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Falhas marcam ensaio da abertura
Abre-alas, jacaré gigante
sai do rumo na hora da saída
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O último ensaio da cerimônia
de abertura do Pan, ontem, teve
falhas técnicas, gafes, vaias e
clima de geral do Maracanã.
Da arquibancada, a Folha assistiu ao espetáculo, atrapalhado por problemas que podem
manchar a festa se ocorrerem
amanhã. E também viu os convidados (foram distribuídos ingressos gratuitos) irem da impaciência com atrasos à euforia, a ponto de aplaudirem até a
delegação de mentira do Brasil.
O ex-corredor Robson Caetano e Virna, do vôlei de praia,
fizeram as vezes de apresentadores. Se o discurso estava ou
não afinado, ninguém ouviu.
O som estava baixo e fez o estádio ser tomado pelos gritos
de "aumenta o som". Já cansada com a quase uma hora de
atraso, a torcida logo se cansou
de ensaiar coreografias. Caetano ouviu um "não" em uníssono quando perguntou se a platéia queria repetir seus gestos.
Para tentar animar a galera,
ele fez a dança do siri, do programa "Pânico", da Rede TV!. O
ex-atleta trabalha para a Globo.
A empolgação só surgiu
quando a cerimônia começou.
E o público mostrou que nem
sempre segue o script. Ao ser
anunciado o nome de Lula, na
primeira cena, uma vaia ecoou.
O clima foi quebrado por "Viva Essa Energia", música-tema
dos Jogos cantada in loco por
Ana Costa e Arnaldo Antunes.
A música é a deixa para o início do desfile das delegações,
representadas por empolgados
voluntários, que acenavam no
telão como qualquer atleta.
A platéia, porém, não é sempre simpática aos "atores". A
Argentina leva vaia. Só perde
para os EUA. O Brasil é recebido de pé, com entusiasmo.
A apresentação, capitaneada
pelo cenógrafo Luiz Stein e por
Rosa Magalhães, encanta. É
simples, mas bem resolvida. E
tem como trunfo o que consagrou a carnavalesca: alegorias.
Um jacaré gigante é o abre-alas. O bicho foi responsável
pelo maior apuro da organização. Os empurradores não conseguiram embicá-lo na saída.
Dezenas de pessoas tentaram
devolver a alegoria ao rumo,
mas tiveram de desmontá-la.
Enquanto isso, as outras
"alas" se espremiam para entrar em cena sem danos.
Após animais e plantas, entram em cena a praia de Copacabana, ondas, calçada, banhistas e barquinhos a deslizar no
mar azul. A parte final mostra
manifestações folclóricas.
Também subiram ao palco
Adriana Calcanhoto, que, do alto de uma cadeira gigante, cantou "Acalanto", e Cordel do Fogo Encantado.
O número final, que teve até
direito ao grito "a-ha, u-hu, o
Maraca é nosso" dos dançarinos, foi feito com uma tímida
voluntária no alto do palco. Pela voz, os convidados tentavam
adivinhar quem era a cantora.
Segredo também foi quem
acenderá a pira pan-americana
e como isso será feito. O tema
musical relacionado ao futebol
seria uma pista? Mas os presentes descobriram que Natália Falavigna, do taekwondo,
fará o juramento dos atletas.
Findo o show, a missão de
manter a festa sem percalços
começa a ser também deles.
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