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BOXE
Equipe de brasileiro, que tem só 2 nocautes nas últimas 6 vitórias, faz ajustes e não crê que rival vá além do 4º assalto
Popó luta hoje em busca de pegada perdida
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A equipe de Acelino Freitas, 29,
o Popó, acredita que ajustes feitos
em seus treinos permitirão que o
ex-campeão mantenha sua marca
de nocautes para combates dentro do país: até hoje nenhuma delas passou do quarto assalto.
Popó retorna hoje aos ringues,
contra o argentino Fernando Saucedo, 23, após ter perdido o seu
cinturão dos leves (limite de 62,1
kg) da OMB e a invencibilidade
para Diego Corrales, em agosto.
A vitória é dada como certa,
tanto que um contrato já foi assinado entre a equipe do brasileiro
e a do campeão dos leves da FIB,
Julio Diaz, para que ambos se enfrentem em abril do ano que vem.
É a primeira vez desde março de
2000 que o baiano luta no país
-será no ginásio do Ibirapuera,
por volta das 22h30. A última vez
em que Popó se apresentou no ginásio paulistano foi durante as finais do Brasileiro amador de
1994. Lembra que derrotou o adversário na decisão do título, um
sergipano, com direto no queixo a
um minuto do assalto inicial.
O treinador e agora manager
Oscar Suarez afirma estar seguro
de que o pugilista brasileiro não
apenas vencerá por nocaute, como também não permitirá que o
combate passe do quarto assalto.
"Na luta com Corrales Popó às
vezes acertava dois socos, mas
não dava seqüência. Isso não vai
se repetir aqui. Popó vai estar pulando menos", explicou Suarez.
"Também trabalhamos o posicionamento de pernas, que estarão
mais retas, ombros, a precisão e
volume de golpes e também queremos que ele não abra tanto a
guarda ao desferir seus golpes."
"Definitivamente Popó nocauteará Saucedo antes de cinco assaltos. Ele será o velho Popó, com
a fome de antigamente", completou o treinador porto-riquenho.
Das seis últimas vitórias do pugilista brasileiro desde setembro
de 2001, mais da metade foi por
pontos -Al Kotey, Joel Casamayor, Daniel Atah e Artur Grigorian. Até então Popó havia colocado na lona todos os seus rivais.
Popó foi menos enfático. Ele
evitou fazer promessas de nocaute. Adotou o chavão de que ""o nocaute é uma conseqüência. O importante mesmo é dar um show".
Ao mesmo tempo, no entanto,
ofereceu um conselho ao público.
"Se minha mão pegar, cabeças
vão voar. É melhor o pessoal perto do ringue tomar cuidado para
não ir parar no colo de ninguém."
Pressionado sobre previsão, Popó disse que o resultado depende
do adversário. "Depende de como
ele lutar. Mas buscarei o nocaute.
Para isso, pedi ringue pequeno."
O ex-campeão superpena e leve,
que se tornou profissional em julho de 1995, nocauteou todos os 16
adversários que enfrentou no
Brasil. O que agüentou mais tempo foi Hamilton Cerqueira, que
desabou no quarto assalto, em
Salvador, em fevereiro de 1997.
Outros três foram derrotados
no terceiro assalto; seis no segundo e igual número no primeiro.
Saucedo não se arrisca a prever
vitória. "Todos dizem que minhas
chances de vitória são pequenas.
Farei o melhor que puder, quero
um bom espetáculo. Se eu vencer,
acho que ela será por pontos."
O argentino tem boa razão para
não dizer que vencerá por nocaute. Seu cartel profissional mostra
que nunca venceu antes do limite
de assaltos. São 16 vitórias, três
derrotas e dois empates.
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