São Paulo, quinta-feira, 12 de julho de 2007

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Futebol

Público a favor desafia brasileiras no Engenhão

Acostumadas a jogar apenas para a família ou com torcida contra, boleiras dizem que terão que superar frio na barriga

Destaques da seleção, como a meia Formiga e a atacante Kátia Cilene, iniciam a busca pelo bi no Pan hoje à tarde diante da equipe uruguaia


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Elas são famosas no exterior, já ganharam medalha olímpica e títulos internacionais e algumas têm até contratos com multinacionais. Mesmo assim, a seleção brasileira de futebol enfrentará situação inusitada hoje à tarde na abertura do torneio feminino do Pan: a maioria jogará pela primeira vez diante da torcida do seu país em um evento internacional.
Contra as fracas uruguaias pela frente, no novo e moderno Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, o público virou o principal adversário das mulheres na estréia.
""Não tenho dúvida de que será uma emoção diferente. Vai bater aquele friozinho na barriga e aquela bobeira, mas temos que superar isto tudo", afirmou o meio-campista Pretinha, 32 anos e 12 de seleção.
No futebol japonês há três anos, a veterana se recorda das poucas partidas em que atuou no país e citou que entrou em campo somente uma vez com o estádio lotado no Brasil, no longínquo ano de 1995, na cidade de Uberlândia.
""Estamos acostumadas a jogar aqui, nos clubes, quase apenas para a nossa família. Com o estádio inteiro a nosso favor, será realmente especial. Não sei direito nem como vai ser esta sensação", disse a volante Renata Costa, 25, que participou do grupo medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Ela atua num clube bancado pela Prefeitura de Botucatu, no interior paulista.
Apesar da expectativa das jogadoras com a torcida, o público nesta tarde no Engenhão não deverá ser dos melhores. Até o início da noite de ontem, o Co-Rio (Comitê Organizador dos Jogos) não informou o número de ingressos vendidos para a partida. O confronto será o segundo realizado do estádio, a principal construção do Pan, que custou R$ 380 milhões aos cofres da Prefeitura do Rio -seis vezes mais do que previsto inicialmente.
"Será uma emoção diferente. Sei muito bem como é jogar com a torcida contra. Aquilo me motiva muito. Fico só imaginando como vai ser na abertura, com o pessoal gritando o nosso nome", disse Formiga, 29, que também participou da partida de 95, a última da seleção com estádio lotado no país.
Por decisão da comissão técnica, elas não treinaram ontem. As jogadoras ficaram concentradas na Vila do Pan. Apenas a atacante Kátia Cilene, 30, foi à zona internacional da Vila.
Nesta tarde, o time não terá a sua principal jogadora, a meia Marta, eleita melhor do mundo pela Fifa. Atuando no futebol sueco, a atleta só se apresentará amanhã. A intenção da comissão técnica é escalá-la já contra a Jamaica, no sábado.
O Brasil tenta o bicampeonato no Pan. Na edição de 2003, em Santo Domingo, as norte-americanas, principais adversárias do Brasil no Rio, não jogaram a competição.
Além das uruguaias e jamaicanas, o Brasil enfrentará o Equador e o Canadá na primeira fase do torneio.


NA TV - Brasil x Uruguai
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