São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2006

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no varejo

São Paulo utilitário aborta goleador

Na contramão da era dos pontos corridos, time aposta em artilharia diluída e ostenta 61 gols, melhor ataque do Nacional

Lenílson, principal artilheiro do líder do campeonato, marcou apenas oito vezes e ainda não conseguiu se firmar no time de Muricy

PAULO COBOS
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O dono do melhor ataque (61 gols) e com o maior número de vitórias até agora no Brasileiro (20) não tem um homem-gol. E também está longe de precisar.
O São Paulo de Muricy Ramalho, que vem monopolizando a ponta do Nacional há mais de 22 rodadas, aposta numa receita inédita na era dos pontos corridos para abocanhar o título: a distribuição de gols.
Assim quem já fez artilheiros do Brasileiro como Pedro Rocha, Serginho, Careca, Müller e Luis Fabiano vive, no ano do cada vez mais palpável tetra, outra realidade. O atleta que mais balançou as redes é reserva e está longe de se firmar.
Com a metade dos 16 gols do atacante Souza, do Goiás, o artilheiro deste Nacional, Lenílson encabeça a modesta artilharia são-paulina, seguido do goleiro Rogério (7) e do atacante Leandro (6). Comparado com os goleadores dos campeões da era dos pontos corridos, os oito gols de Lenílson não chegam a 50% dos artilheiros que fecharam a competição com a faixa de campeão.
Em 2003, Aristizábal fez 21 com o Cruzeiro. No ano seguinte, pelo Santos, Deivid e Robinho também anotaram 21. Em 2005, o artilheiro do Corinthians foi Tevez, com 20 tentos.
Mas, se falta um goleador para brigar no topo, a divisão explícita de gols explica os 61 feitos no Nacional. Nada menos do que 18 atletas tiveram o seu nome brilhando no placar eletrônico após fazer um gol.
E, para o técnico, é isso o que vale. "O São Paulo é um time muito dinâmico. Está se movimentando muito e dá opções para quem aparece. Dificilmente passamos um jogo sem marcar um gol", avalia Muricy.
No retrospecto da equipe no Nacional, os números avalizam a retórica do treinador.
Longe do Morumbi, o São Paulo só passou em branco na derrota de 1 a 0 para o Fortaleza e no empate com o Atlético-PR. Jogando em casa, a pane ofensiva aconteceu justamente em dois clássicos: no 0 a 0 com o Corinthians e na goleada sofrida para o Santos (4 a 0).
Para os jogadores do São Paulo, apesar de não ter um candidato na disputa pela artilharia, o time vem mostrando a sua força. "O que importa é o título, é marcar gols e vencer os jogos. Aqui ninguém está preocupado com prêmio individual. O que importa mesmo é entrar para história do clube com o Brasileiro", diz o meia Souza.


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