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Eurico Miranda (centro), do Clube dos 13, que afirmou ontem que não aceita que a Justiça prejudique sua equipe, o Vasco

DA REPORTAGEM LOCAL

O país com mais títulos mundiais na história do futebol (quatro) pode ficar sem nenhum grande torneio no segundo semestre.
A possibilidade, antes considerada absurda, já começa a aparecer nas declarações dos dirigentes do Clube dos 13, entidade que reúne os principais times do país.
Antes disso, porém, a associação aposta em duas frentes.
A primeira é derrubar a liminar obtida anteontem pelo Gama, que obriga o Clube dos 13 a aceitar a equipe do Distrito Federal na recém-criada Copa João Havelange.
Fracassada essa frente, tentará fazer uma segunda Copa União.
Teme, no entanto, que o Gama volte a emplacar, em relação à Copa União, o argumento jurídico que utilizou com a Copa João Havelange -as duas não passariam de substitutos do Campeonato Brasileiro, competição para a qual o time já conquistou sua vaga, também nos tribunais.
"A Copa União não é a primeira divisão. É uma copa", disse Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, para admitir, em seguida: "(Mas) se entenderem que é a primeira divisão, os clubes vão excursionar, fazer alguma coisa".
Ontem, o Clube dos 13 deveria anunciar a tabela da Copa João Havelange, com 980 jogos e 108 clubes -Avaí e CRB solicitaram e foram aceitos na competição ontem, inchando-o ainda mais.
Porém, diante da decisão da Justiça anteontem, a reunião serviu só para definir um contra-ataque do Clube dos 13, cuja maior aposta agora é a Copa União -hoje, mesmo com tanta indefinição, deve ser divulgada a tabela da Copa João Havelange.
""Vou fazer uma confissão. Desde o início queria um campeonato só entre os sócios. É muito mais cômodo para nós e há quem compre esse produto no país e no exterior. Mas, se formos impedidos, nada podemos fazer", disse Koff.
Eurico Miranda, vice-presidente do Vasco e membro da Comissão Executiva do Clube dos 13, acredita ainda que haverá uma competição e ameaçou processar o juiz Rubem Martinez Cunha se o seu clube não puder atuar.
""Estamos lutando para ter um torneio. Todo clube precisa jogar. A decisão desse juiz é absurda e esdrúxula. Ninguém vai impedir o Vasco de jogar. Por enquanto, meu clube não foi prejudicado. Se for, entro com uma ação por perdas e danos contra ele (Rubem Cunha)", disse Miranda.
Nem todos os problemas, no entanto, tiram de Miranda e do Clube dos 13 uma certeza: "Com o Gama ninguém joga. Ninguém é louco. A Fifa suspendeu o Gama. Até 15 de setembro, isso não muda. Não dá para sentar na mesa com o Gama", afirmou o dirigente vascaíno.
Miranda disse que uma punição da Fifa à CBF e à seleção devido ao impasse criado não é um problema dos clubes -o Brasil poderia ficar fora da Copa-2002.
""Isso é problema da CBF. Mas eu acho que vai acabar tudo bem. Vai ter jogo", declarou ele.



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