São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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JOSÉ GERALDO COUTO

São tantas emoções

Após as finais estaduais e os mata-matas da Copa do Brasil e da Libertadores, o Nacional começa como anticlímax

C OMO DIRIA aquele cantor que censurou o livro sobre sua vida, são tantas emoções... Para quem ama futebol e não torce para nenhum dos clubes derrotados, a semana que passou foi um banquete: logo após as finais estaduais, vieram mata-matas de matar na Libertadores e na Copa do Brasil. Houve até uma certa lei da compensação. O Botafogo carioca, perdedor do seu Estadual, seguiu em frente na Copa do Brasil, desclassificando o Atlético, por sua vez recém-sagrado campeão mineiro. E o Flamengo, depois de conquistar o Estadual do Rio, morreu na praia da Libertadores. A semana só foi de triunfo absoluto para Santos e Grêmio, que, além de virarem campeões de seus Estados, seguem vivos no torneio continental. Primeiro, a aldeia. Depois, quem sabe, a América e o mundo. No "day after" dessas decisões eletrizantes, o Brasileirão começa hoje como uma espécie de anticlímax. Simbolicamente, seu jogo de abertura, entre o São Paulo, atual campeão nacional, e o Goiás, ocorrerá num Morumbi fechado ao público.
Mais broxante impossível, como bem notou Juca Kfouri em seu blog. É difícil dizer quais são os favoritos ao título deste ano. Santos e Grêmio, pelo que fizeram até agora e pela consistência de suas equipes, são apostas óbvias. Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Flamengo e uns poucos outros podem surpreender. O São Paulo, que começou o ano tão bem, rateou depois nos momentos decisivos e agora é uma incógnita.
Para além da imprevisibilidade habitual do futebol, a dificuldade de antever como se desenvolverá o Brasileirão tem a ver com a fragilidade dos nossos clubes e do nosso mercado. Lucas, do Grêmio, vai para o Liverpool. Zé Roberto, do Santos, interessa a uma porção de clubes europeus. Sem eles, seus times não serão os mesmos. E isso vale para dezenas de outras transações que deverão ocorrer no meio do ano, quando termina a temporada européia. Haverá prováveis repatriações, que dificilmente compensarão as perdas. Um caso como o de Zé Roberto, que voltou para brilhar, é cada vez mais raro.
Enfim, após um momento de efervescência, voltamos à vaca-fria da rotina de país periférico e exportador de matéria-prima. O Pan-Americano do Rio deve contribuir ainda mais para ofuscar o Brasileirão. Pelo menos até as rodadas finais, ou até que um grande escândalo de arbitragem, doping ou violência entre torcidas volte a sacudir a poeira.

FALTOU CORAGEM
Que me perdoem meus amigos botafoguenses, mas o Atlético-MG foi garfado anteontem no Maracanã. O árbitro Carlos Eugênio Simon não pode ter deixado de ver a falta cometida na área do Botafogo, poucos passos à sua frente. O que lhe faltou foi coragem de apitar um pênalti contra o time da casa no finzinho do jogo. É compreensível, mas imperdoável.

LIVROS ÀS MANCHEIAS
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jgcouto@uol.com.br


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