São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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VÔLEI
Seleção masculina enfrenta hoje e amanhã a Holanda, buscando manter o aproveitamento de 50% de vitórias
Ranking da Liga marginaliza brasileiros

da Reportagem Local

Acompanhando o modesto desempenho da seleção na Liga Mundial de vôlei, os brasileiros estão à margem nos rankings individuais da competição.
O Brasil faz hoje, às 10h (de Brasília), em Roterdã, contra a Holanda, seu quinto jogo na primeira fase. Soma duas vitórias e duas derrotas -venceu uma partida e perdeu outra na rodada de estréia, contra o Canadá, e na segunda rodada, contra a Espanha.
Na edição 98 da Liga Mundial, tendo como rivais de grupo Rússia, Iugoslávia e Polônia, o Brasil vencera suas oito partidas iniciais.
Ainda no ano passado, passadas quatro rodadas da Liga, cinco brasileiros figuravam entre os mais bem colocados no levantamento estatístico feito pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei).
Desta vez, são apenas dois: o meio-de-rede Douglas, terceiro no bloqueio, e o líbero Kid -que, contundido, será substituído hoje por Paulinho-, quinto no aproveitamento de defesa.
""Não me atenho a essas estatísticas da federação. A Argentina está lá embaixo no grupo dela e tem os melhores na recepção (Pablo Pereira e Marcelo Roman lideram no quesito)", rebate o treinador brasileiro, Radamés Lattari.
Depois, emenda: ""Isso (a pouca visibilidade dos brasileiros) só demonstra que nosso grupo é muito homogêneo, que não joga só em função de um jogador".
Ainda que Lattari conteste, a medição feita pela FIVB revela alguns pontos nevrálgicos da seleção. Um exemplo: Nalbert ocupa a modesta 18º posição entre os ""passadores", seguido por Kid, em 19º. Nos quatro primeiro jogos, o Brasil teve dificuldades para articular jogadas rápidas, que dependem diretamente de um bom passe.
Tanto que Giba, especialista nessas ações, tem aproveitamento de apenas 49,52% no ataque (é o 12º entre os atacantes mais eficientes).
""Acho que a equipe está jogando até agora dentro das previsões. Os jogadores estão voltando de férias e não atingiram o ápice da forma física", diz Lattari. ""Temos que levar em conta que o Brasil está no grupo mais equilibrado e que Canadá e Espanha foram duas das equipes que mais evoluíram no último Mundial", completa.
No Mundial do Japão, em novembro último, o Brasil terminou em quarto lugar, enquanto a Espanha foi oitava, e o Canadá, 12º.

Sufoco
Sob a ameaça de um vexame na Liga Mundial, a Holanda incorporou três reforços para os confrontos contra o Brasil.
Os atuais campeões olímpicos perderam três dos quatro jogos que disputaram: um para Espanha, em casa, e dois para o Canadá, na semana passada. Só dois de cada grupo (A, B e C) se classificam.
O técnico Toon Gerbrands teve que recorrer aos atacantes Bas van de Goor, 2,09 m, e Richard Schuil, 2,04 m, dispensados das primeiras rodadas por terem saído a pouco da disputa do Italiano. O terceiro reforço é o líbero Klok.
Porém o maior tormento de Gerbrands é outro: Misha Latuhihin ainda não se colocou como substituto ideal de Peter Blangé, o levantador de 2,05 m que conduziu a equipe ao ouro olímpico e ao título da Liga Mundial em 96.
A perda dos jogos contra a Holanda colocaria em risco as possibilidades de o Brasil avançar às finais. Quando deixou o país, o técnico Radamés Lattari pretendia vencer pelo menos 50% dos jogos de ida. Foi isso que alcançou, por enquanto. ""Com esse saldo, decidimos em casa", declara, em referência às partidas de volta -duas contra cada adversário-, a partir da próxima semana. (JAD)
Holanda x Brasil, ao vivo, na Sportv, às 10h


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