São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2005

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FUTEBOL

Timão, Robinho e Libertadores

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

A estréia de Mascherano no Corinthians confirmou o que já se sabia: trata-se de um excelente jogador que, se fosse brasileiro, estaria disputando uma vaga em nossa seleção.
Com a nova aquisição e diante do previsível enfraquecimento de alguns rivais, a começar pelo Santos, o Corinthians vai se consolidando como um forte candidato ao título deste Brasileiro. É claro que ainda é cedo, e há que se observar a evolução do São Paulo, depois da histórica final desta semana, quando poderá sagrar-se tricampeão da Libertadores.
O tricolor dificilmente deixará de estar no páreo. Mas o Corinthians, se não for abalado por mais uma daquelas crises que vira e mexe se abatem sobre o Parque São Jorge (muitas vezes causadas pela mera inabilidade dos responsáveis pelo futebol do clube), parece ter pela frente um caminho promissor.
Em relação a reforços, de importante resta apenas trazer um atacante. A dúvida é se o sr. Kia vai ou não se empenhar em contratar Leão. Diante dos excelentes resultados de Márcio Bittencourt, a mudança não se justificaria, mas pelas respostas que deu no domingo no programa "Terceiro Tempo", o reizinho da MSI se mostrou inclinado a contar com o ex-treinador do Santos.
Uma eventual mudança poderá produzir turbulências, mas Leão já demonstrou sua capacidade.
 
É verdade que o Palmeiras também está se reforçando, mas o "timing" e a qualidade para uma escalada rumo à liderança parecem favorecer mais o Parque São Jorge do que o Antarctica.
 
O que está em curso na novela Robinho não é se ele fica ou não no Santos, mas quanto o Real Madrid ou outro clube irá pagar para ter o mais promissor jogador da atualidade. Estivesse eu no lugar do presidente Marcelo Teixeira e faria a mais dura das negociações. US$ 50 milhões não é nenhuma exorbitância por Robinho. E é o que consta em contrato.
Portanto, não há nenhuma necessidade de o presidente do Santos sair abaixando o preço à primeira ou segunda ofertas.
Robinho é um jogador muito jovem, que tem todas as condições de se tornar uma grande estrela global, como são Ronaldo e Ronaldinho. Investir US$ 50 milhões em sua aquisição, considerando o padrão do futebol europeu, na verdade parece pouco. Se pagar o que o contrato estabelece, o Real Madrid já estará fazendo um bom negócio.
 
A semana é de final da Libertadores. Depois de uma primeira partida bem disputada, com forte marcação e aplicação das duas equipes, São Paulo e Atlético-PR chegam à hora da verdade. Esperemos que ambos partam para ganhar e que o jogo seja um pouco menos truncado do que o anterior. Por mais que o São Paulo pareça favorito, vai ter de jogar com todas as suas energias e talento se quiser fazer história.

Show de bola
A coluna é de futebol, mas diante do feito -e do gosto que tenho pelo vôlei- não dá para não registrar mais um elogio à seleção e a Bernardinho pelo quinto título da Liga. O Brasil vai consolidando uma hegemonia nas quadras que poderá durar muito tempo, a julgar pela qualidade da renovação que vem ocorrendo nos últimos anos. O vôlei brasileiro passeou em Belgrado. É um fenômeno.

Triste fim
O Flamengo chegou ao fundo do poço. A derrota para os reservas do São Paulo foi humilhante. Nas atuais circunstâncias é impossível livrar-se do rebaixamento. Prova cabal da incompetência de sucessivas diretorias e atestado de decadência do Rio. Triste, mas é isso.

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