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GINÁSTICA
Campeã mundial do solo, que compete na Inglaterra, tem apoio do técnico para operar em janeiro e fala em férias
Daiane cogita cirurgia nos dois joelhos
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
ENVIADO ESPECIAL A BIRMINGHAM
A finalíssima da Copa do Mundo pode marcar a despedida de
Daiane dos Santos por pelo menos seis meses. O motivo: a atleta
fala em novamente se submeter a
uma cirurgia de joelho, mas, agora, nos dois de uma vez só.
A revelação foi feita pela ginasta
na manhã de ontem, em Birmingham (Inglaterra), que abriga hoje e amanhã o torneio com os melhores ginastas do mundo nas últimas duas temporadas.
De acordo com Daiane, a cirurgia poderá ser feita no início de
2005. "Eu conversei com o médico, e ele falou que eu tenho duas
soluções. Ou faço uma cirurgia
grande, porque eu perdi um pedaço da cartilagem do joelho direito, ou então eu posso ficar sem
fazer cirurgia, mas vou ter que selecionar muito bem as competições que vou fazer. Por exemplo,
ficaria dois meses sem competir,
para atuar em uma grande final
ou num Mundial, que é muito importante", afirmou ela.
A ginasta afirma que um dos incentivadores para que ela faça a
cirurgia é o técnico Oleg Ostapenko, que dirige a seleção desde 2001
e foi o responsável pelos movimentos que consagraram a atleta,
o duplo twist carpado e uma versão dele, o esticado. E explica o
motivo: "O Oleg falou que eu tenho que fazer isso no ano que
vem. Então sairia de férias agora
e, quando voltasse em janeiro, eu
já faria a cirurgia. E praticamente
não treinaria em 2005 para conseguir aguentar chegar até [a Olimpíada de] 2008. Se não, não tem
condições mesmo".
Se concretizada, será a quarta
intervenção cirúrgica nos joelhos
da atleta -antes, sofreu uma no
tendão patelar do joelho esquerdo, passou por uma videoartroscopia no direito a 20 dias do Pan-03 e realizou a última em junho
deste ano, em operação secreta
também no joelho direito, para a
retirada de cartilagem.
Ao contrário das outras vezes,
em que alegava que uma operação não tinha ligação com outra, a
atleta agora irá transferir cartilagem de um joelho, o esquerdo,
para outro, o direito.
"Eu teria que fazer um enxerto,
tirar do esquerdo e colocar no direito, e ficaria seis meses sem
competir, sem nada de impacto."
E afirma que o joelho esquerdo
também não está 100% hoje: "A
recuperação foi muito rápida [da
operação feita em junho], então
sobrecarregava demais o joelho.
O que aconteceu é que agora tenho uma lesão pequena no menisco do joelho esquerdo".
A cirurgia, além de impossibilitar a atleta de "colocar o pé no
chão", praticamente tiraria a
campeã mundial de solo do circuito de competições de 2005.
"Serão umas férias. Mas eu não
deixarei de ir no ginásio. Irei lá,
treinar paralelas. Só evitaria o solo
e a trave, por causa dos joelhos."
A atleta, 21, disse que as dores
são o motivo que a levam a optar
pela mesa de cirurgia.
"Não tenho sentido dor agora.
Que bom, porque vocês [jornalistas] inventam várias coisas. Mas
tenho que cuidar sempre deles,
fazer gelo, remédio, tomo um coquetel. A gente conversou bem, e
eu acho que está certo que eu tenho que fazer essa operação no
joelho, para ele ficar tranqüilo."
Quanto à participação na finalíssima da Copa, Daiane diz que
desde a etapa de Stuttgart, há 15
dias, tem treinado normalmente.
"O Oleg me perguntou se eu
não queria desistir. Mas trabalhei
dois anos para chegar aqui."
Já revelou, contudo, que abrirá
mão do duplo twist esticado e colocará no Brasileirinho apenas o
duplo twist carpado. "Os dois me
dão nota de partida dez, não preciso usar o duplo twist esticado,
para poupar o joelho, pois impacto é grande, e porque precisa
acertar a última passada."
Ela irá apresentar a série com a
qual conquistou o ouro no Mundial de Ananheim, em agosto de
2003. "Quem não errar ganha."
NA TV - Sportv, ao vivo, a
partir das 10h
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