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VÔLEI
Técnico Radamés Lattari já testou seis atletas, mas ainda não definiu quem será o principal atacante da seleção
Brasil persegue 'matador' para Mundial
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local
É como se a um time de futebol
faltasse como referência Batistuta,
Ronaldinho, Klinsmann, Romário
ou Alan Shearer. A 30 dias de sua
estréia no Mundial, a seleção brasileira de vôlei ainda não sabe quem
será seu homem de definição.
Desde que assumiu o comando
da equipe, em janeiro de 97, Radamés Lattari cogitou seis nomes para a vaga. Chamado de "oposto"
no jargão do vôlei, o atleta que atua
nessa posição responde sozinho
por um terço das ações de ataque.
Dos cotados, dois desistiram do
Mundial (Marcelo Negrão e Gílson) e um voltou para sua posição
original (o meio-de-rede Itápolis).
Os três que sobraram -Max,
Joel e Roim- têm a Copa América, cuja final acontece hoje, e três
amistosos com Cuba para selarem
seu destino: ser o "matador" titular, um dos reservas ou mesmo
cortado -já que apenas 12 disputam o torneio.
Lattari começou sua passagem
pela seleção colocando, na Liga
Mundial 1997, dois definidores em
quadra, Max e Marcelo Negrão.
Para ter os dois atuando, Lattari
manteve Max, melhor jogador da
Superliga, como oposto, e deslocou o campeão olímpico para ajudar no passe.
Insatisfeito, Negrão desentendeu-se com o técnico, pediu dispensa e não mais voltou ao time.
O Brasil terminou o torneio na
quinta posição, repetindo a campanha dos "olímpicos" em 96.
Em novembro passado, sem Negrão e Max (que desta vez estava
contundido), a seleção chegaria,
no Japão, ao título da Copa dos
Campeões -o primeiro da "Era
Lattari"- tendo como titular Joel,
23, revelação pelo Banespa.
Na atual temporada, o problema,
de fato, se agravou. Em sua convocação para a Liga Mundial, Lattari
preteriu Gílson, 30, que viria a ser
campeão e melhor jogador do
campeonato nacional pela Ulbra.
Já sem Negrão e por hora sem
Max e Joel (o primeiro alegou contusão e pediu dispensa, o segundo,
foi operado do tornozelo), Lattari
apostou em dois novatos no torneio: Roim, 23, e Itápolis, 22.
Depois de obter dez vitórias na
fase classificatória, o Brasil foi eliminado nos playoffs ao perder para a Rússia e a Holanda; venceu
apenas a mediana Espanha.
A formação com Roim e Itápolis
rendeu até comentários do levantador holandês Peter Blangé, campeão olímpico em Atlanta-96: "Se
o Brasil realmente tivesse um atacante de força, estaria na final".
Após a campanha na Liga e acuado pela possibilidade de só ter Max
em boas condições no Mundial,
Lattari teve de recorrer novamente
para Negrão e Gílson.
O primeiro disse que só voltará
em 99. Gílson enviou um velado
pedido de dispensa, afirmando
que uma lesão no ombro o impediria de treinar na mesma intensidade que o resto da equipe.
Agora, mesmo com apenas três
opções, Lattari afirma que vai esperar para definir seu titular.
"O time-base tem o Max na posição. Mas se o Mundial fosse hoje,
pela condição física dele, e pelo
que o Joel tem jogado, o Max não
seria o titular."
O novato Roim, reserva em seu
clube, não pode ser dado como
descartado. Lattari tem reafirmado que, para uma seleção com média de altura abaixo de Holanda e
Rússia, é imprescindível contar
com um jogador de 2,10 m.
"Tanto o Joel como o Roim são
dois jogadores que vão ter muito
futuro na seleção. Não parei para
pensar quais serão os 12 do Mundial", disse o técnico à Folha, por
telefone, em Salta, na Argentina.
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