São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 2000


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Time de Brasília insiste em jogar e não aceita manobra do Clubes dos 13
Contra o Gama, clubes já planejam 2ª Copa União


Competição, proposta ontem em São Paulo, reuniria só os clubes fundadores, excluindo equipes como a Ponte Preta e o Santa Cruz


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC

Treze anos depois, o Clube dos 13 estuda ressuscitar a Copa União, torneio que marcou o início da associação, em 1987, quando seus 13 fundadores boicotaram o Brasileiro, organizando uma competição paralela com mais três times convidados.
A idéia surgiu ontem como última tentativa para afastar o Gama das equipes de elite do país.
Com vaga assegurada na primeira divisão do Campeonato Brasileiro por decisão da Justiça comum, o time do Distrito Federal insiste em participar da principal competição de futebol do país, tenha ela o nome que for.
Por isso, ganhou uma liminar que lhe garante na Copa João Havelange, torneio que substituiria o Brasileiro-2000 e está sendo organizado pelo Clube dos 13.
Como o Gama está suspenso pela Fifa pelo menos até setembro por ter recorrido à Justiça comum, ""agora mais do que nunca", como declarou Eurico Miranda, do Vasco, os demais clubes se recusam a enfrentá-lo.
Ontem, em reunião realizada em São Paulo, Fábio Koff, o presidente do Clube dos 13, sugeriu a recriação da Copa União.
""Não era o que queríamos, mas é o possível. Sem a Copa João Havelange, faríamos um torneio só entre os sócios. É até mais fácil do que administrar 980 jogos de 108 times (na João Havelange)", comentou Koff.
Segundo ele, a Copa União não poderia ser ""vetada" pelo Gama. ""É como uma Copa Nike, uma Copa Coca-Cola, um torneio Cidade de Porto Alegre. Não tem nada a ver com o Campeonato Brasileiro, muito menos com primeira divisão do país."

Gama
Mas não é o que pensa o Gama. Para Wágner Marques, homem forte do clube do DF, ""está claro que, dêem o nome que quiserem, estão tentando fazer a Série A sem o Gama. E isto não aceitamos. A Justiça brasileira está do nosso lado e tem que ser respeitada."
E também não é o que pensam equipes como Ponte Preta e Santa Cruz, que teriam direito de disputar a primeira divisão, mas acabariam ficando fora da Copa União.
Como garantiram presença em campo, não aceitam que Bahia e Fluminense, que estavam na Série B, participem e eles não.
O Gama, inclusive, lembra de argumento usado pelo Clube dos 13 em 1987 para impedir que o campeão e o vice da Copa União -Flamengo e Inter-RS- tivessem que jogar contra o campeão e o vice do ""módulo inferior" -Sport e Guarani- para decidir quem levaria o título brasileiro.
""Na época, eles diziam que a Copa União era a verdadeira primeira divisão. Por que agora seria diferente?", perguntou Marques. ""Qualquer juiz verá o que estão tentando fazer."


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