São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BOXE

Para ser campeão do CMB, principal entidade dos ringues, pugilista terá de abandonar a OMB, que o projetou em 1999

Popó diz que troca 1º título pelo Conselho

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após ter visto seu status aumentar com a unificação dos títulos dos superpenas em janeiro, Acelino Freitas, o Popó, 26, já fala em abandonar o cinturão da Organização Mundial de Boxe, entidade que lhe proporcionou a primeira oportunidade de lutar por uma versão de título mundial. O brasileiro também é campeão pela Associação Mundial de Boxe.
Dias antes de sua última defesa, dia 3, Popó disse que sua maior meta é ser campeão pelo Conselho Mundial de Boxe, entidade mais influente da modalidade, com 121 países-membros.
O presidente do CMB, Jose Sulaiman, explicou que é totalmente favorável que o baiano lute por seu título, mas que o conselho não admite unificações com a OMB.
Por isso, caso Popó conquistasse o cinturão do CMB, este teria que escolher por qual entidade preferiria seguir como campeão.
A equipe do lutador planeja lutas unificatórias para 2003 -antes, faz uma defesa opcional. O promotor de Popó, o americano Arthur Pelullo, mantém conversações com James Prince, manager do campeão da Federação Internacional de Boxe, Steve Forbes.
O brasileiro preferiria disputar primeiro o cinturão do CMB. ""Se vou arriscar meus dois cinturões, que seja pela entidade mais importante", afirmou Popó, que, após a unificação, passou a ser considerado pela ""The Ring", mais tradicional publicação especializada do boxe, o 21º melhor pugilista da atualidade, independentemente da categoria de peso.
Ao ser informado pela Folha sobre as declarações de Sulaiman de que teria de abrir mão do título da OMB caso fosse campeão pelo CMB, Popó afirmou que essa condição não seria empecilho. ""Não teria problema em abandonar o cinturão da OMB. Isso representaria 3% de taxa a menos que eles cobram sobre as bolsas", disse.
A atitude de Popó contrasta com seu comportamento anterior. O brasileiro chegou a admitir que sua bolsa poderia ser reduzida quando houve dificuldade nas negociações para sua defesa obrigatória contra Daniel Attah, no último dia 3. Mais recentemente, afirmou que gostaria de completar dez defesas de título pela OMB -já o fez em oito oportunidades.
O cinturão do CMB está vago no momento. No dia 24, em Tóquio, no Japão, o primeiro do ranking, o tailandês Sirimongkol Singmanussuk, e o segundo classificado, o japonês Kengo Nagashima, enfrentam-se e decidem o título.
Campeões do Oriente dificilmente unificam, mas o terceiro do ranking é Jesus Chávez, promovido pela firma americana Top Rank e que deve ser elevado a primeiro do ranking após a luta entre Singmanussuk e Nagashima. Assim, há chances de o cinturão retornar para o Ocidente.
Apesar de negociar com Forbes, o promotor de Popó não vê problemas com os planos do brasileiro. ""Estou negociando com Forbes, mas, se conseguir fechar negócio antes com quem controla o campeão do CMB, tudo bem", disse. ""O que não pode acontecer é Popó abandonar o título da OMB antes de ser campeão pelo CMB, isso complicaria as coisas com a AMB [os campeões unificados contam com certas regalias ante a AMB". Politicamente, é melhor que ele tenha dois títulos."


Texto Anterior: Indisciplina já preocupa time do São Paulo
Próximo Texto: Indy: Carpentier vence a 2ª na temporada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.