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no varejo
São Paulo utilitário aborta goleador
Na contramão da era dos pontos corridos, time aposta em artilharia diluída e ostenta 61 gols, melhor ataque do Nacional
Lenílson, principal artilheiro
do líder do campeonato,
marcou apenas oito vezes
e
ainda não conseguiu se
firmar no time de Muricy
PAULO COBOS
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O dono do melhor ataque (61
gols) e com o maior número de
vitórias até agora no Brasileiro
(20) não tem um homem-gol. E
também está longe de precisar.
O São Paulo de Muricy Ramalho, que vem monopolizando a ponta do Nacional há mais
de 22 rodadas, aposta numa receita inédita na era dos pontos
corridos para abocanhar o título: a distribuição de gols.
Assim quem já fez artilheiros
do Brasileiro como Pedro Rocha, Serginho, Careca, Müller e
Luis Fabiano vive, no ano do
cada vez mais palpável tetra,
outra realidade. O atleta que
mais balançou as redes é reserva e está longe de se firmar.
Com a metade dos 16 gols do
atacante Souza, do Goiás, o artilheiro deste Nacional, Lenílson encabeça a modesta artilharia são-paulina, seguido do
goleiro Rogério (7) e do atacante Leandro (6). Comparado
com os goleadores dos campeões da era dos pontos corridos, os oito gols de Lenílson
não chegam a 50% dos artilheiros que fecharam a competição
com a faixa de campeão.
Em 2003, Aristizábal fez 21
com o Cruzeiro. No ano seguinte, pelo Santos, Deivid e Robinho também anotaram 21. Em
2005, o artilheiro do Corinthians foi Tevez, com 20 tentos.
Mas, se falta um goleador para brigar no topo, a divisão explícita de gols explica os 61 feitos no Nacional. Nada menos
do que 18 atletas tiveram o seu
nome brilhando no placar eletrônico após fazer um gol.
E, para o técnico, é isso o que
vale. "O São Paulo é um time
muito dinâmico. Está se movimentando muito e dá opções
para quem aparece. Dificilmente passamos um jogo sem
marcar um gol", avalia Muricy.
No retrospecto da equipe no
Nacional, os números avalizam
a retórica do treinador.
Longe do Morumbi, o São
Paulo só passou em branco na
derrota de 1 a 0 para o Fortaleza
e no empate com o Atlético-PR.
Jogando em casa, a pane ofensiva aconteceu justamente em
dois clássicos: no 0 a 0 com o
Corinthians e na goleada sofrida para o Santos (4 a 0).
Para os jogadores do São
Paulo, apesar de não ter um
candidato na disputa pela artilharia, o time vem mostrando a
sua força. "O que importa é o título, é marcar gols e vencer os
jogos. Aqui ninguém está preocupado com prêmio individual.
O que importa mesmo é entrar
para história do clube com o
Brasileiro", diz o meia Souza.
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