São Paulo, Segunda-feira, 12 de Julho de 1999
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VÔLEI
Competição é o primeiro evento importante desde o fim dos sets de 15 pontos e do sistema de vantagens
Liga mostra influência de novas regras

JOSÉ ALAN DIAS
enviado especial a Mar del Plata

Em sua etapa final, que começa hoje, em Mar del Plata (Argentina), a Liga Mundial-99 vai sinalizar o quão o vôlei e potências da modalidade foram afetados com implantação de novas regras.
É o primeiro evento importante -a Liga, em prestígio, está atrás do Mundial e Olimpíada- desde que se pôs fim aos sets de 15 pontos e ao sistema de vantagens.
Aprovada em novembro, no Mundial do Japão, disputado com a fórmula tradicional, a regra estipula sets de 25 pontos corridos.
Divididas em dois grupos, seis seleções estão nas finais da Liga. Enfrentam-se dentro dos grupos; os dois mais bem colocados de cada série passam para a semifinal.
O Brasil estréia hoje, às 22h, contra a anfitriã Argentina. Amanhã, enfrenta os italianos.
Levantamento estatístico feito com base nos números oficiais da primeira fase da Liga Mundial (com 12 seleções) fornecidos pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei) mostra duas significativas alterações entre o desempenho dos times em 98 e em 99.
A primeira agrada à entidade: quando impôs a regra, a FIVB argumentou que os jogos estavam muito longos, desgastantes para os atletas, monótonos para o público e afugentavam a TV.
As 78 partidas da primeira etapa tiveram, em média, 91,25 minutos de duração. É 23% menos que em 98, quando igual número de jogos, nesta etapa, estabeleceu média de 114,9 minutos.
Outra constatação: os jogadores estão "medrosos" para sacar -hoje, cada saque desperdiçado é ponto para o rival.
O desempenho do Brasil é um exemplo. Na última Liga, com sets de 15 pontos, a seleção obtinha 11% de seus pontos em saque. Agora, apenas 3%.
"O erro não é mais um ponto. São dois, é o que você deixa de fazer e o que o dá para o adversário. É preciso dosar, saber o momento de arriscar", afirma o técnico brasileiro Radamés Lattari.
""Equipararam-se todas as equipes do primeiro nível às do terceiro. Tecnicamente, as boas equipes são as mesmas, mas a margem que têm para vitória hoje é mais tênue", diz o técnico da Espanha, o argentino Raul Lozano.
Observada a quantidade de jogos decididos em cinco sets, a afirmação do argentino ganha corpo: em 98, de 72 jogos na primeira fase, 13 tiveram placar de 3 a 2. Este ano foram 20 (53,8% a mais).
Mesmo com mudanças -saída dos países asiáticos e da Iugoslávia, vice campeã mundial, e absorção de times com pouca tradição (Canadá, Austrália e França)-, o número de placares 3 a 0 caiu: 42 no ano passado. E somente 27 em 99.


O jornalista José Alan Dias viaja a convite a da Confederação Brasileira de Vôlei

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