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Com técnico, atleta e sede, Eurocopa fala português
Anfitrião do maior torneio da Europa pela primeira vez, Portugal abre hoje a disputa com Scolari e sua patota no banco e Deco como uma das armas do time
RODRIGO BUENO
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
"Com uma força, com uma força que ninguém pode parar/Com
uma força, com uma fome que
ninguém pode matar."
Do momento em que Portugal
abrir a Eurocopa hoje, às 13h,
contra a Grécia, até a decisão em
Lisboa, no dia 4 de julho, quando
a luso-canadense Nelly Furtado
cantar o hino oficial da competição, o futebol europeu celebrará a
temporada em que assistiu a uma
verdadeira aula de português.
A simples escolha de Portugal
como país-sede já foi suficiente
para inserir a língua no mapa europeu do futebol. Pela primeira
vez, o www.uefa.com, site oficial
da Uefa, ganhava opção de leitura
no idioma da "Terrinha" -a Fifa
e a Conmebol ainda ignoram o
português, por exemplo.
Mas o Brasil também ajudou: a
presença de brasileiros foi notada
nos times que venceram os títulos
italiano, espanhol, inglês, francês,
alemão, holandês e português.
No Porto campeão europeu e
no Valencia campeão da Copa
Uefa, a língua de Camões e Machado de Assis também falou
mais alto, consagrando cinco atletas nascidos no Brasil.
E essa boa fase dos jogadores da
ex-colônia pode ser de grande
contribuição para Portugal. Além
de ser comandada pelo técnico
Luiz Felipe Scolari, a seleção do
país-sede tem na reserva o meia
Deco, naturalizado português,
destaque do Porto -os brasileiros Flávio ""Murtosa" Teixeira,
auxiliar, e Darlan Schneider, preparador físico, também integram
a comissão técnica lusa.
Também a Alemanha pode tentar se beneficiar da atuação de um
brasileiro: o camisa 10 Kevin Kuranyi, que nasceu no Rio.
Apostando no interesse a mais
gerado pelos laços luso-brasileiros, as TVs nacionais farão a
maior transmissão que o país já
viu do torneio. Além do canal a
cabo Sportv, que transmite as 31
partidas ao vivo, os principais jogos passarão na TV aberta, pela
Record, algo que não ocorre desde 1992, quando a Globo mostrou
a edição vencida pela Dinamarca.
Nada mal para um torneio que
reúne craques como o francês Zidane, o espanhol Raúl, o inglês
Beckham e o português Figo, entre outros astros, e que exigiu investimentos de 553 milhões (R$
2,08 bilhões) só para a construção
e modernização de dez estádios.
Em Portugal, a Eurocopa é vista
como chance de provar a capacidade de superação de sua gente e
oportunidade única de incrementar a indústria do turismo e atrair
investimentos ao país. Mas alguns
exageros podem comprometer o
sucesso das previsões.
Em Braga, foi construído estádio para 30 mil pessoas -numa
cidade de 70 mil habitantes. O
gasto foi 180% superior ao previsto. Pelo plano inicial, 25% dos
custos com estádios seriam da alçada do governo português, que
também subsidiaria os juros. Mas
até agora só 13% foram pagos.
O forte esquema de segurança
do evento teve que ser ainda mais
elaborado após atentado em Madri. São 16 países divididos em
quatro chaves. O título significará
um prêmio de mais de US$ 20 milhões, quase três vezes o que a
CBF levou pela Copa. A Letônia,
maior "zebra", já ficou com US$ 5
milhões só pela participação.
NA TV - Portugal x Grécia, às
13h, Record e Sportv;
Espanha x Rússia, às 15h30, Sportv
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