrichello terá no GP do Japão sua missão mais delicada desde que chegou à Ferrari.
Nunca, nas últimas quatro temporadas, a equipe precisou tanto de seu trabalho como escudeiro.
Com Michael Schumacher planejando uma prova cautelosa, o brasileiro terá liberdade para lutar pela vitória. Mais do que isso: o primeiro lugar, barrando a única chance de Kimi Raikkonen lutar pela taça, será uma obrigação.
Barrichello terá a responsabilidade, ainda, de garantir à Ferrari o 13º Mundial de Construtores de sua trajetória, o quinto em série.
"Rubens vai vencer aqui no domingo", disse, em Suzuka, o pentacampeão. "Eu vou chegar em oitavo. Assim, independentemente do que Ralf [Schumacher] e Juan Pablo [Montoya] fizerem, o Mundial será nosso."
Schumacher se referia à dupla da Williams. A equipe inglesa está três pontos atrás da Ferrari no campeonato e é a única ainda em condições de batalhar pelo título.
Barrichello, que não vive um bom ano e é apenas o quinto colocado no Mundial de Pilotos, não esconde que vai correr para ajudar o alemão e a Ferrari.
"Foi um ano muito duro para mim. A frustração de não vencer o GP Brasil foi grande. Mas eu sempre trabalhei em equipe. Se puder ajudar meu companheiro a ser campeão, é claro que o farei."
Com 55 pontos, o brasileiro ostenta a mesma pontuação do sexto, Fernando Alonso, da Renault -ele só leva vantagem no terceiro critério de desempate, número de terceiras colocações.
"Encerrar o campeonato comemorando o Mundial de Construtores seria bom, ótimo", completou Barrichello, que, na melhor das hipóteses, pode terminar a temporada na quarta colocação entre os pilotos, superando na prova do Japão Ralf Schumacher, que soma 58 pontos.
O retrospecto de Barrichello em Suzuka, porém, não é nada animador. Em dez corridas no circuito japonês, ele chegou apenas uma vez ao pódio, em 2002. Além disso, tem só um quarto lugar (em 2000) e um quinto (em 2001).
"Nunca tive muita sorte aqui, mas eu gosto do circuito. É um dos meus favoritos", declarou.
Desde que chegou à Ferrari, Barrichello sempre ajudou o time a conquistar o troféu de construtores. Mas a tarefa nos anos anteriores foi muito mais fácil, com a equipe sobrando nos Mundiais.
No ano passado, por exemplo, a escuderia italiana venceu 15 das 17 etapas e fechou a disputa do campeonato com quatro GPs de antecipação, ainda na Hungria.
Nesta temporada, com o crescimento das adversárias, lutando com um regulamento feito sob encomenda para barrar sua hegemonia e com um carro que não brilhou, a Ferrari tem batalhado prova a prova com a Williams.
Até Indianápolis, há duas semanas, os ingleses estavam na frente. O fiasco nos EUA, quando marcaram apenas três pontos, porém, lhes custou caro, e a Ferrari tomou a liderança da competição.
Além da pressão ferrarista por um bom resultado na madrugada, Barrichello tem, ainda, uma motivação pessoal. Seu contrato com o time italiano expira no final de 2004 e, embora converse com outros times, ele ainda tem esperanças de renovação.
Dar à Ferrari o Mundial de Construtores só o ajudaria nas negociações. Por outro lado, um erro em Suzuka seria fatal. A missão de Barrichello é bastante complicada. (FÁBIO SEIXAS)


NA TV - GP do Japão, ao vivo, às 2h30 de domingo, na Globo


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