São Paulo, Segunda-feira, 12 de Julho de 1999
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FUTEBOL
Para comissão técnica, vitória mostra que a decisão de convocar jogadores pouco conhecidos foi certa
Aposta em "novatos" é comemorada

dos enviados a Ciudad del Este

A classificação da seleção brasileira para as semifinais da Copa América, a primeira competição oficial do técnico Wanderley Luxemburgo no comando da equipe, é encarada pela comissão técnica do time como a confirmação de que a opção de convocar jogadores "não-consagrados" nacional e internacionalmente foi correta.
Dos 22 jogadores inscritos para a disputa do torneio sul-americano, apenas 7 participaram da última Copa do Mundo, na França, no ano passado.
Temendo possíveis problemas disciplinares, Luxemburgo optou por não convocar Romário, Edmundo e Marcelinho, além de cortar Edílson cerca de uma semana antes do início da Copa América.
O treinador considera esses atletas, juntamente com o meia Djalminha, do La Coruña (Espanha), como os responsáveis "pelos seus cinco únicos fios de cabelo branco".
"Poderíamos não correr nenhum risco convocando esses "cobrões", já que não seríamos criticados, mesmo se perdêssemos. Mas não fizemos isso, apostamos em jovens talentos, que estão provando o seu valor dentro de campo", afirmou o consultor Candinho, que destaca a participação do zagueiro João Carlos, que ganhou a posição no time titular na partida contra a Argentina, e o lateral Evanílson, convocado pela primeira vez para a seleção brasileira para os amistosos contra a Holanda, no mês passado.
"Se você não arrisca, fica sempre na mesma. Eu mesmo arrisquei muito na minha carreira para estar onde eu estou hoje", completou Candinho.
Mais do que "revelar" novos talentos, a opção de Luxemburgo para evitar problemas internos, já que todos os seus "desafetos" seriam apenas reservas.
Como suplentes, Edmundo e Romário -principalmente- envolveram-se em muitas polêmicas.

Crítica
Na Copa-98, o atacante Edmundo deu declarações criticando a opção de Mario Jorge Zagallo, técnico da seleção na ocasião, pela opção por Bebeto no time titular.
Semanas antes de criticar a decisão de Zagallo, o atacante tentou agredir o meia Leonardo no vestiário da seleção, após a partida amistosa contra o Athetic Bilbao (Espanha).
Edmundo acusava seus companheiros de tentar prejudicá-lo, não passando a bola durante o jogo.
Além do histórico de contestar a condição de reserva, Edmundo quase trocou socos com Luxemburgo, quando os dois trabalhavam juntos no Palmeiras.
Romário também não sente-se confortável em sentar no banco de reservas. Na Copa da Itália, em 1990, quando estava se recuperando de uma fratura, o atacante foi colocado na reserva da seleção pelo técnico Sebastião Lazaroni.
Com a decisão do treinador, que optou pela dupla Muller e Careca, Romário passou a atacar o trabalho de Lazaroni.
Como Edmundo, Romário também teve problemas pessoais com o treinador Wanderley Luxemburgo.
O atacante foi responsável pela demissão do treinador no Flamengo. Como não concordava com os métodos usados por Luxemburgo, o atacante passou a boicotá-lo.
"O atleta precisa se adequar à filosofia de trabalho, dentro e fora de campo", disse Luxemburgo, em uma das declarações que deu durante a convocação da equipe para a Copa América. (AGz e JCA)


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