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VÔLEI
Competição é o primeiro evento importante desde o fim dos sets de 15 pontos e do sistema de vantagens
Liga mostra influência de novas regras
JOSÉ ALAN DIAS
enviado especial a Mar del Plata
Em sua etapa final, que começa
hoje, em Mar del Plata (Argentina), a Liga Mundial-99 vai sinalizar o quão o vôlei e potências da
modalidade foram afetados com
implantação de novas regras.
É o primeiro evento importante
-a Liga, em prestígio, está atrás
do Mundial e Olimpíada- desde
que se pôs fim aos sets de 15 pontos e ao sistema de vantagens.
Aprovada em novembro, no
Mundial do Japão, disputado com
a fórmula tradicional, a regra estipula sets de 25 pontos corridos.
Divididas em dois grupos, seis
seleções estão nas finais da Liga.
Enfrentam-se dentro dos grupos;
os dois mais bem colocados de cada série passam para a semifinal.
O Brasil estréia hoje, às 22h,
contra a anfitriã Argentina. Amanhã, enfrenta os italianos.
Levantamento estatístico feito
com base nos números oficiais da
primeira fase da Liga Mundial
(com 12 seleções) fornecidos pela
FIVB (Federação Internacional
de Vôlei) mostra duas significativas alterações entre o desempenho dos times em 98 e em 99.
A primeira agrada à entidade:
quando impôs a regra, a FIVB argumentou que os jogos estavam
muito longos, desgastantes para
os atletas, monótonos para o público e afugentavam a TV.
As 78 partidas da primeira etapa
tiveram, em média, 91,25 minutos
de duração. É 23% menos que em
98, quando igual número de jogos, nesta etapa, estabeleceu média de 114,9 minutos.
Outra constatação: os jogadores
estão "medrosos" para sacar
-hoje, cada saque desperdiçado
é ponto para o rival.
O desempenho do Brasil é um
exemplo. Na última Liga, com sets
de 15 pontos, a seleção obtinha
11% de seus pontos em saque.
Agora, apenas 3%.
"O erro não é mais um ponto.
São dois, é o que você deixa de fazer e o que o dá para o adversário.
É preciso dosar, saber o momento
de arriscar", afirma o técnico brasileiro Radamés Lattari.
""Equipararam-se todas as equipes do primeiro nível às do terceiro. Tecnicamente, as boas equipes
são as mesmas, mas a margem
que têm para vitória hoje é mais
tênue", diz o técnico da Espanha,
o argentino Raul Lozano.
Observada a quantidade de jogos decididos em cinco sets, a afirmação do argentino ganha corpo:
em 98, de 72 jogos na primeira fase, 13 tiveram placar de 3 a 2. Este
ano foram 20 (53,8% a mais).
Mesmo com mudanças -saída
dos países asiáticos e da Iugoslávia, vice campeã mundial, e absorção de times com pouca tradição (Canadá, Austrália e França)-, o número de placares 3 a 0
caiu: 42 no ano passado. E somente 27 em 99.
O jornalista José Alan Dias viaja a convite a
da Confederação Brasileira de Vôlei
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