São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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VÔLEI

Hora da decisão

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Para os amantes do vôlei, a semana é perfeita: grandes jogos à vista e as maiores feras reunidas em Belo Horizonte e no Recife para a fase final da Liga Mundial. O torneio promete muito equilíbrio. Das oito seleções classificadas, pelo menos quatro têm chances de ganhar o título: Brasil, Rússia, Itália e Iugoslávia.
Mas, nestes tempos modernos do vôlei, quem tem o saque tem a força. E nada impede que os gigantes da Polônia, basicamente programados para sacar e bloquear, provoquem mais surpresas. Na fase de classificação, o time, com média entre os titulares de 2,02 m, venceu três dos quatro jogos disputados com o Brasil.
A seleção brasileira caminha na reta oposta aos poloneses. O time tem sofrido com a falta de um saque mais eficiente. Em compensação, esbanja a habilidade que falta à Polônia. Mas, para pôr em prática um jogo baseado em jogadas velozes e pontas não muitos altos, depende do passe preciso.
A tabela foi generosa com os brasileiros. A sequência dos adversários está em ordem crescente de dificuldade: amanhã, Espanha; quarta, Holanda; e quinta, Rússia. Melhor ainda, quando chegar a vez de enfrentar os russos, o Brasil já poderá até estar com a classificação garantida.
A Espanha tem menos tradição: o melhor resultado na Liga foi um quinto lugar em 99. O ponto forte é a recepção. Henrique de la Fuente e Alexis Valido são os melhores passadores da competição.
Já a Holanda conta com quatro campeões olímpicos (Nummerdor, Schuil, Gortzen e Mike van de Goor), mas não apresenta mais um vôlei de ouro. Na fase de classificação, superou a Alemanha, que tem um time apenas regular, e uma seleção cubana renovada. Perdeu os quatro jogos que disputou com a Rússia.
Os russos são os grandes adversários. O time, que coleciona seis títulos mundiais e três olímpicos pela antiga União Soviética, passou a década de 90 sem uma grande conquista. Agora, parece querer mudar a história e prepara um bom time para o Mundial da Argentina, em setembro.
A novidade é a volta do levantador Vadim Khamouttskikh e do líbero Evgueni Mitkov. O destaque é Roman Iakovlev, dono de um ataque poderoso. A Rússia tem um time de gigantes e alia força com uma certa técnica.
Brasileiros e russos são os favoritos na batalha pelas duas vagas às semifinais. No outro grupo, a disputa será mais acirrada. Itália e Iugoslávia, atual campeã olímpica, devem sofrer mais para superar França e Polônia.
Nenhuma outra seleção masculina colecionou tantas conquistas como a italiana nos últimos 12 anos: são sete títulos na Liga Mundial e medalha de ouro nos três últimos Campeonatos Mundiais. Nesta Liga, a novidade é a mudança de levantador: Valério Vermiglio assumiu o posto que era de Marco Meoni.
De olho no Mundial, o técnico italiano resolveu poupar o líbero Mirko Corsano e vai jogar com Cristian Casoli improvisado na posição. O time tem os dois atacantes mais eficientes da Liga: Alessandro Fei e Hristo Zlatanov.
Para encerrar, vale lembrar que quarta-feira, contra a Holanda, Maurício vai completar 500 jogos pela seleção. Uma marca jamais alcançada por um jogador de vôlei no país. É uma data especial para ele e para nós, que ainda temos o privilégio de ver em ação o melhor levantador do mundo.

Preparação
A seleção brasileira feminina deverá participar de uma competição amistosa, que será disputada na Itália, antes de fazer sua estréia no Campeonato Mundial, que acontecerá a partir do dia 30 de agosto, na Alemanha. O torneio italiano, com início previsto para o próximo dia 23, ainda não foi confirmado, mas, além do Brasil, foram convidadas as seleções dos EUA e do Japão. A participação na competição seria um bom teste para a jovem seleção brasileira, que teria a chance de enfrentar também a Itália, atual campeã européia.

Italiano
O atacante Joel, ex-Banespa e ex-seleção brasileira, vai continuar atuando na Itália nesta temporada. O jogador acertou com o Lamezia, time da Série A-2, a segunda divisão do Campeonato Italiano. Ele vai jogar na mesma equipe do atacante Pablo Pereira, integrante da seleção argentina. O objetivo do Lamezia é conseguir subir para a divisão principal da Itália.

E-mail cidasan@uol.com.br


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