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AÇÃO
Long história
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Perguntei a um amigo, 30
anos de praia, ou melhor, de
surfe, frequentador de Maresias,
esporádico usuário de longboard
e que segue com o surfe no pé, por
que não participou do Legends,
campeonato para surfistas longboarders com mais de 40 anos de
idade ou 25 de surfe.
Em outra situação, outro amigo, características semelhantes,
nem tanto pelo surfe no pé, era
questionado pela mulher com a
mesma pergunta. Ela ainda argumentava que vários amigos participavam, que era divertido e o
clássico "o que vale é competir".
Percebendo certo constrangimento e sua total falta de paciência para argumentar com a patroa, intercedi em seu favor.
Apropriando-me da resposta do
primeiro amigo, mandei: "Com
aquela turma de carecas, fora de
forma, barriga dobrando sobre o
calção, cheios de fazer graça que
esbarram na palhaçada e, ainda
por cima, sem onda, acho que ele
fez bem". Ela se surpreendeu com
o argumento, ele meio que assumiu a posição sugerida e mudamos de assunto.
Aqui, continuamos no pranchão. Desde 1988, quando o legendário australiano Nat Young
se tornou o primeiro campeão
mundial de longboard, a modalidade não pára de crescer. Basta
correr o olho pela linha da arrebentação de qualquer praia com
ondas para constatar. Depois de
13 anos, seu filho Beau, 26, seguindo os passos, as trocas de base e os outros movimentos do pai,
chegou ao título.
Assim como ele, seus antecessores, Colin McPhillips e Joel Tudor,
chegaram ao título mundial do
pranchão muito jovens, evidenciando que a modalidade, vista
por muitos como uma opção de
sobrevida no surfe, cada vez mais
se torna uma alternativa de iniciar no esporte.
Nos últimos nove anos, o Mundial de longboard foi decidido em
uma única etapa.
A partir de 2001, o campeão voltará a ser definido com base num
ranking, inicialmente previsto em
quatro etapas, que já virou três e,
esperamos, não virem duas.
Cancelada a etapa da Espanha,
na semana passada foi realizada
a de Portugal. Em ondas pequenas na Costa da Caparica, o novo
circuito teve início com o domínio
norte-americano.
Kevin Connelly achou ao menos duas excelentes ondas na final e superou o favorito Joel Tudor. Em terceiro, Colin McPhillips
e Zack Howard fecharam o pódio
para a terra de Bush.
O atual campeão, Beau, dividiu
a quinta posição com três brasileiros, Olímpio Batista, o três vezes vice-campeão mundial Alexandre "Picuruta" Salazar e a revelação, agora para o mundo,
Danilo Rodrigo, o Mulinha, de
apenas 16 anos, que tem potencial
e muito tempo pela frente para alcançar um título que ainda não
veio para o Brasil.
A próxima etapa está prevista
para Saquarema, no Rio de Janeiro, entre os dias 25 e 29 deste mês.
Lamentavelmente, a apenas duas
semanas da prova, não é possível
grafar um "será" no lugar de "está prevista".
Crise de energia e instabilidade
no câmbio são alguns dos argumentos que fizeram correr os patrocinadores já em fase adiantada de negociação.
A prova no litoral fluminense
conta com o apoio da Prefeitura
de Saquarema e do governo do
Estado do Rio de Janeiro, mas
ainda faltam R$ 100 mil para viabilizá-la.
Snowboard
Classificatório para os Jogos de Inverno de 2002, nos EUA, começou nesta semana o Nokia FIS Continental Cup, valendo o Campeonato Argentino e US$ 200 mil em prêmios. Completam o tour o
Brasileiro e o Chileno. Em seguida, Valle Nevado abrigará o Nokia
FIS World Cup 2001/2002 e terá US$ 80 mil em prêmios.
África do Sul
Começou anteontem em Durban o Mr. Price Pro, ex-Guston 500.
Mais de 300 surfistas, entre eles 28 brasileiros, disputam 2.500 pontos no ranking WQS e US$ 125 mil em prêmios. Na terça, em Jeffrey's Bay, tem início a quarta etapa do WCT.
Super Trials
Três natalenses ficaram entre os finalistas da quinta etapa da divisão de acesso do surfe nacional. No Rio, Fabrício Jr. ficou com o título, seguido de Victor Ribas (RJ), Joca Jr. e Marcelo Nunes.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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