São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2001 |
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Entidade máxima do futebol tenta acordo amigável entre Grêmio e PSG Caso Ronaldinho vai à Fifa
RODRIGO PLANET DA REPORTAGEM LOCAL O impasse na transferência do atacante Ronaldinho, do Grêmio, para o PSG, da França, será discutido em caráter de urgência pelo secretário-geral da Fifa, Michel Zen-Ruffinen, na sede da entidade, em Zurique (SUI), em reunião marcada para a semana que vem. Pelo menos é o que afirmou ontem à Folha o advogado do Grêmio, Homero Bellini Júnior. Jayme Eduardo Machado, vice-presidente do clube gaúcho, esteve reunido na semana passada em Buenos Aires, durante o Comitê Executivo da Fifa, com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, o presidente de honra da entidade que dirige o futebol mundial, João Havelange, e o próprio Zen-Ruffinen. Em pauta, o caso Ronaldinho para a Fifa intermediar. De acordo com Bellini Júnior, o secretário-geral "abraçou a causa" e disse que fará reunião entre os representantes dos dois clubes para tentar um acordo amigável. O Grêmio, apoiado por uma liminar concedida pela juíza Mara Vieira, da 26ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, que vigora há cerca de cinco meses, exige que o clube francês pague R$ 84 milhões pelo passe do jogador, com o que o PSG não concorda. O clube francês alega que negociou diretamente com o atleta, cujo contrato com o Grêmio venceu em fevereiro. Como, a partir de março, o passe foi extinto no Brasil e Ronaldinho não tinha mais vínculo com o clube, o PSG e o advogado do atacante entendem que ele estava livre para negociar com quem bem entendesse. O Grêmio, no entanto, vê a questão por outro ângulo. Diz que Ronaldinho não poderia ter assinado pré-contrato com o PSG quando ainda tinha vínculo com o clube e que, quando a transferência para o time francês foi definida, o passe ainda não tinha terminado no Brasil. Em outras palavras, pede indenização por perder o atleta. Na semana passada, o clube gaúcho admitiu reduzir o valor de R$ 84 milhões para R$ 50 milhões. Mesmo assim, o PSG não aceitou negociar um acordo. O advogado de Ronaldinho, Sérgio Neves, confirmou que a possibilidade de acordo entre as duas partes não evoluiu. De acordo com Neves, caso a Fifa "determine" um valor a ser pago pelo PSG, os 15% do valor da transferência ao qual o jogador teria direito poderiam ser descontados. "Um acordo seria melhor para nós. Nesse caso, os 15% do Ronaldo [valor que costumava ser pago ao atleta em caso de mudança de clube" não importariam." O advogado de Ronaldinho ainda tenta conseguir a liberação do atacante na Justiça brasileira. Em 12 de junho, ele entrou com mandado de segurança para tentar a liberação do jogador. Na semana passada, entrou com recurso junto ao ministro corregedor do TST (Tribunal Superior do Trabalho) que solicitava a cassação da liminar (decisão provisória) favorável ao Grêmio. O recurso não foi deferido, mas, segundo Neves, o juiz determinou que fosse julgado o mandado de segurança em regime de urgência, para não haver prejuízo ao jogador. Para complicar a situação, o Grêmio relatou à Fifa que Ronaldinho, além do pré-contrato, agora teria assinado contrato com o PSG. Como ainda não se desligou oficialmente do clube brasileiro, o jogador teria vínculo com dois clubes, o que não é permitido pela entidade que rege o futebol. A informação da direção gremista é confirmada pelo irmão e procurador de Ronaldinho, o ex-jogador Assis. No entanto, Sérgio Neves diz que não é verdade. Segundo ele, o atacante ainda não assinou contrato com o PSG. "Ele ainda não assinou nenhum contrato. Ainda existem algumas pendências. Temos até o final do mês [a temporada 2001-2002 do Campeonato Francês começa no dia 27" para tomar uma decisão." O impasse que travou a transferência do jogador dura desde do dia 13 de fevereiro deste ano, data da liminar concedida pela 26ª Vara do Trabalho de Porto Alegre. Desde janeiro, o atleta está parado, sem jogar oficialmente. Em Paris, Ronaldinho prossegue treinando no clube francês, para manter a forma física. "Ele me disse que está bem, que agora só teme a falta de ritmo de jogo", comentou Neves. Texto Anterior: Futebol: Após 12 anos, Náutico vence o Pernambucano Próximo Texto: Grêmio suporta batalha jurídica após apelações Índice |
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