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Futebol
Público a favor desafia brasileiras no Engenhão
Acostumadas a jogar apenas para a família ou com torcida contra, boleiras dizem que terão que superar frio na barriga
Destaques da seleção, como a meia Formiga e a atacante Kátia Cilene, iniciam a busca pelo bi no Pan hoje à tarde diante da equipe uruguaia
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Elas são famosas no exterior,
já ganharam medalha olímpica
e títulos internacionais e algumas têm até contratos com
multinacionais. Mesmo assim,
a seleção brasileira de futebol
enfrentará situação inusitada
hoje à tarde na abertura do torneio feminino do Pan: a maioria jogará pela primeira vez
diante da torcida do seu país
em um evento internacional.
Contra as fracas uruguaias
pela frente, no novo e moderno
Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, o público virou o principal adversário das
mulheres na estréia.
""Não tenho dúvida de que será uma emoção diferente. Vai
bater aquele friozinho na barriga e aquela bobeira, mas temos
que superar isto tudo", afirmou
o meio-campista Pretinha, 32
anos e 12 de seleção.
No futebol japonês há três
anos, a veterana se recorda das
poucas partidas em que atuou
no país e citou que entrou em
campo somente uma vez com o
estádio lotado no Brasil, no longínquo ano de 1995, na cidade
de Uberlândia.
""Estamos acostumadas a jogar aqui, nos clubes, quase apenas para a nossa família. Com o
estádio inteiro a nosso favor,
será realmente especial. Não
sei direito nem como vai ser esta sensação", disse a volante
Renata Costa, 25, que participou do grupo medalha de prata
nos Jogos Olímpicos de Atenas,
em 2004. Ela atua num clube
bancado pela Prefeitura de Botucatu, no interior paulista.
Apesar da expectativa das jogadoras com a torcida, o público nesta tarde no Engenhão
não deverá ser dos melhores.
Até o início da noite de ontem,
o Co-Rio (Comitê Organizador
dos Jogos) não informou o número de ingressos vendidos para a partida. O confronto será o
segundo realizado do estádio, a
principal construção do Pan,
que custou R$ 380 milhões aos
cofres da Prefeitura do Rio
-seis vezes mais do que previsto inicialmente.
"Será uma emoção diferente.
Sei muito bem como é jogar
com a torcida contra. Aquilo
me motiva muito. Fico só imaginando como vai ser na abertura, com o pessoal gritando o
nosso nome", disse Formiga,
29, que também participou da
partida de 95, a última da seleção com estádio lotado no país.
Por decisão da comissão técnica, elas não treinaram ontem.
As jogadoras ficaram concentradas na Vila do Pan. Apenas a
atacante Kátia Cilene, 30, foi à
zona internacional da Vila.
Nesta tarde, o time não terá a
sua principal jogadora, a meia
Marta, eleita melhor do mundo
pela Fifa. Atuando no futebol
sueco, a atleta só se apresentará
amanhã. A intenção da comissão técnica é escalá-la já contra
a Jamaica, no sábado.
O Brasil tenta o bicampeonato no Pan. Na edição de 2003,
em Santo Domingo, as norte-americanas, principais adversárias do Brasil no Rio, não jogaram a competição.
Além das uruguaias e jamaicanas, o Brasil enfrentará o
Equador e o Canadá na primeira fase do torneio.
NA TV - Brasil x Uruguai
Sportv, ao vivo, às 15h30
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