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Com gaúcho, agasalho volta ao banco
DA REPORTAGEM LOCAL
Com Luiz Felipe Scolari, o estilo
empolado de Wanderley Luxemburgo e Emerson Leão fica para
trás. Sem o terno e a gravata de
seus dois antecessores, volta à seleção o velho uniforme de treino,
típico da era Zagallo.
Mas as semelhanças entre o novo treinador e o técnico da Copa-98 param por aí.
Scolari, afinal, é conhecido pelo
temperamento forte e por exigir
disciplina acima de qualquer coisa de seus comandados.
O treinador também é famoso
por vigiar o comportamento de
seus atletas fora do clube. Scolari
costumava contar com a ajuda de
informantes para saber o que seus
jogadores faziam durante a noite.
Não foram poucas as vezes em
que puniu atletas por problemas
disciplinares extracampo.
Sem meias-palavras, o técnico
gaúcho também já entrou em
conflito com a imprensa várias
vezes. Em uma delas, quando dirigia o Palmeiras, Scolari chegou a
agredir um repórter por não ter
gostado de uma pergunta sobre a
proibição da entrada de torcedores no treino -supostamente
uma decisão do treinador.
Scolari também se irritou com
uma gravação de sua preleção antes de um treino para uma partida
decisiva contra o arqui-rival Corinthians na Libertadores-2000.
Na ocasião, o técnico incentivou
os jogadores do Palmeiras a hostilizarem o então atacante corintiano Edílson, que, um ano antes,
havia feito embaixadinhas na final do Paulista -em uma partida
entre Corinthians e Palmeiras.
Edílson é, ainda hoje, um jogador com quem Scolari já declarou
que não quer trabalhar.
Por causa da divulgação da preleção, o técnico fez "greve de silêncio". Só voltou a dar entrevistas quando a classificação do time
já estava assegurada.
Scolari também já se envolveu
em atrito com outros técnicos.
Wanderley Luxemburgo foi seu
desafeto mais famoso.
Os dois brigaram quando Scolari estava no comando do Grêmio.
O novo técnico da seleção brasileira deu um tapa no ex-técnico
do time nacional.
Ainda no Grêmio, Scolari mostrou um de seus artifícios para enganar os adversários.
Na final do Brasileiro-1996, contra a Lusa, o técnico, com o apoio
do departamento médico do clube, mandou imobilizar o tornozelo do lateral-direito Arce.
Com isso, fez com que o jogador
paraguaio fosse dispensado de
uma convocação para a seleção de
seu país. Ao mesmo tempo, surpreendeu o adversário.
Escondido, o atleta passou a semana que antecedeu a final treinando cobranças de falta -principal jogada dele. No dia da final,
Arce estava em campo.
Gaúcho de Passo Fundo, Luiz
Felipe Scolari começou no futebol
profissional em 1967, aos 19 anos,
como zagueiro no Aymoré (RS).
Também jogou pelo Caxias, Novo
Hamburgo, Juventude, Grêmio e
CSA, time onde também começou a sua carreira de treinador. Já
como técnico, Scolari passou por,
entre outros, Juventude, Brasil de
Pelotas, Goiás, Criciúma, Coritiba, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro.
Seu primeiro título de expressão
foi em 1991, pelo Criciúma, quando conquistou a Copa do Brasil e
iniciou sua fama de "copeiro".
Voltou a vencer a Copa do Brasil
com o Grêmio, em 94, e Palmeiras, em 98. Scolari também é bicampeão da Libertadores com esses dois times. Por eles, no entanto, perdeu as duas decisões do
Mundial de Tóquio, sua maior
frustração.
Ao deixar o Palmeiras, no ano
passado, após a derrota para o Boca na final da Libertadores, transferiu-se para o Cruzeiro, onde só
ganhou a Copa Sul-Minas.
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