São Paulo, Segunda-feira, 12 de Julho de 1999
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FUTEBOL
Dida defende pênalti da Argentina, e Luxemburgo obtém vitória mais importante à frente da seleção
No sufoco, Brasil passa à semifinal

ALEXANDRE GIMENEZ
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BERTOLOTTO
enviados especiais a Ciudad del Este

O Brasil derrotou a Argentina por 2 a 1, no início da noite de ontem, no estádio Tres de Febrero, em Ciudad del Este (Paraguai), e passou à semifinal da Copa América, na qual enfrentará a seleção mexicana.
Com menos de meia equipe titular (as principais estrelas não foram ao Paraguai), a Argentina sufocou os brasileiros nos instantes finais e, não fosse Dida, teria mudado a história do jogo.
O goleiro brasileiro, que havia defendido um pênalti contra o Chile na semana passada, fez o mesmo ontem, realizando ótima defesa em tiro livre de Ayala aos 33min do segundo tempo.
Foi a vitória mais significativa da seleção brasileira de Wanderley Luxemburgo, justamente na véspera do aniversário de um ano da perda da Copa do Mundo da França. Em 12 de julho de 1998, o Brasil, dirigido por Mario Jorge Lobo Zagallo, foi derrotado por 3 a 0 pela seleção da casa.
Luxemburgo assumiu o cargo em agosto do ano passado, um mês após o fracasso na França, e ainda não havia disputado nenhuma competição oficial.
Na Copa América, ainda não havia enfrentado nenhum adversário da elite do futebol mundial, como a Argentina.
Até ontem, o Brasil goleara a fraca Venezuela por 7 a 0 e tivera duas vitórias apagadas contra México (2 a 1) e Chile (1 a 0).
A semifinal contra o México, que anteontem eliminou o Peru nos pênaltis, será disputada na próxima quarta-feira, na mesma Ciudad del Este.
Na partida de ontem, a Argentina abriu o placar, num chute de Sorín, que resvalou no zagueiro João Carlos e enganou Dida.
O Brasil empatou com Rivaldo, numa cobrança perfeita de falta.
Logo no início do segundo tempo, Ronaldo desempatou, num belo chute de fora da área.
No seu teste mais importante após o fiasco da final do Mundial da França, quando teve uma crise nervosa horas antes da decisão, o atacante da Inter de Milão foi um dos destaques negativos do Brasil no primeiro tempo, mas se recuperou na segunda etapa.
Foi o quarto gol de Ronaldo na Copa América, o que o levou a assumir a artilharia isolada da competição. O atacante argentino Martín Palermo, que também contabilizava três gols no torneio, pouco fez na partida, mesmo com as falhas de marcação da defesa brasileira no primeiro tempo.
Apesar da rivalidade histórica entre as equipes, que suscitou receio dos brasileiros em relação a uma partida catimbada e violenta, nenhum jogador foi expulso pelo uruguaio Gustavo Méndez.
A provocação pôde ser mais notada nas arquibancadas do estádio Tres de Febrero, onde os brasileiros, maioria, estenderam faixas com ironias aos argentinos.
"Palermo, confiamos em você" (em alusão ao fato de o atacante argentino ter perdido três pênaltis em jogo contra a Colômbia) e "Não chores por mim, Argentina" eram alguns dos dizeres.

Zebra
O outro confronto pelas semifinais pode ser considerado uma "zebra". O Uruguai, com uma seleção formada por juniores, derrotou anteontem, também na cobrança de pênaltis, os anfitriões paraguaios, que, por jogarem com o apoio de sua torcida, eram favoritos a uma das vagas na decisão da Copa América.
Os uruguaios irão pegar o Chile, que ontem bateu por 3 a 2 a Colômbia -até então a seleção de melhor campanha no torneio, com 100% de aproveitamento.


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