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BEISEBOL
Paranaenses passam do estilo japonês para o cubano com ajuda de técnicos de fora
Cuba muda cara do esporte no Paraná
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina
A importação de técnicos de Cuba, iniciada em 1992 pela CBBS
(Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol), começa a dar resultados no Paraná: o estilo defensivista herdado da escola japonesa
começa a ceder espaço à agressividade cubana.
Segundo Carlos Kussano, 52, diretor da Acel (Associação Cultural
e Esportiva de Londrina), a evolução do beisebol no norte do Paraná e em Curitiba se deve aos treinadores cubanos.
O entusiasmo pelo novo estilo
levou a Acel, que comanda o beisebol em Londrina (379 km ao
norte de Curitiba) a solicitar à
CBBS outro treinador cubano ainda para este ano.
No ano passado, o cubano Angel
Ortega foi o responsável pelas dez
divisões do beisebol mantidas pela
entidade. Além de Ortega em Londrina, treinadores cubanos dirigiram as equipes de Maringá, Assaí e
Curitiba. Kussano aponta como
resultados imediatos a contratação de seu filho, Thiago Kussano,
17, pelos Yankees de Nova York.
Thiago recebeu luvas de US$ 30
mil e irá receber US$ 850 por mês a
partir de fevereiro.
Segundo Kussano, Thiago será
preparado nos Estados Unidos para participar da liga americana
profissional a partir de 1999. Ele é
o primeiro atleta do sul do país a
ser ""exportado".
Kussano disse que seu filho, que
atua na terceira base, despertou a
atenção dos olheiros americanos
pela força na rebatida. ""Essa técnica ele aperfeiçoou com o apoio do
estilo cubano de atuar."
Difundido no Paraná principalmente entre a comunidade japonesa, o beisebol reúne cerca de
2.500 praticantes no Estado. Somando o beisebol e o softbol (praticado por mulheres e veteranos),
o número sobe para 5.000.
Os campeonatos no Estado contam com a participação de equipes
paulistas, notadamente das regiões noroeste, da Sorocabana e
da Mogiana. Ao contrário de São
Paulo, onde é cada vez maior a
participação de brasileiros, o beisebol no Paraná ainda está restrito
a descendentes de japoneses.
Essa ""exclusividade japonesa"
está provocando problemas. Equipes como as de Nova Esperança
(noroeste do PR) e Assaí (norte),
fortes na década passada, estão em
declínio em razão da imigração de
dekasseguis, os descendentes que
vão trabalhar no Japão.
Kussano atribui a pequena presença de não-descendentes nas
equipes paranaenses ""à exigência
disciplinar dos japoneses". E brinca: ""O garoto até suporta o esquema rígido, os pais é que não suportam perder seus filhos para o
beisebol nos fins-de-semana".
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