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Corinthians dá vexame em teste de pontaria
Aproveitamento da equipe em treinos em Águas de Lindóia é decepcionante
Assistente de Carpegiani lamenta desempenho, mas treinador minimiza falhas
e declara que no momento finalização está em 2º plano
PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A ÁGUAS DE LINDÓIA
Nos treinos em Águas de Lindóia (interior de SP), a comissão técnica do Corinthians tem
mostrado preocupação especial com a finalização do time. E
não é para menos. Em duas seções de arremate, o resultado
não foi dos mais satisfatórios.
Comandados pelo auxiliar
técnico Cláudio Duarte, grupos
de atletas divididos em sete ou
oito integrantes participaram
nos últimos dois dias de treinos
de chute a gol. E erraram mais
do que acertaram o alvo.
Na sessão de anteontem, a
primeira vista pela reportagem,
o grupo tinha a participação de
Finazzi e Everton Leandro
(que agora pediu para ser chamado de Everton Santos), a dupla de ataque titular.
Com eles, acompanhados de
outros quatro atletas (os zagueiros Gustavo e Marinho, o
volante Carlos Alberto e o meia
Rosinei), o grupo realizou duas
séries de 32 tentativas. Na primeira, com arremates pelo lado
direito da área, apenas cinco
deles foram à rede. Onze pararam nas mãos dos goleiros, e 16
foram para fora. O aproveitamento ficou em 15,6%.
Na segunda parte do treino,
com chutes pela esquerda, houve melhora, mas menos da metade dos arremates entraram
no gol. Foram 13 para fora, oito
defendidos pelos goleiros e 11
nas redes -34,3% de acerto.
Ontem foi a vez de a defesa titular treinar chutes a gol. Zelão,
Betão e Fábio Ferreira (ao lado
do zagueiro Marinho, do meia
Lulinha e dos atacantes Arce e
Dentinho) testaram a pontaria.
Nas seis primeiras sessões,
128 chutes foram tentados pelo
grupo. Só 36 foram às redes
(aproveitamento de 28,1%).
Os jogadores -que até brincavam entre si, numa competição entre zagueiros e atacantes
para ver quem errava menos-
tiveram mais sucesso quando o
tipo de arremate era quase implacável com os goleiros: de primeira, após bola rolada da linha
de fundo, chutada da marca do
pênalti. Nessa condição, foram
12 acertos em 16 tentativas.
Para o técnico Paulo César
Carpegiani, porém, o aprimoramento dos arremates é secundário aos treinos táticos,
comandados por ele. "Finalização é importante, mas agora está em segundo plano", diz.
O resumo do nível de insatisfação com a pontaria do time
foi a frase de Cláudio Duarte
para Finazzi. Depois de incentivar o atacante a acertar o chute gritando "é situação de jogo,
vamos lá, está 0 a 0", o auxiliar
de Carpegiani soltou um desabafo de decepção com o erro do
novo camisa 9 corintiano: "E o
jogo vai continuar 0 a 0...".
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