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STOP & GO
A nova era
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Talvez apenas uma eventual
quebra do jejum ferrarista consiga suplantar em importância o
anúncio feito pela Ford, anteontem, em Montreal.
A aquisição da Stewart era dada como certa desde o lançamento do carro desta temporada, no início do ano, na Inglaterra. E o anúncio parece ter sido guardado para a corrida canadense por razões geográficas
-o GP do Canadá é um dos
únicos do calendário a merecer
algum tipo de espaço na mídia
norte-americana.
Ironia, a Ford, mais uma vez,
assume o papel de pioneira na
F-1. No final dos 60, foi a primeira grande montadora a investir
na categoria, que decidiu deixar
de lado o romantismo dos construtores europeus em troca da
montanha de dinheiro proporcionada pela era profissional.
Desse tempo, só sobrou a Ferrari, mesmo assim graças à personalidade única do comendador, que soube preservar sua
marca sob a proteção da Fiat.
O resto acabou sendo forçosamente compelido a associações
com grandes fornecedores de
motores. Quem não fez isso capitulou. E, da mesma forma,
quem não seguir os passos de
Stewart nos próximos anos também deverá capitular.
O escocês, na verdade, era figura frágil na F-1. Seu time, apesar de todas as boas intenções da
família Stewart, tinha o orçamento por demais dependente
dos investimentos da Ford.
Detentores de forte tecnologia,
poderosos como Frank Williams
e Ron Dennis não irão se dobrar
facilmente, mas acabarão cedendo (se já não cederam) participações acionárias significativas de seus times -já existe
até a informação de que os nomes McLaren e Williams serão
precedidos em breve pelo nomes
de seus respectivos fornecedores.
Não há o que fazer, reconheceu Stewart, ontem, no Canadá,
no exato dia em que completou
60 anos. "Estou me sentindo como quando parei de correr. Com
uma sensação estranha, mas seguro de ter feito a coisa certa."
NOTAS
Irvine 1
Líder nas especulações do
mercado de pilotos para 2000, o
irlandês andou batendo boca
em público com Mika Hakkinen. De habilidade ao volante à
qualidade de caráter, os elogios
foram mútuos e pesados.
Irvine 2
A câmera instalada na Ferrari
do irlandês registrou cena rara,
ontem, durante o treino. Em
plena pista, Irvine tirou a mão
do volante e consultou as horas
em seu relógio de pulso. Mais
tarde, explicou que fez isso apenas para saber se haveria tempo
de sobra na sessão para trocar
de acerto no carro. Se o irlandês
tem contrato com algum relojoeiro, o mesmo agradece.
Le Mans
O circuito francês abriga hoje
e amanhã suas 24 Horas, a mais
tradicional prova de longa duração do calendário. O investimento das fábricas européias
neste ano foi pesado, mas a pole
acabou com a Toyota, no carro
liderado por Martin Brundle.
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