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FUTEBOL
Dida defende pênalti da Argentina, e Luxemburgo obtém vitória mais importante à frente da seleção
No sufoco, Brasil passa à semifinal
ALEXANDRE GIMENEZ
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BERTOLOTTO
enviados especiais a Ciudad del Este
O Brasil derrotou
a Argentina por 2 a
1, no início da noite
de ontem, no estádio Tres de Febrero,
em Ciudad del Este
(Paraguai), e passou à semifinal
da Copa América, na qual enfrentará a seleção mexicana.
Com menos de meia equipe titular (as principais estrelas não
foram ao Paraguai), a Argentina
sufocou os brasileiros nos instantes finais e, não fosse Dida, teria
mudado a história do jogo.
O goleiro brasileiro, que havia
defendido um pênalti contra o
Chile na semana passada, fez o
mesmo ontem, realizando ótima
defesa em tiro livre de Ayala aos
33min do segundo tempo.
Foi a vitória mais significativa
da seleção brasileira de Wanderley Luxemburgo, justamente na
véspera do aniversário de um ano
da perda da Copa do Mundo da
França. Em 12 de julho de 1998, o
Brasil, dirigido por Mario Jorge
Lobo Zagallo, foi derrotado por 3
a 0 pela seleção da casa.
Luxemburgo assumiu o cargo
em agosto do ano passado, um
mês após o fracasso na França, e
ainda não havia disputado nenhuma competição oficial.
Na Copa América, ainda não
havia enfrentado nenhum adversário da elite do futebol mundial,
como a Argentina.
Até ontem, o Brasil goleara a
fraca Venezuela por 7 a 0 e tivera
duas vitórias apagadas contra
México (2 a 1) e Chile (1 a 0).
A semifinal contra o México,
que anteontem eliminou o Peru
nos pênaltis, será disputada na
próxima quarta-feira, na mesma
Ciudad del Este.
Na partida de ontem, a Argentina abriu o placar, num chute de
Sorín, que resvalou no zagueiro
João Carlos e enganou Dida.
O Brasil empatou com Rivaldo,
numa cobrança perfeita de falta.
Logo no início do segundo tempo, Ronaldo desempatou, num
belo chute de fora da área.
No seu teste mais importante
após o fiasco da final do Mundial
da França, quando teve uma crise
nervosa horas antes da decisão, o
atacante da Inter de Milão foi um
dos destaques negativos do Brasil
no primeiro tempo, mas se recuperou na segunda etapa.
Foi o quarto gol de Ronaldo na
Copa América, o que o levou a assumir a artilharia isolada da competição. O atacante argentino
Martín Palermo, que também
contabilizava três gols no torneio,
pouco fez na partida, mesmo com
as falhas de marcação da defesa
brasileira no primeiro tempo.
Apesar da rivalidade histórica
entre as equipes, que suscitou receio dos brasileiros em relação a
uma partida catimbada e violenta,
nenhum jogador foi expulso pelo
uruguaio Gustavo Méndez.
A provocação pôde ser mais notada nas arquibancadas do estádio Tres de Febrero, onde os brasileiros, maioria, estenderam faixas com ironias aos argentinos.
"Palermo, confiamos em você"
(em alusão ao fato de o atacante
argentino ter perdido três pênaltis
em jogo contra a Colômbia) e
"Não chores por mim, Argentina"
eram alguns dos dizeres.
Zebra
O outro confronto pelas semifinais pode ser considerado uma
"zebra". O Uruguai, com uma seleção formada por juniores, derrotou anteontem, também na cobrança de pênaltis, os anfitriões
paraguaios, que, por jogarem
com o apoio de sua torcida, eram
favoritos a uma das vagas na decisão da Copa América.
Os uruguaios irão pegar o Chile,
que ontem bateu por 3 a 2 a Colômbia -até então a seleção de
melhor campanha no torneio,
com 100% de aproveitamento.
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