|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JOSÉ GERALDO COUTO
São tantas emoções
Após as finais estaduais e os mata-matas da Copa do Brasil e da Libertadores, o Nacional começa como anticlímax
C
OMO DIRIA aquele cantor que
censurou o livro sobre sua vida, são tantas emoções...
Para quem ama futebol e não torce para nenhum dos clubes derrotados, a semana que passou foi um
banquete: logo após as finais estaduais, vieram mata-matas de matar
na Libertadores e na Copa do Brasil.
Houve até uma certa lei da compensação. O Botafogo carioca, perdedor do seu Estadual, seguiu em
frente na Copa do Brasil, desclassificando o Atlético, por sua vez recém-sagrado campeão mineiro. E o Flamengo, depois de conquistar o Estadual do Rio, morreu na praia da Libertadores.
A semana só foi de triunfo absoluto para Santos e Grêmio, que, além
de virarem campeões de seus Estados, seguem vivos no torneio continental. Primeiro, a aldeia. Depois,
quem sabe, a América e o mundo.
No "day after" dessas decisões eletrizantes, o Brasileirão começa hoje
como uma espécie de anticlímax.
Simbolicamente, seu jogo de abertura, entre o São Paulo, atual campeão nacional, e o Goiás, ocorrerá
num Morumbi fechado ao público.
Mais broxante impossível, como
bem notou Juca Kfouri em seu blog.
É difícil dizer quais são os favoritos ao título deste ano. Santos e Grêmio, pelo que fizeram até agora e pela consistência de suas equipes, são
apostas óbvias. Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Flamengo e uns poucos outros podem surpreender. O
São Paulo, que começou o ano tão
bem, rateou depois nos momentos
decisivos e agora é uma incógnita.
Para além da imprevisibilidade
habitual do futebol, a dificuldade de
antever como se desenvolverá o
Brasileirão tem a ver com a fragilidade dos nossos clubes e do nosso
mercado. Lucas, do Grêmio, vai para
o Liverpool. Zé Roberto, do Santos,
interessa a uma porção de clubes europeus. Sem eles, seus times não serão os mesmos. E isso vale para dezenas de outras transações que deverão ocorrer no meio do ano, quando termina a temporada européia.
Haverá prováveis repatriações,
que dificilmente compensarão as
perdas. Um caso como o de Zé Roberto, que voltou para brilhar, é cada
vez mais raro.
Enfim, após um momento de efervescência, voltamos à vaca-fria da
rotina de país periférico e exportador de matéria-prima. O Pan-Americano do Rio deve contribuir ainda
mais para ofuscar o Brasileirão. Pelo
menos até as rodadas finais, ou até
que um grande escândalo de arbitragem, doping ou violência entre torcidas volte a sacudir a poeira.
FALTOU CORAGEM
Que me perdoem meus amigos
botafoguenses, mas o Atlético-MG
foi garfado anteontem no Maracanã. O árbitro Carlos Eugênio Simon não pode ter deixado de ver a
falta cometida na área do Botafogo,
poucos passos à sua frente. O que
lhe faltou foi coragem de apitar um
pênalti contra o time da casa no
finzinho do jogo. É compreensível,
mas imperdoável.
LIVROS ÀS MANCHEIAS
Quem se interessa por livros de
futebol agora pode procurá-los
num site especializado, no endereço www.livrosdefutebol.com. A
LivrosdeFutebol.com é também
uma editora, que lançará livros de
pesquisadores, jornalistas e escritores sobre o esporte que amamos.
jgcouto@uol.com.br
Texto Anterior: Santos: Luxemburgo já se desculpa por Brasileiro Próximo Texto: Corinthians dá vexame em teste de pontaria Índice
|