DO ENVIADO A SUZUKA

Quanto mais ele nega, mais o rumor ganha força. Em Suzuka, a tradicional boataria do paddock da F-1 sugere que Michael Schumacher vai anunciar a aposentadoria se levar o hexacampeonato.
O alemão não aguenta mais negar, desmentir, contrariar. Nos EUA, há duas semanas, e no Japão, nos últimos dias, teve que falar do assunto todos os dias.
"Pensei que já tivesse respondido a essa questão em Indianápolis. Sempre tento falar desse assunto do jeito mais claro possível, mas não tem adiantado. Não estou pensando em aposentadoria", disse. "Não terei nenhum problema em manter minha motivação para o ano que vem. Eu não teria motivos para parar agora."
Na F-1, porém, desmentidos valem tanto quanto boatos. Não raramente, uma informação negada num dia é confirmada depois.
O estopim para a incerteza sobre o futuro de Schumacher não é sua idade. Aos 34 anos, é superado na F-1 por Olivier Panis, 37, e Heinz-Harald Frentzen, 36.
O problema é seu discurso. Há anos, sempre que questionado sobre a hora de parar, dá a mesma resposta: "Quando eu começar a ser superado, quando surgirem pilotos que começarem a me vencer, saberei que chegou a hora".
Foi mais ou menos isso o que aconteceu neste ano. Após três campeonatos fantásticos, com 29 vitórias em 51 corridas (aproveitamento de 57%), Schumacher teve pela frente uma nova geração e enfrentou problemas para bater Kimi Raikkonen, Juan Pablo Montoya e Fernando Alonso.
Em 15 corridas, ganhou seis (40%). Enfrentou jejuns de sete GPs sem pole e de cinco sem vencer. E, na Hungria, pela primeira vez desde 1992, quando era um iniciante, virou retardatário sob condições normais. Nas últimas provas, porém, ressurgiu.
Além das declarações, o único fato concreto que desmente a aposentadoria seria seu contrato com a Ferrari até 2006. Mas isso não vale muito. Uma máxima da mesma F-1 que acredita em boatos é que "contratos existem para serem rasgados". (FSX)


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