São Paulo, Segunda-feira, 12 de Julho de 1999
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Policiamento impede presença de barrabravas

dos enviados a Ciudad del Este

O superpoliciamento em torno do estádio Tres de Febrero e na cidade paraguaia de Ciudad del Este impediu a ação dos barrabravas, torcedores violentos da Argentina, ontem.
Um contingente de 1.250 policiais -300 agentes a mais que nas partidas da primeira fase- ficou encarregado da segurança do jogo considerado de "alto risco".
A polícia conteve um princípio de briga durante o jogo nas numeradas. Nas arquibancadas, foi reforçado o cordão de isolamento separando as duas torcidas.
Duas pessoas foram atendidas pelo serviço médico do estádio por estarem se sentindo mal.
O reforço veio das cidades de Pedro Juan Caballero, com 250 policiais de fronteira, e de Assunção, com tanques antimotim.
Além de dar às autoridades paraguaias uma lista com nomes e fotos de barrabravas, agentes argentinos especializados no assunto instalaram no estádio um sistema de vídeo para identificar os torcedores violentos.
Estão no país-sede da Copa América sete agentes da Polícia Federal argentina.
Eles são liderados pelo subdelegado Darío Perrone, que fez função semelhante na Copa do Mundo da França, no ano passado, e pelo delegado Adolfo Cimino, que se especializou no tema por trabalhar no bairro portenho da Boca, onde está o tradicional estádio La Bombonera.
Até ontem, haviam sido identificados apenas dois barrabravas no Paraguai.
Eles foram detidos durante distúrbios em Luque, cidade vizinha a Assunção, durante o jogo contra a Colômbia. Um era seguidor da equipe do Independiente, e o outro, do Lanus.
""Nós temos totalmente identificados os barrabravas argentinos, por isso é impossível que eles entrem ou permaneçam no estádio. Eles são a torcida mais violenta da América do Sul, mas vamos controlá-los", afirmou delegado Pablo Méndez, encarregado pela segurança em eventos esportivos de Ciudad del Este.
O que se via dentro e fora do estádio Tres de Febrero ontem era a predominância de brasileiros.
Como era de se esperar, houve muita provocações, com bebidas alcoólicas sendo vendidas próximo ao estádio, mas sem nenhum incidente.
""Ei, ei, ei, Palermo é nosso rei" e ""Dá-lhe Colômbia" eram os gritos dos brasileiros em direção aos argentinos, que respondiam o tradicional ""Dale, dale, Argentina, dale, dale a ganar".
Também não foram registrados problemas com os cambistas que vendiam ingressos para a partida. Eles cobravam US$ 50 pela entrada de arquibancada e US$ 80 pela numerada.
Os ônibus com as duas seleções foram escoltados por 600 policiais. O veículo com o time argentino teve escolta de agentes dos três países. Afinal, ele saiu do hotel Cataratas, na localidade argentina de Puerto Iguazú, passou pela brasileira Foz do Iguaçu e só aí foi para o Paraguai. (AGz, JCA e RB)

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