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FUTEBOL
Para comissão técnica, vitória mostra que a decisão de convocar jogadores pouco conhecidos foi certa
Aposta em "novatos" é comemorada
dos enviados a Ciudad del Este
A classificação da
seleção brasileira
para as semifinais
da Copa América, a
primeira competição oficial do técnico Wanderley Luxemburgo no
comando da equipe, é encarada
pela comissão técnica do time como a confirmação de que a opção
de convocar jogadores "não-consagrados" nacional e internacionalmente foi correta.
Dos 22 jogadores inscritos para
a disputa do torneio sul-americano, apenas 7 participaram da última Copa do Mundo, na França,
no ano passado.
Temendo possíveis problemas
disciplinares, Luxemburgo optou
por não convocar Romário, Edmundo e Marcelinho, além de
cortar Edílson cerca de uma semana antes do início da Copa
América.
O treinador considera esses
atletas, juntamente com o meia
Djalminha, do La Coruña (Espanha), como os responsáveis "pelos seus cinco únicos fios de cabelo branco".
"Poderíamos não correr nenhum risco convocando esses
"cobrões", já que não seríamos criticados, mesmo se perdêssemos.
Mas não fizemos isso, apostamos
em jovens talentos, que estão provando o seu valor dentro de campo", afirmou o consultor Candinho, que destaca a participação
do zagueiro João Carlos, que ganhou a posição no time titular na
partida contra a Argentina, e o lateral Evanílson, convocado pela
primeira vez para a seleção brasileira para os amistosos contra a
Holanda, no mês passado.
"Se você não arrisca, fica sempre na mesma. Eu mesmo arrisquei muito na minha carreira para estar onde eu estou hoje", completou Candinho.
Mais do que "revelar" novos talentos, a opção de Luxemburgo
para evitar problemas internos, já
que todos os seus "desafetos" seriam apenas reservas.
Como suplentes, Edmundo e
Romário -principalmente-
envolveram-se em muitas polêmicas.
Crítica
Na Copa-98, o atacante Edmundo deu declarações criticando a
opção de Mario Jorge Zagallo, técnico da seleção na ocasião, pela
opção por Bebeto no time titular.
Semanas antes de criticar a decisão de Zagallo, o atacante tentou
agredir o meia Leonardo no vestiário da seleção, após a partida
amistosa contra o Athetic Bilbao
(Espanha).
Edmundo acusava seus companheiros de tentar prejudicá-lo,
não passando a bola durante o jogo.
Além do histórico de contestar a
condição de reserva, Edmundo
quase trocou socos com Luxemburgo, quando os dois trabalhavam juntos no Palmeiras.
Romário também não sente-se
confortável em sentar no banco
de reservas. Na Copa da Itália, em
1990, quando estava se recuperando de uma fratura, o atacante
foi colocado na reserva da seleção
pelo técnico Sebastião Lazaroni.
Com a decisão do treinador,
que optou pela dupla Muller e Careca, Romário passou a atacar o
trabalho de Lazaroni.
Como Edmundo, Romário
também teve problemas pessoais
com o treinador Wanderley Luxemburgo.
O atacante foi responsável pela
demissão do treinador no Flamengo. Como não concordava
com os métodos usados por Luxemburgo, o atacante passou a
boicotá-lo.
"O atleta precisa se adequar à filosofia de trabalho, dentro e fora
de campo", disse Luxemburgo,
em uma das declarações que deu
durante a convocação da equipe
para a Copa América.
(AGz e JCA)
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