São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BOXE

Equipe de brasileiro, que tem só 2 nocautes nas últimas 6 vitórias, faz ajustes e não crê que rival vá além do 4º assalto

Popó luta hoje em busca de pegada perdida

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

A equipe de Acelino Freitas, 29, o Popó, acredita que ajustes feitos em seus treinos permitirão que o ex-campeão mantenha sua marca de nocautes para combates dentro do país: até hoje nenhuma delas passou do quarto assalto.
Popó retorna hoje aos ringues, contra o argentino Fernando Saucedo, 23, após ter perdido o seu cinturão dos leves (limite de 62,1 kg) da OMB e a invencibilidade para Diego Corrales, em agosto.
A vitória é dada como certa, tanto que um contrato já foi assinado entre a equipe do brasileiro e a do campeão dos leves da FIB, Julio Diaz, para que ambos se enfrentem em abril do ano que vem.
É a primeira vez desde março de 2000 que o baiano luta no país -será no ginásio do Ibirapuera, por volta das 22h30. A última vez em que Popó se apresentou no ginásio paulistano foi durante as finais do Brasileiro amador de 1994. Lembra que derrotou o adversário na decisão do título, um sergipano, com direto no queixo a um minuto do assalto inicial.
O treinador e agora manager Oscar Suarez afirma estar seguro de que o pugilista brasileiro não apenas vencerá por nocaute, como também não permitirá que o combate passe do quarto assalto.
"Na luta com Corrales Popó às vezes acertava dois socos, mas não dava seqüência. Isso não vai se repetir aqui. Popó vai estar pulando menos", explicou Suarez. "Também trabalhamos o posicionamento de pernas, que estarão mais retas, ombros, a precisão e volume de golpes e também queremos que ele não abra tanto a guarda ao desferir seus golpes."
"Definitivamente Popó nocauteará Saucedo antes de cinco assaltos. Ele será o velho Popó, com a fome de antigamente", completou o treinador porto-riquenho.
Das seis últimas vitórias do pugilista brasileiro desde setembro de 2001, mais da metade foi por pontos -Al Kotey, Joel Casamayor, Daniel Atah e Artur Grigorian. Até então Popó havia colocado na lona todos os seus rivais.
Popó foi menos enfático. Ele evitou fazer promessas de nocaute. Adotou o chavão de que ""o nocaute é uma conseqüência. O importante mesmo é dar um show".
Ao mesmo tempo, no entanto, ofereceu um conselho ao público.
"Se minha mão pegar, cabeças vão voar. É melhor o pessoal perto do ringue tomar cuidado para não ir parar no colo de ninguém."
Pressionado sobre previsão, Popó disse que o resultado depende do adversário. "Depende de como ele lutar. Mas buscarei o nocaute. Para isso, pedi ringue pequeno."
O ex-campeão superpena e leve, que se tornou profissional em julho de 1995, nocauteou todos os 16 adversários que enfrentou no Brasil. O que agüentou mais tempo foi Hamilton Cerqueira, que desabou no quarto assalto, em Salvador, em fevereiro de 1997.
Outros três foram derrotados no terceiro assalto; seis no segundo e igual número no primeiro.
Saucedo não se arrisca a prever vitória. "Todos dizem que minhas chances de vitória são pequenas. Farei o melhor que puder, quero um bom espetáculo. Se eu vencer, acho que ela será por pontos."
O argentino tem boa razão para não dizer que vencerá por nocaute. Seu cartel profissional mostra que nunca venceu antes do limite de assaltos. São 16 vitórias, três derrotas e dois empates.


Texto Anterior: Flu busca Sul-Americana
Próximo Texto: Brasileiro quer empurrar algoz para o futuro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.